capítulo 18

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Foi um dos meses mais difíceis que já tive em Toda minha vida, o pior é que tudo isso foi eu que escolhi isso

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Foi um dos meses mais difíceis que já tive em Toda minha vida, o pior é que tudo isso foi eu que escolhi isso. Me permiti beber além do meu limite, me permitir transar mais do que eu imaginaria conseguir, me permitir viver, de todas as possíveis formas, mas não sei bem se isso seria de fato "me permitir viver", porque a última coisa que achei ter feito, foi viver.

Mas hoje, quando eu estava sentado na minha porta esperando a Eva e ela não apareceu,  eu percebi que eu não estava vivendo, lá sozinho no chão eu consegui perceber o quão sentimentalmente imaturo eu fui, eu repremi tudo, eu não me permiti sofrer pela minha família, quando as lembranças vinham, eu simplesmente fugia pra algo que me fizesse esquecer temporariamente isso tudo.

E também percebi que não faz o menor sentido eu me fastar assim da Eva, se eu realmente quissse me afastar dela, eu não a esperaria vir todo dia atrás dessa porta, não ansiaria ouvir sobre as histórias dela e até dos seus dias chatos, mas não soube até agora que quanto eu a visse de novo, eu iria querê-la mais que antes.

Agora estou aqui a olhando, tentando entender o porque ela estava chorando, talvez seja o mínimo, pelo que ela tentou fazer por mim.

—Eu já falei que não estava chorando, apenas dormi e perdi a hora. ‐Ela diz dando de ombro, ela sempre estava indiferente as coisas, mas não sei mais se acredito, em um mês eu descobri como um ser humano é capaz de esconder as coisas,até de si mesmo.

—Eu não acredito nenhum pouco em você, a não ser que tivesse passado um trator em cima de você enquanto dormia. -Falo analisando o rosto vermelho dela. —E passado beterraba na sua cara toda.

Aponto pro rosto dela e as mãos dela vão automáticamente pra lá e ela suspira em rendição.

—Minha mãe... -Ela diz baixo. —Minha mãe me culpa por que atendia meu pai toda vez que ele ligava.

Ela desvia os olhos pro chão e desabafa;

—Me culpou por ele mandar um dinheiro que eu nem sequer toquei, ela falou que eu trai ela. Ele me ligou falando que queria me ver e se aproximar de mim, e sabe o que eu fiz? Eu disse não, porque eu não suportaria perder a minha mãe de novo e mesmo assim, eu a perdi.

Eva diz com magoa na voz, me olha nos olhos e da ombros.

—Eu sinto muito. -falo sincero. —Sinto muito pelo rumo que sua vida tomou e sinto muito pelo o que você está passando, acho que quando tudo se esfriar, ela volte atrás, porque ela seria muito babaca de não perceber o erro que está cometendo.

Eu não sou bom em acolher pessoas ou dar conselhos, mas eu to tentando, eu quero dizer mais coisas, quero dizer que ela deveria pensar em si mesma e que a senhora Taylor não tem esse direito sobre ela, pelo que a Eva me disse dias atrás, é obvio que ela queria um pai, Eu adoro a senhora Taylor, eu a acho incrível, mas pessoas incríveis também erram, não falo mais nada, não me acho no direito de me meter nisso.

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