Capitulo 25

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Observo seus pés baterem repetidas vezes conta o chão enquanto encarava a porta

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Observo seus pés baterem repetidas vezes conta o chão enquanto encarava a porta.

—Você sabe que não precisa ir agora. -falo segurando umas das mãos dela, ela suspira antes de me olhar.

—Eu preciso conversar com ela, apesar de tudo ela é a minha mãe e...sempre vai ser, não posso deixar isso estender, mesmo que ela não tenha me procurado.-diz ela, deixando nítido a mágoa na sua voz.

—Mas você não precisa ir sozinha. -aperto levemente a mão dela, ela sorri agradecida e a guio até a porta.

—É só bater...só bater, é simples. -ela diz nervosa com a mão na porta. —Droga, não tá parecendo ser simples dentro de mim.

O nervosismo era claro, então bati pra ela antes que ela falasse mais alguma coisa.

—Vai ficar tudo bem. -sussurro antes da porta ser aberta em nossa frente, ela aperta com força minha mão, mas não reclamo.

A senhora Taylor está pior do que imaginei, suas olheiras nítidas, deixavam claro sua noite mal dormida, seus olhos vermelhos mostram que ela provavelmente não parou de chorar em nenhum momento.

Não demorou nem segundos pra ela correr pros braços da filha, que soltou minha mão para abraçar a mãe.

Eu sabia que seria assim.

Dor alguma é maior que o amor, nem aquelas que te quebra,te transforma, te traumatiza, o amor vence cada uma dessas coisas.

—Vocês vão ganhar né?

Meu irmão perguntou, entrando no meu quarto sem sequer bater, observo a roupa dele, ele estava com a roupa do meu time, parecia um smurf todo de azul.

—Talvez. -falo enquanto coloco meu capacete na mochila.

—Eu espero não passar vergonha com essa roupa, mamãe acha que vai dar sorte. -ele se joga na minha cama. —Papai falou que se você ganhar, vai comprar pizza pra gente.

Ele diz animado.

—Não vou voltar pra casa se eu ganhar. -falo lembrando da festa que vai ter, se ganharmos ou perdemos, ela vai acontecer.

—ah...-ele diz cabisbaixo, se levantando. —Eu guardo pra você um pedaço.

Ele para na porta e eu suspiro, frustrado e cansado demais pra lidar com uma criança de 9 anos.

—Está debaixo do colchão.

Ele diz e eu frazo as sobrancelhas.

—O que? -pergunto confuso. —Seus preservativos.

Diz ele, virando as costas pra ir embora, mas o chamo antes disso:

—Não precisa guardar nada pra mim, eu vou voltar pra comer com vocês.

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