Estávamos sentadas no chão o que se pareceram horas no escuro, depois, cada uma foi se deitar na sua cama e Lu com Elena.
Óbvio.
Estava frio demais e silêncioso demais. Da minha janela não se podia ver o jardim principal, então eu não poderia saber se a polícia e a ambulância já tinham ido. Com certeza elas já foram com o corpo da Ana. Não aguentei e acabei dormindo um pouco, estava cansada de ter corrido tanto e com o choque, o sono veio rápido.
- A luz voltou. - a voz de Shaila ecoa por todo o quarto silêncioso.
Murmurios e batidas leves de portas passam pelos meu ouvidos, as outras garotas de outros quartos estão aliviadas por finalmente a luz chegar, mas isso não significa sair do quarto, então...
- Alunos e alunas, a luz como vocês podem ver já voltou, hoje será servido uma sopa no quarto de cada uma, é proibido sair, o prédio será trancado e a ida ao banheiro, somente com um adulto, o jantar será servido daqui a 5 minutos, as aulas começarão de maneira normal daqui a dois dias e não se assustem com os policiais, eles estão aqui para a nossa segurança, e os colegas da vítima poderão sair da Instituição as 15h, para o seu velório, atensiosamente, á coordenação.
A voz poderosa de uma mulher ecoa por todo o prédio simuntaneamente por todo o lugar, sempre me esqueço que aqui tem megafones, porque é algo tão antigo e tão escondido em cima de nossas cabeças que eu nunca dou atenção á ele.
- Ainda bem, estou morrendo de fome, tomara que não seja de peixe. - Elena se revira na cama.
- É melhor eu ir. - avisa Lu. - antes que alguém chegue entregando a comida, tchau.
Ela se levanta da cama, caminha até porta e sai.
Shaila bufa por alguma coisa e começa a fazer sons estranhos na boca, pelo menos ela esta quebrando o silêncio.
Alguém bate a porta e deve ser algum funcionário, Teresa abre a porta e logo a fecha carregando uma bandeja com quatro recipientes dentro saindo ar quente.
- Ah! Comida.
- Refrigerante?
- Dessa vez, só suco Elena.
- Ah, merda. Qual suco? Manga?! Meu Deus, eu odeio manga.
- Eu também odeio. - assopro da minha colher e tomo a sopa, ela esta uma delícia ou será a fome?
Não consigo distinguir que gosto tem, mas é boa.
Comemos em silêncio, cada uma escutando os assopros e os goles da outra, ficamos sentadas no chão em frente a porta, Teresa se escorou na porta e eu escorada na sua cômoda.
- Se eles vierem fazer perguntas para nós, eu estou lascada. - digo.
- Porque? - pergunta Shaila tomando o seu suco.
- Porque eu desapareci.
- É, mas a garota foi morta enquanto todos estavam nas suas aulas. - pensa Elena.
- Isso é verdade Iabella, ninguém pode dizer que você teve alguma coisa haver, só porque você correu floresta a fora.
- Nossa, Teresa, isso era pra ser uma piada? - pergunto - eu... Não sei o que pensar, vocês mesmo acharam que eu tive alguma coisa haver com isso...
- Não achamos... - Shaila me interrompe
- Deixa eu falar. Se vocês acharam por alguns segundos que fora eu, imagina a polícia.
- E o que você vai fazer? Vai contar a verdade para o Sebastian? - pergunta Teresa, com os seus olhos cravados nos meus.
As outras duas garotas param de comer, mais ainda tem sopa nos seus recipentes.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Todo Dia é Dia
RomanceIabella tem uma certa "atração" para se envolver em problemas, desde o Ensino Medio, mas as coisas parecem ficar piores a cada dia, seus pais a mandam para uma Instituição e é lá aonde Iabella encontra as melhores e as piores pessoas de sua vida. To...