Cadeiras Para Concetar

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- Muito maduro da sua parte escrever aquilo na minha placa. - fala frio.
Tento não rir, mas é tarde demais. Essa carne está tão apimentada e eu amo isso!
Gente, que jantar mais gostoso, minha tia não pode saber que eu estou virando os olhos pra essa comida.
- Muito maduro da sua parte roubar o meu livro.
- Eu não roubei o seu livro! - grita ele.
Todos olham para ele, até mesmo Sebastian.
Caio se encolhe um pouco na sua cadeira e murmura desculpas.
- Outra parte madura sua. - falo.
- Você me extressa mulher.
- E você me extressa homem.
- É estranho dizer isso, mas, eu sinto a sua falta. Não sei o que eu mais sinto, só sei ad preciso de você.
Quase que tenho um pequeno ataque cardíaco com as suas palavras, ele disse isso? Disse que sente falta de mim?
De qualquer maneira, eu não ligo.
- Amanda me substitui.
Caio ri, sem senso comum.
- O seu problema é a Amanda? Eu já dei um chega pra lá nela.
Mas o que?
É serio, não posso sorrir para ele, não posso sorrir para ele!
"Mostre indiferença sua imbecil!"
- Hm. Não dou nem dois dias. - falo, esse meu lado ruim é tão perverso.
- Eu não vou voltar com ela mais Iabella, será que você não entende? - ele me observa, mas eu não olho pra ele.
- Pela sua foto, não parece. - Caio não entende o que eu falei e eu continuo - a sua foto com a sua namorada, no seu quarto! Meu Deus...
- Ah! Então você vasculhou as minhas coisas? - sorrir, convencido.
Não sorria pra mim seu...
- Isso não importa Caio. Você ainda tem a foto dela.
- Você se importa com isso?
Não. Eu não me importo. Eu estou de boas aqui, sabe, sem sentir nada.
- Caio, vê se some.
- Ah! Eu já sei o que está acontecendo aqui... Iabella você está com ciúmes, ciúmes de mim.
Oba. Parabéns. Quer um doce dela sua grande descoberta! Se existe ser mais burro nesse mundo é homem.
Bato palmas e ele fica sem entender.
- Muito bem. Muito bem mesmo. - digo.
- Já disse o que tinha para dizer Iabella, eu e Amanda não temos mais nada.
- Você falou pra ela? - pergunto, com raiva - você falou pra ela que você sabia da tramóia que ela estava aprontando contra você?
- Sim. Eu disse.
- Você não transou com ela, transou? - pergunto. Minhas mãos estão fechadas em punhos.
Eu quero socar, eu quero esmurrar. Qualquer coisa que eu ver.
Corto o pedaço da minha carne e acabo mordendo a minha própria boca.
Sinto o gosto do sangue e faço uma careta.
Porque não responde logo Maia?
- Não. Eu não fiz nada com ela. - ele diz. Espero que tenha dito a verdade pra mim.
- Que bom.
Caio sorri pra mim e me abraça pela cintura, ele me puxa mais para si e eu fico sufocada com o seu braço, sinto o seu cheiro, sinto o seu lábio, tão perto da minha bochecha.
Minha barriga está borbulhando, meus sangue está em velocidade máxima e eu sinto algo quente por todo o meu corpo.
Ele faz surgir efeitos em mim que eu nunca imaginaria poder sentir.
- Sua ciumenta. - fala.
Sou mesmo. Sou mesmo.
Tento comer a minha comida, mas parece que não cabe nada dentro dessa minha barriga sarada.
Não consigo comer, com Caio ao meu lado, roçando o seu braço no meu e falando e falando o tempo todo.
- Acho melhor eu me esconder. Seus amigos estão vindo ai.
Dois garotos que estudam conosco estão chegando no Refeitório, eles mal olham por lugar e já se sentam no meio, algumas pessoas conversam com eles.
- Eu não ligo. - fala.
- Duvido.
- Iabella...
- O que é!
- Olha pra mim...
- Não.
- Olhe para mim! - ele vira o meu rosto e eu encontro os seus olhos, essa imensidão de azul. Eu tento me achar, mas é impossível, estou perdida.
- Eu não me importo com que os outros falem, certo? Eu gosto de ficar com você e as pessoas precisam entender isso. - diz, serio, ainda com a mão no meu queixo.
- Você não me defendeu. - falo.
- Não defendi de quem? - pergunta, confuso. Não se lembra de nada mesmo.
Reviro os meus olhos, esquece. Deixa pra lá.
- Iabella...
- Não. Esquece.
- Não, eu quero saber.
- Seus amigos falaram do motivo deu estar aqui. E você não disse nada.
Caio franze o cenho, ele realmente não se lembra. Mas não adianta nada. Isso já passou.
- Eu estava lá?
- Estava. Mas deixa. - fingo um sorriso falso.
- Da próxima vez, eu vou falar, e não terá próxima vez, certo? - propõe.
- Certo.
Comemos juntos, esperei Caio terminar o seu jantar, ele demora muito para comer.
Zeca chegou até nós e deu um beijo na minha cabeça, sorrir para ele e foi embora.
Pobre coitado, nem jantou direito como os outros. Até dia de final de semana precisa trabalhar. Tenho que falar com ele qualquer dia desses sobre isso, não é justo. Tomara que ele tenha ao menos comido algo na cozinha junto com as funcionárias.
Caio fica de cara feia o tempo todo, até quando nós saímos juntos do Refeitório para ficar nas laterais da estátua do anjo, ele ficou de cara feia.
Não estou entendo mais nada.
Ele é bipolar ou coisa assim?
- O que deu em você? - pergunto, cruzando os braços.
- Nada. - ele mente.
- É um péssimo mentiroso Maia.
- Ah... Eu tenho que ir... - ele se levanta - estou com sono. Tchau.
- Não! Espera! Caio! Espera! - puxo o seu braço e ele vem pra cima de mim. - o que deu em você criatura?!
- O que está pegando entre você e o zelador? - pergunta, com uma cara super feia.
Meu Deus! É isso mesmo que escuto?
Não pode ser!
Não há outra coisa a de fazer a não ser rir.
- O que é tão engraçado? - pergunta carrancudo.
- Porque você acha que eu e o Zeca temos alguma coisa?
- Não sei! Ele sempre beija você e você sempre fica conversando com ele...
- Zeca foi uma das primeiras pessoas a fazer amizade comigo aqui nessa escola, tá bom? E vamos combinar, ele pode ser bonito, mas é velho pra mim.
- Hm. Não gostei disso.
- Ah vê se para! - bato no seu ombro - você nem é o meu namorado!
- "pode ser bonito." - repete as minhas palavras com voz fina - ainda acha ele bonito?
- Acho mesmo! E quem não acha? Ele é bonitão Caio.
- Então fica com ele logo.
- Ficaria se ele me quisesse. - minto.
- Aposto que ele quer. - murmura. - aquele velho safado.
- Meu Deus. Para de fazer isso! Você está agindo como alguém possessivo.
- E ainda defende ele! Na maior cara lavada...
- Owt meu Deus, você é tão fofo com ciúmes.
- Eu não estou com ciúmes droga. - esse emburrado! - por mim você pode ficar com quem quiser.
- Para com isso, já estamos brigando? Brigamos sempre! Meu Deus.
Me viro de costas, agora eu estou com raiva.
- Não estou brigando com você, estou só falando. - diz.
- Será que podemos ter uma conversa como qualquer outra pessoa comum? - peço.
Começamos a falar bobagens por horas e horas, quando eu estou com ele, parece que não falta assunto. Falamos de tantas coisas que um interrompia o outro para continuar a falar. É, não temos nada em comum mesmo.
Ele é completamente o oposto de mim.
Teve uma hora em que eu falei e falei e ele não disse nada, ficou só olhando pra mim, sem falar uma palavra. Fiquei até um pouco tímida.
Quando vi no meu celular, já eram mais de 1 da manhã.
- Ih Deus. Já é tarde, tenho que ir dormir.
- Pra que ir tão cedo?
- Porque já é tarde! São uma da manhã! Você não está com sono?
- Você não me deixa com sono. - ele fala, com um sorriso.
- Ah, mas eu estou.
- Posso dormir com você? - pede.
O que? Dormir comigo? Como assim...
Eu sei que eu já deitei na sua cama, mas foi por minutos e dormir é tipo... Dormir!
E se Murilo ver que...
Eu não quero nem pensar...
- Não acho uma boa ideia.
- Mas porque não? - ele fala, de uma maneira tão fofa e tão irresistível, parece um bebê. Quero apertar essas suas bochechas.
Muito difícil dizer não pra ele.
- Não vou dormir no seu quarto.
- Então eu durmo no seu. - fala.
- Se o Murilo pegar a gente...
- Ele não está aqui. Qual é Brito, ninguém vai ver a gente.

Todo Dia é DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora