Tostão

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O dia não podia ser pior, além de ter Teresa doente no quarto tossindo a noite toda e ter que ir á aula sem a minha amiga já era o ruim o suficiente além do mais Elena estava matando aula com Lu e Shaila começou a dormir em sua carteira a partir do momento em que o professor de Matemática 2 estava falando sobre porcentagem. Fiquei na minha carteira olhando para a lousa e sem saber o que fazer, algumas bolinhas de papeis atingiram Shaila e outros me atingiram, era de se esperar que aquele grupinho de merda estava fodendo com a minha cara e a de Shaila.

Ainda bem que as aulas acabaram e eu fui direto para a biblioteca, precisava ficar sozinha por um tempo sem os gritos ou os xingamentos dessas pessoas.

Sentei-me na cadeira atrás de varias prateleiras, ninguém poderia me ver daqui, mas eu poderia ver a todos, graças a janela ao meu lado.

Folheei alguns papeis, mas não encontrei nada de interessante, tenho que fazer inúmeras tarefas, mas eu não estou com cabeça para isso agora.

Então eu fico observando a biblioteca e de vez em quando a janela, que começou a chover.

Ótimo.

Encolhi-me no meu casaco rosa e me lembrei que o seu zíper estava quebrado. Droga, como eu vou me vestir nisso? Dou de ombros e me concentro no meu novo livro que estou lendo.

Quase dou um salto quando alguém se senta ao meu lado, não olho para o lado para ver quem é, até porque deve ser um daqueles nerds que amam mangás, pessoal que não são da minha "tribo".

- Estava pensando no nosso trato. - a pessoa fala e olho para ela.

Caio Maia esta sentado ao meu lado, ele usa o mesmo uniforme que o meu e uma jaqueta preta por cima. Seu cabelo está um pouco bagunçado, mas é isso o que o deixa mais lindo e esses olhos verdes escuros é como um convite para dançar na chuva.

Ah não...

- Ah é mesmo? Pensava que você tinha esquecido disso. - comento.

Faz mais de um mês que ele me deu uma pequena ajuda para separar as minhas amigas daquelas Loiras idiotas e fizemos um trato, com o tempo foi passando eu pensava que ele nem se lembrava mais disso, pelo visto eu estava errada.

- Não me esqueci. - ele fala e nem olha para mim, parece estar perdido em alguma coisa.

- Tá bom...

E ele fica em silencio, alô! Terra! Se ele veio aqui para falar o que eu devo fazer é melhor que seja logo pois eu não me sinto nenhum pouco confortável ao lado desse mar de músculos.

Ele olha para mim pela primeira vez desde que chegou à biblioteca e começa a falar:

- Tenho que me concentrar em algumas coisas e não vou ter tempo de fazer os deveres de casa e como eles contam com um ponto a mais na média... - levanta as sobrancelhas e para de falar.

Ah que perfeito, eu vou ter que fazer as minhas atividades de casa e a dele também. Isso nem é justo! Pensando bem, eu não tenho muita escolha, terei que fazer isso mesmo...

- Por quanto tempo? - fecho os meus olhos mentalmente e espero com o coração acelerado o tempo determinado que ele vai dizer.

- Talvez um mês. - fala de boa.

Um mês?! Meu Deus, vou criar calos e... Só de pensar nas redações que terei que fazer uma vez por semana... Se fazer somente uma já da trabalho e ainda mais outra, sem falar que eu terei que escrever as duas completamente diferentes.

- Você não pode fazer isso. - digo e ele me olha com raiva. - quando for no dia da prova você não saberá nada sobre o conteúdo. - explico e ele parece ponderar.

Todo Dia é DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora