Cartas de Amor - GuiQuel

Capítulo 35 - Amor

Capitulo 35 - Guilherme

   Assim que a Raquel sugeriu de nos assumirmos nosso relacionamento para seu pai, um frio percorreu meu corpo. Algo naquela ideia soava amedrontador, como se presumisse que nada daquilo daria certo. Era o medo de ser proibido de te - la, de ter que me afastar daquela menina que tanto me fazia bem.

    Pensei em inventar um compromisso inexistente. Pensei em fingir uma dor de cabeça ou uma dor de barriga. Pensei em falar a verdade, sobre o medo que estava fixo à mim. Entretanto, ela parecia incrivelmente animada em finalmente poder contar à seu pai que encontrou o amor. De forma inesperada, sem nem pensar, apenas topei.

   Pouco sei sobre o Sr. Durval. Nada sei, para falar verdade, além do modo frio que o apossou após a morte da esposa. Mas ele deve amar as filhas, alguém que depois de uma perda grande se fecha, com certeza possui muito amor. Provavelmente ele apenas se traumatizou, e decidiu que se fechar seria o melhor para não sofrer com mais uma perda, ou pior, que as filhas sofram com sua perda.

   Subitamente, pensei em meus pais. Sempre foram tão distantes, que é difícil encara - los como meus parentes, sangue do meu sangue, aqueles que me concederam a vida. Durante meus dezesseis anos, foram apenas eu e Filipa. Minha maior referência de mãe fora minha avó, falecida à um ano. Toda minha criação e educação foi feita por babás, já que meus pais nunca se prestariam à esse papel. E pensando bem, isso nunca me fizera falta. Como sentir saudade de algo que nunca teve?

    Além disso, nunca me faltou amor ou carinho. Era à minha vó que eu corria ao cair do escorregador. Era à minha vó que, orgulhoso, mostrava meu dez em matemática. Era sempre ela. Minha vó estava sempre ao meu lado, e tinha os melhores conselhos e cafunés, e com certeza ninguém seria melhor que ela nisso. E ainda havia Filipa, que era minha outra metade desde sempre. Crescemos juntos, compartilhando a vida e as emoções que ela nos trazia. Cada dente caido, palavra lida ou joelho ralado, sempre vivíamos isso juntos, como se realmente fossemos um só. Eu sabia que teríamos para sempre um ao outro. Além de irmã, era minha melhor amiga.

   No entanto, nesse exato momento, sabia que minha alma gêmea, era na verdade a garota que estava deitada ao meu lado, acariciando meu cabelo. A menina de cabelos castanhos e vividos olhos azuis, que era sensível, possuia voz de anjo, e mãos incrivelmente habilidosas. Fora ela quem dominara meu coração e determinava o ritmo de seu bater. Desde que eu à conheci meu sangue pulsava de maneira diferente, ela era o ritmo da minha vida. Ela era o alimento da minha alma, e tudo que um dia eu pude ter precisado na vida, era saciado por ela. E assim percebi que eu à amava. Era uma verdade absoluta. Como o céu é azul, como o Sol é quente, eu a amaria para sempre.

   - Raquel - chamei à e olhei para a mulher que repousava ao meu lado.

   Ela ao ouvir minha voz, cessou a carícia que fazia em meus cabelos e caminhou seu olhar até meu rosto.

   - O que foi? - perguntou curiosa.

   Peguei uma de sua mãos e levei aos meus lábios, dando um beijo em cada um de seus dedos, aqueles que produziam as artes mais bonitas que já vira em minha vida. Em seguida, levei minha outra mão ao seu suave cabelo, permitindo - me à lhes pentear com meus dedos.

   - Eu te amo.

   As palavras saíram da minha boca como uma melodia. Nesse instante vi que seus belos olhos adquiriram o tom mais vivido de azul. Um brilho doce apossou de seus olhos de uma maneira mágica. Um sorriso lhe tomou o rosto. E então ela me beijou. Com as suas duas mãos segurando de cada lado de meu rosto, ela me beijou. Um beijo repleto de paixão, uma chama acesa pelo coração. Aquele beijo falava mais que palavras. E então eu sabia que o sentimento era recíproco. Raquel também me amava.

   - Essas palavras foram as mais lindas que já ouvi. - ela sorriu com a constatação. - Saiba que eu também te amo, e poxa, como eu te amo.

   E sabia eu que aquelas eram as palavras mais verdadeiras que já ouvira.

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Hey!! Quem é vivo sempre aparece né?
Mais um capítulo pra vocês, feito com todo carinho do mundo. Espero que vocês gostam tanto quanto eu gostei!!! Ahh, e vai aí uma música também!
Por sinal, a frase relacionada ao céu azul, e o Sol quente, foi inspirada no livro A Elite, da série seleção! Se tiverem a oportunidade, a leiam, vocês não irão se arrepender.
Além disso, temos capa nova! Aquela já tinha me cansado, entao finalmente mudei. Espero que vocês gostem!