Capítulo 5 - Guilherme
xxx: Ta tudo bem, pode ir embora - ouço de uma voz triste, chorosa, mas doce, que continua cabisbaixa.
Guilherme: Não tá tudo bem, vc tá chorando - digo me aproximando para tentar reconhecer o rosto escondido
A menina levanta o rosto que fica nítido. Uma bela garota de olhos azuis, pele branca, lábios de um tom escuro do vermelho. seus cabelos castanhos caiam pelo seu pescoço. Era Raquel.
Guilherme: Raquel? O que houve?
Raquel: O que houve? Não houve nada - diz tentando disfarçar
Guilherme: Claro que houve - digo passando minha mão em seu rosto com a intenção de secar suas lágrimas.
Ficamos nos olhando por um tempo, mas acho que ela se incomodou.
Raquel: Saudade da minha mãe, só isso.
Guilherme: mas você vai ver ela nos fins de semana. - digo na intenção de animar ela
Raquel: Não exatamente. Ela não tá aqui.
Guilherme: então nas férias, talvez?
Raquel: Você não entendeu direito né? - diz em um tom alto, mas logo continua - Desculpa, eu não expliquei direito. Minha mãe morreu fazem exatos 3 anos. Desde então minha vida virou de ponta cabeça. Tive que sair da Alemanha pra vir morar aqui. Eu não falava uma palavra em português, não conhecia ninguém, meu pai, largou eu e minha irmã aqui, de acordo com ele, não teria tempo de cuidar da gente e ainda tinha que lidar com o fato que nunca mais veria minha mãe. Desde então alguns monstros me perseguem. É isso. a História da minha vida, na qual não deveria ter falado para um estranho grosso, mas agora ja foi. pode ir embora.
Depois de tudo aquilo, eu tava sem palavras, não sabia o que eu poderia dizer pra alegrar ela. Quando me dei conta havia uma lágrima escorrendo pelo meu rosto.
Guilherme: Me desculpa, não sabia disso... - digo, mas dessa vez, era eu que estava cabisbaixo, não queria que me visse chorando. - mas o que vc quis dizer com monstros?
Raquel: isso é história de outro dia. - ela diz.
Logo percebo que ela viu que eu estava chorando. Estávamos lado á lado encostados em uma árvore, então de repente sinto um de seus braços passando em volta de meu pescoço, e sua mão acariciando a minha. Ficamos um tempo assim, quietos, só olhando um para o outro.Guilherme: Desculpa por mais cedo, não queria parecer grosso
Raquel: me desculpa também pelo jeito que eu falei com você no corredor, eu já tava muito mal aquela hora. - diz
Guilherme: Deboa, mas qual quarto você tá? - digo mudando de assunto
Raquel: 563 e vc?
Guilherme: eu tô no 564, pelo jeito somos vizinhos - digo junto com uma leve risada
Raquel: Sim! Então você já conhece o Lucca? Ele também tá no 564! - diz com um tom de empolgação
Guilherme: Ah Sim! Conheço sim, ele é bem simpático... escolheu bem seu namorado. - digo de um modo que não deu pra esconder o ciúme, mas ela ignorou
Raquel: Namorado? - ela pergunta e solta uma risada - Já namoramos sim, mas isso faz alguns meses! Somos melhores amigos
Ao mesmo tempo que eu tava explodindo de felicidade ao saber que ela não namora o Lucca, eu também queria enfiar minha cabeça em um buraco. Eu tava gostando de uma menina que eu mal conhecia e ainda arranjei um namorado pra ela, ela deve pensar que eu sou doido.
Guilherme: Desculpa, eu vi vocês se abraçando na entrada e depois quando a gente discutiu no corredor ele veio me perguntar todo preocupado contigo o que houve, achei que vocês tavam juntos...
Raquel: E vc acha q alguém ia querer me namorar? - ela diz rindo - até parece
Guilherme: acho Sim! você é linda, e MT gnt boa.
Ela fica sem graça. Trocamos alguns olhares e percebo que não estávamos sozinhos.
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Cartas de Amor - GuiQuel
Fiksi Penggemardois adolescentes perdidos em meio aos problemas se conhecem por acaso dando origem ao sentimento mais doce que já provaram.