Capítulo 4

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Oi, gente! Tudo bom com vocês? Como prometido, aqui está mais um capítulo da Casa das Rosas. Espero que gostem! Não deixem de comentar para registrar a opinião de vocês, boa ou ruim, e de votar também! Tudo isso me ajuda muito a divulgar a história! Beijinhos no coração <3

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Assunto: Não chame a polícia. A viagem está sendo ótima.

De: biapsouza@provi.com

Data: 23 de ago de 2020 12:37

Para: souzaconsultorio@psico.com

Mamãe,

Primeiramente, estou bem. Não se preocupe.

Em segundo lugar, me perdoe a demora em responder. Vassouras é uma cidade turística, então imaginei que o sinal de celular seria bom. Ledo engano. Quero dizer, talvez seja para outra operadora de celular que não seja a minha. E, caso você me pergunte, estou falando de uma cafeteria no centro da cidade, roubando wi-fi alheio enquanto tomo um cappuccino de chocolate. Sim, com bastante chocolate e pouco café, como sempre peço, e não, não estou preocupada com o meu peso, obrigada.

Bem, mamãe, queria ser breve neste e-mail, mas devido à circunstância em que me encontro, acho difícil eu ter muitas chances de te ligar. Fora que se eu falar em voz alta o que me aconteceu até agora e onde passei a noite de ontem, talvez eu seja julgada como louca por todas as pessoas que me cercam nessa cafeteria no momento. Talvez você mesma me julgue louca. Mas vou te contar o que aconteceu da mesma forma, desde o início.

Como você bem sabe, ontem peguei um ônibus na rodoviária do Rio de Janeiro no início da tarde e cheguei a Vassouras por volta das 15h10. A viagem foi agradável, apesar de haver um rapaz roncando na poltrona à minha frente durante todo o trajeto. Nada que fones de ouvido e algumas boas músicas não resolvessem. Dentro do ônibus, senti uma melancolia sem explicações ao observar o cenário bucólico. Juro-lhe, mamãe, que se não soubesse que era a primeira vez que vinha a esse lugar, acharia que já estive aqui antes.

Vassouras é o município que vemos nas fotos da internet: antiga, marcada pela história do café e da escravidão. Cada casa e viela guarda uma memória, muitas vezes, antiga demais para ser relembrada. É uma cidade bonita, com ruazinhas feitas primariamente de paralelepípedos e enfeitada com palmeiras. Não há um arranha-céu sequer. Os únicos prédios são aqueles que foram feitos há tempos e alguns mais modernos de, no máximo, seis ou sete andares. Andar por Vassouras nos faz ter a sensação de nos confundirmos com o passado.

Enfim, assim que cheguei, desci na rodoviária Maurício de Lacerda. O sol que me acompanhou a viagem toda estava partindo, como se não gostasse da cidade e fosse contra ficar aqui comigo. Com sol ou sem sol, não fazia diferença para mim. Eu não pretendia ficar muito tempo na cidade, até porque o meu objetivo era a residência dos Blackwater. Tratei, portanto, de procurar logo um lugar para guardar minhas coisas, que são bem poucas, diga-se de passagem.

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