Capítulo 9

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Oi, oi, gente! Tudo bom com vocês? Eu queria muito ter feito um capítulo único, mas precisei dividir este em dois, porque ele ficou ENORME. Espero que gostem e prometo mais emoção para o próximo. Não esqueçam de votar e comentar: isso ajuda muito na divulgação! Muito obrigada! <3


23 de agosto de 2020 - 15h07

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23 de agosto de 2020 - 15h07

A primeira coisa que sinto ao entrar na mansão é um cheiro forte de mofo. Na noite passada, aquele cheiro passou despercebido por causa do meu nervosismo unido à fragrância de chuva e terra molhada. Mas hoje, o cheiro está particularmente pungente. A segunda coisa que sinto é uma sensação profunda de nostalgia, a mesma que tive quando cheguei à cidade de Vassouras.

Por um instante, a noite anterior me parece um sonho vago, irreal. Hoje não. Essa experiência é verdadeira. Até a aparência da casa parece mais verdadeira, os detalhes, o chão de madeira ressecada, o papel de parede soltando, rasgado, o cheiro do mofo, os móveis antigos cobertos por tecidos brancos empoeirados. Não há nenhum quadro à vista.

— Cuidado com aquela tábua — avisa-me Vicente, apontando para o chão. — Ela quebrou hoje cedo.

Olho para onde ele aponta com o queixo, com as mãos ocupadas demais carregando várias sacolas cheias e pesadas. Não consigo suprimir meu entusiasmo, mas busco me controlar para evitar ser expulsa de novo daqui. Aperto as alças da minha mochila com força.

— Quais são as regras da casa?

Vicente põe todas as sacolas próximo de onde um vaso quebrado repousa, apreciando a eternidade solitária, empoeirado, esquecido e descartado. Vicente volta-se para me olhar, a expressão confusa.

— Regras?

Dou de ombros. Vendo como ele age, imaginei que eu fosse receber uma lista de regras para seguir. Estou errada?

— Sim, regras... — repito, ainda esperando a tal lista surgir de algum lugar. — Estou na sua casa, vou seguir qualquer uma.

Parecendo realmente perdido, mas imaginando a verdadeira importância de me impor limites — afinal, sou uma estranha em sua propriedade —, Vicente procura inventar qualquer coisa que soe razoável:

— Bem, não entre no meu quarto — ele diz, olhando para o chão. Consigo ver as engrenagens de seu cérebro se movendo com dificuldade. Depois encolhe os ombros e suspira, cansado. — Só não quebre nada mais do que já está quebrado. E não ponha fogo na casa.

— Isso é o básico do bom-senso — resmungo, incrédula com sua audácia em sugerir que sou louca.

Vicente pressiona os lábios um no outro, ele próprio descrente. Provavelmente não com sua sugestão, mas com a ideia de eu ter alguma sensatez. Não posso culpá-lo. Realmente não mostrei meu melhor lado para ele desde o primeiro segundo em que pisei na Casa das Rosas.

A Casa das Rosas (Hiatus até janeiro)Onde histórias criam vida. Descubra agora