Capítulo 2

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A Casa das Rosas sofreu modificações narrativas. Esse capítulo ficou maior do que eu esperava, mas espero que gostem. Por favor, não esqueçam de votar e comentar, caso gostem da história! Obrigada pelo apoio! <3

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"9 de agosto do ano de 1905 de Nosso Senhor.

Sucedendo à minha mãe, cheguei ao pôr do sol de hoje à Casa das Rosas. Ela não mudou nada em relação às minhas memórias de infância. Talvez as rosas brancas do jardim estejam menos vivas do que naquela época, mas não menos belas.

No geral, tive uma recepção positiva na casa, embora eu estivesse deveras receosa em conhecer o Lorde Blackwater pessoalmente. As histórias que eu ouvia sobre ele quando menina, ao vir, uma vez ou outra, à Casa das Rosas, eram terríveis. E os conselhos de minha mãe sobre como manejar esse trabalho não são poucos. Um deles é manter silêncio absoluto sobre o que acontece na casa, a não ser que os acontecimentos possam gerar prejuízo moral e físico para os Blackwater, o que significa que quaisquer boatos que eu tenha escutado devem ser jogados ao poço do esquecimento.

O outro conselho de minha mãe justifica a existência desse registro que agora escrevo. Tudo o que acontecer nesta casa sob os meus cuidados deverá estar devidamente registrado nestas páginas, de forma a manter os bons e os maus hábitos de todos os residentes sob controle, incluindo os meus próprios e os de cada criado.

Por isso, deixo aqui registrado por meu punho que, no dia acima referido, eu, Dolores Barbosa, alocada no terceiro quarto da ala direita dos criados, assumo a função de governanta da residência dos Blackwater no lugar de minha estimada mãe, Maria da Glória Barbosa.

10 de agosto do ano de 1905 de Nosso Senhor.

O senhor Alberto é um bom homem e um bom criado. Austero, eloquente e eficiente, é tudo o que eu poderia esperar de um conceituado mordomo português. Nesta manhã ele me apresentou à criadagem e me inteirou das funções e atividades em curso. Aparentemente foi o senhor Alberto que assumiu boa parte de minhas funções antes que eu chegasse.

Os criados demonstraram espanto ao me ver. Aos 32 anos, alcançar o posto de governanta é um fenômeno curioso, para dizer o mínimo. Obviamente, esperei por pequenas insolências e tive o desprazer de as encontrar antes do que gostaria. Maria Isabel é uma das criadas mais jovens da residência dos Blackwater, por volta de seus 15 ou 16 anos, e tem tanta compostura quanto os cães do pequeno Felipe. Suas comparações desagradáveis entre minha mãe e eu lhe renderam um cesto cheio de roupas de cama para lavar e algumas bolhas nos dedos."

Boa Madame pula em cima das páginas impressas apoiadas sobre a mesa de centro e preciso tirá-la para continuar a ler.

"15 de agosto do ano de 1905 de Nosso Senhor.

Esta manhã o Lorde Blackwater chamou a mim e a Alberto na sala de visitas. Meu peito se apertou de medo. Imaginei mil coisas que eu pudesse ter feito de errado durante essa semana em que estive na Casa das Rosas. Como um homem seco e, muitas vezes, ríspido e de temperamento difícil, o Lorde Blackwater é facilmente intimidante por si só, sem o auxílio de qualquer boato. Mas as histórias que ouvi minha vida inteira — sobre como ele matou sua primeira esposa por ter rejeitado deitar-se com ele ou sobre como decepou os dedos de um criado por ter arranhado seu rosto ao deixar a navalha escorregar enquanto o barbeava — me faziam sentir um verdadeiro pavor."

A Casa das Rosas (Hiatus até janeiro)Onde histórias criam vida. Descubra agora