Capítulo 11

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Postando algumas horas adiantado. Esse capítulo vai ser importante para entendermos o que aconteceu na Casa das Rosas mais para frente <3 Espero que gostem dele. Um spoiler: o próximo capítulo vai ter fantasmas! Muito obrigada pelo apoio até agora!

 Um spoiler: o próximo capítulo vai ter fantasmas! Muito obrigada pelo apoio até agora!

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24 de agosto de 2020 - 8:14

— Com licença — digo para um garçom ao entrar na padaria. — Você poderia me informar a senha do wi-fi?

O estabelecimento em que me encontro é diferente daquele em que estive no dia anterior, porque provavelmente — por Vassouras ser uma cidade turística —, alguns dos estabelecimentos preferem se manter abertos aos domingos e fechados às segundas. Por isso, precisei andar até uma outra cafeteria. No caso, até uma padaria, porque não encontrei nenhum outro comércio aberto que pudesse me oferecer internet gratuita.

— Mas é claro — ele responde com um sorriso de dentes tortos e uma covinha na bochecha. Deve ter menos de 20 anos. — Posso buscar a senha enquanto a senhora aguarda o seu pedido.

Fica óbvio que eu preciso pedir alguma coisa para poder ganhar a senha. Ocorre-me tardiamente a ideia de sentar e usar o aplicativo que tenho para conseguir a senha, mas agora que eu já falei com o menino, ficaria muito sem graça em rejeitar sua generosa oferta. Então sorrio de volta.

— Ah, muito obrigada. Quero um café, por favor — digo e vou me sentar em uma mesa perto da janela que dá para a rua.

A padaria tem um ar sofisticado, mesmo sendo bastante rústica, com cadeiras e mesas de madeira e ferro escuro, paredes de tijolinhos vermelhos e bancadas de cedro envernizadas à mão. Boa parte das vitrines apresenta uma quantidade bem variada de pães, bolinhos e rosquinhas. Perto do balcão, o mostrador exibe doces elegantes e de aparência apetitosa. Não sei o nome de metade deles. Assim que percebo essas coisas, pego o cardápio da minha mesa e o abro. Sinto vontade de me estapear ao ver os preços e me pergunto por que eu não pedi só uma mísera água.

Enquanto me perco no poço do meu arrependimento, o garçom retorna com meu pedido, pondo uma xícara fumegante de café na minha frente e um pãozinho de aparência ótima.

— Aqui está — o garoto informa com gentileza. E antes que eu possa falar qualquer coisa sobre o pãozinho, ele complementa: — É por conta da casa. Cumprimento da dona.

E gesticula para trás do balcão, onde uma moça alta de avental preto organiza os doces do dia, recém-preparados, pelo visto. Assim que meu olhar encontra o seu, ela abre um sorriso simpático capaz de aquecer qualquer coração gelado, como o sorriso de uma irmã mais velha ou algo assim. Sinto meu rosto aquecer e desvio o olhar para minha xícara de café.

— Obrigada — digo ao garçom, e ele assente com educação antes de se retirar.

O arrependimento por ter comprado o café, se já não houvesse se desmantelado diante do sorriso daquela moça e seu pãozinho gratuito, se esvai completamente ao provar um gole da bebida. É divino, nada como aqueles cafés que costumo comprar em pó no mercado. Tem um sabor fresco de caramelo e nozes que me faz querer olhar o nome do local para marcá-lo no meu coração.

A Casa das Rosas (Hiatus até janeiro)Onde histórias criam vida. Descubra agora