Capítulo EXTRA - NOVO

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Olá, pessoal! Tudo bom com vocês? Esse capítulo é um extra que escrevi para ajudar vocês a se localizarem melhor na história e a conhecer a Bia e a vida dela um pouco mais. Nesses próximos dias colocarei mais um capítulo extra + o capítulo 12! Espero que gostem desse capítulo. Adorei escrevê-lo! Criem suas teorias <3 Muito obrigada por tudo!

 Adorei escrevê-lo! Criem suas teorias <3 Muito obrigada por tudo!

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31 de julho de 2020 - 20h34

Quanto mais encaro a mancha escura, mais eu tenho a impressão de que ela me encara de volta. Minha vista escurece de repente e deixo o diário escorregar de minhas mãos e cair na mesa.

Seus olhos escuros acompanham o toque de seus dedos em meu rosto. É quente e suave como a luz do sol. Ele cheira à chuva, à casa. Terra molhada. Não quero deixá-lo, mas não me movo enquanto Pedro se afasta. Deus, meu Pai, me ajude a tomar a decisão correta.

É muito rápido; não consigo entender o que houve. Boa Madame me observa, curiosa, com suas pupilas finas como garras e suas íris da cor do céu ensolarado. A vertigem retorna.

És louca, Beatriz? — grita meu irmão, fuzilando-me com as profundas pedras azuis que são seus olhos. segurando-me pelo braço e empurrando-me na parede, um contraste imenso com o toque de Pedro. — Além de me obrigar a mentir para toda a minha família, ainda quer que eu te ajude a trair meu melhor amigo? Por um acaso é uma meretriz? Respeite a memória de nosso pai!

Cambaleio e Boa Madame sibila alto, perturbada, e foge para longe, indo para a cozinha. Penso que vai parar, mas um rosto surge ao batente da porta por onde a gata passou.

Vejo a criada na porta. Seu rosto roliço está pálido feito pó de arroz e os olhos cor de mel arregalados, horrizada pelo que meu irmão acabou de dizer. Agora ela sabe a verdade, ou a interpreta de uma maneira muito pior. Entretanto, não espera que decidamos correr atrás dela, porque já está escapulindo pelo corredor. Meu irmão dispara em seu encalço, e meu peito pula com tanta velocidade que acho que vai sair pela boca. Meu âmago se embrulha.

É tarde demais para me segurar. Estou ao chão, vomitando sobre o tapete felpudo da minha sala. As pontas dos meus dedos formigam e gelam. Já tive essa sensação antes quando meu pai morreu; quando achei que o mundo estivesse desabando sobre a minha cabeça. Um ataque de pânico.

Tateio a superfície da mesa à procura do meu celular quando a vontade de vomitar diminui um pouco. Penso em chamar minha mãe, mas ela só vai surtar. Meu irmão nem deve ter sinal onde está e teria zero condições de me socorrer. Então decido por ligar para Júlia, porque passar por um ataque de pânico sozinha é a pior coisa que posso fazer por mim.

Júlia chega rápido. Tão rápido quanto uma pessoa que mora a algumas quadras de distância consegue. Porém, quando ela abre minha porta com a chave reserva que escondo debaixo do capacho, encontra uma cena deplorável: o tapete manchado, no qual passei um pano encharcado para poupa-la do meu vômito, e eu sentada ao lado daquilo com a cabeça enfiada entre os joelhos.

A Casa das Rosas (Hiatus até janeiro)Onde histórias criam vida. Descubra agora