No dia seguinte, acordei bem desposta pois descansei da noite mal dormida. Desci as escadas e fui tomar o meu pequeno-almoço e reparei que as botas do meu pai estavam na entrada e o casaco ainda molhado. “Deve estar a dormir, é melhor não fazer barulho” pensei para mim. Fiz torradas e tirei as compotas do armário, fiz o meu leite achocolatado e aqueci no micro-ondas. Comecei a comer quando a Dani me ligou.
“El, queres que te vá buscar a minha mãe disse que podia levar o carro!” Disse toda entusiasmada, a mãe em relação ao carro é muito cuidadosa um arranhão e lá em casa começa a segunda guerra mundial. Bem, já vi a quem a Dani sai em relação ao drama, é de família.
“Está bem, dava-me imenso jeito o meu pai chegou tarde e ainda tá dormi… hum… ainda falto-me vestir … mas sou rápida!”
“Hum hum, Claro que sim, e eu sou o Coelhinho da Páscoa despachaste-te lá El.”
“Claro, sim senhora, em dez minutos estou pronta. Liga-me quando chegares, não te atrevas a tocar na campainha, ouviste!?”- Ela tem a mania de tocar sempre á campainha e depois quem se lixa sou eu uma vez o meu pai ficou tão chateado por ela tocar na campainha que até foi trabalhar mais cedo. Ele não gosta de trabalhar de manhã é preguiçoso, e tem um mau humor matinal. Não quero nada estar perto dele quando isso acontecer denovo. Mas nem sempre é assim, só quando chega a casa mais tarde ou está estafado. Desde que me lembro o meu pai apoiou me sempre em tudo, nunca me disse que não era capaz, ele gosta que siga os meus sonhos e quando está pra lá virado solta uma piada ou outra.
“Sim, sim, despacha-te.”
Entrei no carro e os estofos emanavam um cheiro intenso a jasmim e a tabaco mas nada que não se aguentasse. Dirigimos para a escola, quando começou a nevar, era a primeira vez do ano que nevava!
“Fogo El, agora não encontro lugar!”- Andamos às voltas no parque de estacionamento á procura de um lugar vazio. Encontra-mos um lugar á beira de um jeep vermelho, novinho em folha e parecia ser muito caro. Se eu fosse a Dani não estacionaria ali, destrambelhada como sou ainda riscava a pintura do jeep.
Fomos as duas em direção á entrada da escola, debaixo do meu guarda-chuva. Chega-mos cinco minutos depois do toque, estava toda a nossa turma reunida na porta da sala á espera do nosso novo professor de Inglês. Quando de repente vejo o Luke todo cheio de sorrisos para a Bree como é possível um rapaz como ele que não se ri por nada, rir-se para a estupida da Bree.
Eu tento o mais que posso, mas vê-los assim tão juntos mete-me uma raiva. A Bree era aquela rapariga que todos os rapazes adoram é alta, loira e de pele morena. Só que a sua personalidade não é assim tão bem parecida como o seu exterior. É muita mandona e pensa que tudo se passa em volta dela como se fosse o centro do universo. Eu e a Dani tenta-mos ser as mais civilizadas possíveis mas nem sempre, pra não dizer sempre, não conseguimos. E para não falar que ela trata a maioria das raparigas muito mal, como se acha superior faz tudo o que lhe apetece. Mete-me uns nervos!
Entrei na sala, fiquei ao lada da Dani como o professor tinha dito que podia-mos fazer trabalho de pares, então fiquei com ela. Não sabia do Liam, não nos disse nada ontem e hoje faltou á aula, comecei a pensar se estaria doente mas deve ter faltado por outro motivo, o Liam não é de ficar doente, é muito raro isso acontecer.
Saímos da aula e então pedi á Dani para ligar ao Liam para saber como estava, e o porquê de faltar á aula. Ligou-lhe ao segundo toque ele atendeu.
“Estou Dani, o que foi?”- Atendeu normalmente mas como sabem a Dani é uma pessoa que tem umas goelas que quando grita, grita bem.
“O que foi?! O que foi?! Tu estás com febre só pode. Onde estás? Devias ter tido Inglês connosco, lembras-te? aulas?! E depois tu atendes o telefone como se nada se passasse!”- Disse a Dani toda passada da cabeça por o tom de normalidade, ainda penso que ela estaria um pouco preocupada com ele se não, não fazia este escândalo todo.
“AAAAH! O quê? Tivemos aula hoje de manhã? Impossível vi ontem no horário e não tinha-mos aulas de manhã. Não vocês estão-me a pregar uma partida só pode!”
“Achas mesmo que te estou a pregar uma partida? Tenho mais que fazer.”
“Pronto, pronto já percebi, desculpa adormeci, vou já é rápido!”
“O que andas-te a fazer para nem te lembrares que tinhas aulas de manhã? Meu grandessíssimo... Totó.”
“ Ei pronto tem lá calma com os insultos, tive treino até tarde então cheguei a casa mesmo cansado, foi por isso que adormeci hoje, mas eu já estou a ir, por isso calma!”
“Esta bem, esta bem mas despacha-te olha que levas outra falta.”
Sinto que hoje não iria ser um mau dia, só aquilo do Luke tirou-me do sério mas não me desanimou pois provavelmente era o que ela tencionava fazer, o Lim tinha voltado a tempo da aula e não recebeu falta. Tentei alhear-me destes pensamentos mas não consegui, estava demasiado confusa… E o que sentia por o Luke dava comigo em doida já nem a Dani me aguenta. Eu tenho de deitar isto cá para fora ou expludo.
A Dani contou-me que gostava do Liam, disse que “achava” que estava “in love” eu até gostei de saber que ela gostava de alguém, fiquei, foi surpreendida por ser o Liam. É verdade que ele sempre a ajudou quando precisou e que estava sempre muito junto dela mas não sei se ele sente o mesmo que ela. Queria mesmo muito que eles se entendessem talvez assim a Dani parava um bocado de me atormentar a cabeça e passava mais tempo com a metade da sua laranja. Era o que a minha mãe costumava dizer quando era pequena, chegava á minha beira e dizia.
“Então pequenina, a metade da tua laranja já apareceu!”
Eu, pequena como era não sabia muito bem o que ela queria dizer com aquilo, então respondia sempre que tinha comido a laranja toda. Como é que poderia ter aparecido a metade da minha laranja, se eu a tinha comido?
Mas como é óbvio mais tarde entendi o que a minha mãe queria dizer, agora até me rio com as respostas que dava na altura.
![](https://img.wattpad.com/cover/2251923-288-k261004.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Lei da Vida
Подростковая литератураPor as nuvens, por o vento, por o fogo, por tudo o que vem naturalmente, naturalmente tudo vai, um dia tudo acaba sem ao menos tu saberes. Tudo que era teu, tudo que tu consideravas importante ou especial desaparece sem dizer adeus, e a única coisa...