Grávida ? tem certeza?

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POV Luiza
 
Meus olhos simplesmente não conseguem acreditar no que vêem, esse com certeza não é o David pelo qual me apaixonei. Não é o cara que eu amo e me sinto de coração partido.
 
Ele cambaleia enquanto eu e Bernard os guiamos para frente de nosso apartamento, Valery vai na frente para chamar o elevador. David não faz idéia do quanto essa situação está sendo humilhante. É como se ele nem se importasse mais comigo e tenho raiva desse jeito ridículo dele.
 
- Vem gente. - Valery faz sinal com uma mão enquanto a porta do elevador se abre.
 
- Vamos... vamos pra alguma... Alguma festa amor? - David pergunta com a língua enrolando e trocando os pés.
 
- Estamos em casa David, você precisa de um banho bem gelado e dormir. - eu respondo de modo seco e indiferente.
 
- Quero voltar para o bar... eu... eu quero beber aquela bebidinha colorida...
 
- Você não vai ganhar bebidinha colorida, David! - Bernard se pronuncia enquanto entramos no elevador e Valery aperta o botão pra cobertura.
 
- Eu quero voltar. Me deixem voltar, todos meus amigos estão lá. - ele pede e vejo sua cara de bêbado cheio de sono.
 
- Não David, seus verdadeiros amigos estão aqui e nas casas deles. Oscar, Tiago e Bernard. - começo a ficar nervosa e ajeito seu braço que se apoia em mim. - O Lucas e aquele outro jogador eles não são seus amigos, são uns idiotas. Ficam rindo da sua cara.
 
- Vocês estão muito chatos! - ele quase grita. - Eles são meus amigos sim, gostam de me ver feliz.

- Bebendo? Esse é seu único modo de ser feliz agora?
 
- Me deixa em paz.
 
- Cala essa boca cara, amanhã você vai estar todo arrependido!
 
- Ele não entende Bernard, seu amigo é o mais novo idiota do planeta. O mais idiota de todos.
 
- Ei, eu estou aqui!
 
- Não me diga. - reviro os olhos já sentindo seu peso sobre meu ombro, a porta do elevador abre. - Bê, consigo leva-lo até o nosso apartamento, pode ir.
 
- Tem certeza?
 
- Absoluta.
 
- Liga pra gente Liza, dá notícias.
 
- Pode deixar. Obrigada por tudo.
 
- Se precisar estamos aqui. Tchau.
 
- Tchau, tomem cuidado no trânsito.
 
Então a porta do elevador volta a se fechar e vou caminhando com dificuldade em direção a porta, o peso de David me faz cambalear para os lados e ficar cada vez mais cansada. Esse idiota ainda vai me matar de raiva.  Pego a chave de casa e abro a porta com dificuldade, entramos cambaleando e o sento no sofá.
 
- Fica ai David, vou fazer um café pra você. - falo pra ele que me olha de cara feia. - Vai dormir no sofá hoje.
 
- Vou dormir no quarto, se você quiser pode dormir no sofá.
 
- Deixa de ser ridículo. 
 
- Ridícula está sendo você. 
- Seu babaca idiota e imbecil, quero o seu bem.
 
- Sai de perto de mim, quero voltar pra festa, não quero ficar aqui com você. - ele reclama tentando se levantar.
 
- Vai sair daqui como? Voando? - eu grito com ele. - Não vou fazer porra nenhuma de café pra você, não merece. Tomara que fique com uma ressaca do caramba. Vou dormir.

Ele me ignora, se deita no sofá e fecha os olhos. Então está dormindo. Suspiro e subo para nosso quarto, tiro minhas roupas e me jogo na cama totalmente cansada do dia de hoje.
 
[...]
 
Acordo com uma baita dor de cabeça, é como se eu tivesse bebido a noite inteira e ficasse de ressaca. Mas não ingeri nada alcoólico. Minha dor tem nome, sobrenome e cabeleira.
Ainda não consigo acreditar no vexame de ontem, eu estou cada dia marcado e estranhando essas atitudes dele, isso não é de seu feitio.
 
Meu celular toca na cama, estou deitada aqui sozinha por motivos errados, pela segunda vez. Atendo quando vejo a foto de Maggie.
 
- Oi Mag. Algum problema? - pergunto preocupada, afinal é oito horas da manhã e ela nunca liga cedo.
 
- Oi Liza... Eu... eu não sei... - a voz embargada me faz sentar na cama. - Fui no hospital... eu fui... fiz um exame... ah meu deus. O que vai ser de mim agora? - ela começa um choro compulsivo.
 
- Maggie, fala comigo, vai ficar tudo bem. - tento acalma-la mas a crise de choro só se intensifica. - Onde você está?
 
- Eu... tô em casa.
 
- Okay. Tente se acalmar, toma uma água, estou indo ai agora.
 
- Tá... obri... obrigada. - ela desliga e me levanto da cama, vou ao banheiro e tomo um banho rápido, visto qualquer coisa e prendo meus cabelos em um rabo de cavalo. Quando desço pra sala vejo David sentado de cabeça baixa, ignoro ele.
 
- Podemos conversar?

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