Vai para o inferno David!

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POV Luiza 

Sabe aqueles momentos que alguém te assusta e seu coração quase sai pela boca? Então, assim que eu me senti ao ver Lucinda com seu sorriso simpático e sua tranqüilidade absurda. 

- Pensei que nunca mais te veria, é bom te rever.- Ela diz me puxando para um abraço afetuso. Fico sem palavras e apenas retribuo.- Tudo bem? 

- Ahn... é...- Me afasto dela e forço um sorriso.- Estou bem e você? 

- Levando a vida da melhor forma possível.- solta uma risada rouca. 

Ficamos em silêncio, coço minha cabeça numa atitude completamente desconfortável, ela parece também estar um pouco desconfortável. 

- Já almoçou? - ela pergunta sorrindo de lado. 

- Na verdade não comi nada desde cedo.- confesso sem ânimo. 

- Que tal comermos alguma coisa, por aqui mesmo e conversamos?- Ela pergunta pegando na minha mão. 

- Ah, é pode ser.- assinto. 

- Só vou ali avisar para minha filha que encontrei uma amiga, e já volto.- assinto novamente.- Me espera naquela lanchonete, poder ser?- ela aponta uma lanchonete com aparência dos anos oitenta, a mais ou menos três metros de distância. 

- Claro, nos encontramos lá.- digo me afastando. 

Não sei porque, mas olhar pra Lucinda me causa uma tristeza profunda, não tenho nada contra ela, pelo contrário, eu até gosto dela apesar de termos nos vistos só duas vezes, contando com essa. Mas o fato é que, a história de Lucinda me entristesse, fico pensando no sofrimento dela ao se separar de Pablo. 

Na verdade fico pensando em tudo sobre a vida dela, sobre sua família e agora que descobri que ela tem uma filha, isso só me deixa mais curiosa ainda. 

Escolho uma mesa afastada, me sento na cadeira e suspiro um pouco agoniada. Pego me celular e envio uma mensagem a David. 

"Amor, eu realmente vou chegar mais tarde, desculpe, mas tenho umas coisas para resolver. Beijos. Eu te amo, não se esqueça disso, haja o que ouver." 

- Pronto, agora podemos conversar.- Lucinda diz se sentando na cadeira da frente.- Antes, vamos fazer nosso pedido.- apenas concordo com um movimento de cabeça. 

Uma garçonete com patins vem até nós, fazemos nossos pedidos, e ela se afastá. Lucinda me olha e sorri. 

- Alguém está aqui no parque com você?- ela pergunta. 

- Não agora, mais cedo eu estava com dois amigos.- Falo forjando um sorriso. 

- E qual a graça de ficar num parque de diversão, sozinha? 

- Estou trabalhando.- mostro a câmera para ela. 

- Ah sim, trabalho legal o seu. 

- Realmente, é muito legal.- sorrio de lado. 

- Vim acompanhar minha filha e meu neto, parques não são tão agradáveis para mim.- ela diz rindo. 

- E porque não? 

- Sou apenas uma velha, não tenho a animação de vocês jovens.- da de ombros. 

- Quê isso Lucinda, não existe idade num parque de diversão, somos todos jovens num lugar como esse!- digo num tom de voz suave. 

- Tem razão.- sua voz é arrastada e ao mesmo tempo delicada.- Como foi sua viagem para Miami? 

- Foi... é...- tento achar as palavras certas - Razoável.- minto. 

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