Amor Entre Primos

Eu tô do se lado .

POV Luiza
- Onde você vai? - David pergunta com a voz sonolenta, olho pra ele deitado na cama e suspiro.
- Vou visitar a Lucinda. - respondo calçando meus sapatos.
- Aposto que vai tentar conversar com o neto dela. - ele diz me puxando pra perto.
- Eu vou mesmo. - falo e ele me olha arqueando a sobrancelha. - Preciso descobrir o porquê daquela reação dele.
- Liza, o cara já deixou bem claro que não quer aproximação de você. - David diz sério.
- Eu não quero que ele seja meu melhor amigo, só quero entender o porquê de ele ter me tratado daquela maneira. - respondo.
- Vou nem falar mais nada.
- Ótimo. - falo lhe dando um selinho. - Até mais tarde.
- Pega um táxi, tá nevando então prefiro que não dirija e nem pilote aquela moto. - ele diz e assinto dando um selinho. - Te amo.
- Amo você. - falo saindo. 
*****
Saio do táxi e olho para casa de Lucinda, respiro fundo me lembrando da última vez que estive aqui e discuti com meu doador de medula, junto toda minha coragem e caminho até a porta, bato levemente e depois de escutar um " só um momento " Lucinda abre a porta sorrindo.
- Querida, que bom te ver. - ela me abraça e retribuo satisfeita. - Já estava com saudades!
- Eu também já estava com saudades! - respondo me afastando.
- Entre, vou servir um chá e um bolo que fiz hoje cedo, sei que você adora doces. - ela diz enquanto entro.
- Eu adoro Lucy.
- Vamos ficar aqui na sala mesmo, está tudo coberto de neve lá fora. - ela diz enquanto me sento no sofá. 

- Vou na cozinha e volto em um momento, fique a vontade. - ela diz antes de se retirar.
Olho em volta e simplesmente adoro a decoração da casa de Lucinda, parece com uma casa de boneca. Escuto passos vindos da escada e olho para frente, Henry desce os degraus e quando me vê paralisa, ele suspira e caminha até mim.
- Se você veio aqui para tentar falar comigo saiba que perdeu a viagem. - ele diz e eu acabo rindo.
- Não sei se você sabe senhor Henry, mas o mundo não gira ao seu redor. - respondo irônica e ele sorri cínico.
- Então o que veio fazer aqui? - ele pergunta ríspido
-  Vim conversar com a Lucinda, não sei se você sabe mas ela e eu somos amigas. - enfatizo a última palavra. - Entendeu ou quer que eu desenhe?
- Eu adoraria perder o meu tempo, mas tenho que dar um corridinha. - ele diz e então noto sua roupa e tênis.
-  Você precisa mesmo dar uma corrida, sabe, entrar em forma. - sorrio cínica.
- Ah claro, até porque eu sou enorme de tão obeso...
- Que confusão é essa?- Lucinda pergunta com uma bandeja em mãos.
- Não é nada vovó.
- Espero que não seja mesmo. - ela diz séria. - Gosto quando as pessoas que eu amo se dão bem.
- Preciso ir. - ele diz nos olhando.
- Não, você não precisa. - Lucinda diz colocando a bandeja na mesinha de centro. -Está muito frio lá fora e você não pode sair até melhorar da gripe.
- Tá gripadinho? - pergunto tentando não rir.
 
- Vó eu agradeço muito por todo cuidado, mas não sou criança, sei o que faço. 

- Não vai sair pra correr com toda essa neve, vai afundar antes mesmo de dar o primeiro passo. - ela o alerta. - Então se sente e tome um chá com a gente e nem adianta dizer não porque eu quero muito que os dois tentem se conhecer melhor, quem sabe assim vocês não mudam o pensamento que tem um do outro?
- Lucinda...
- Não quero saber, os dois vão conversar como pessoas civilizadas que são. 
Então sem alternativas nos olhamos e sentamos ao mesmo tempo, ele na poltrona branca elegante, Lucinda e eu no sofá maior.
- Como foi as festas de fim de ano? - ela pergunta enquanto me serve uma chicara de chá.
- Foram ótimas, eu e meu namorado fomos para casa da nossa família passarmos o natal e no réveillon fizemos uma pequena comemoração no apartamento do David. - respondo e ela sorri, Henry parece com tédio. - E como foi para você?
- Fui pra casa da minha filha, Henry foi comigo e as festas foram ótimas, não é mesmo querido? - ela pergunta e ele sorri.
- Sim vovó, foram ótimas.
- Porque o seu namorado não veio com você? - ela pergunta.
- Ele tem treino, vai ter um jogo importante semana que vem, um amistos com a seleção brasileira. - respondo.
- Boa sorte para ele. - ela deseja e sorrio.
- Obrigada Lucy.
*****
Até que tomar chá com Henry não foi tão ruim, ele é muito atencioso com a avó, ri com as brincadeiras dela e sempre é cuidadoso, um cavalheiro na verdade.
- Acho melhor eu pedir um táxi, está ficando tarde e o David vai se preocupar. - comento pegando meu celular.