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Acordei naquela manhã com as costas doendo, não estava acostumada com a cama cheia de molas. Mas esse era o menor dos meus problemas.

Fiz uma escala mentalmente para o dia, agora, tomarei um banho e perguntarei a Daryl se posso pegar uma roupa daqui emprestada. Já que esse quarto parecia ser de uma mulher deveria ter roupas de mulher.

Depois, iria a lanchonete me desculpar pelo ocorrido de ontem. Aquele homem deve estar uma fera comigo. Já imagino ele me demitindo.

Se isso acontecer eu tô fudida.

A tarde buscarei algumas coisas no meu apartamento. E quando voltar limparei esse cubículo, não vou viver na poeira.

Me levantei detectando tudo ao meu redor. Um abajur rosa, cortinas vermelhas, um tapete branco - que a propósito estáva imundo - cobrindo todo o quarto e um guarda roupa caindo aos pedaços, tinha um criado-mudo ao lado da cama com algumas jóias e um porta retrato caído.

Pensei em levantar mas achei que seria invasão de privacidade, ou sei lá.

E se a moça que dorme aqui me ver dormindo em sua cama?

Minha curiosidade falou mais alto. Tive de levantar aquele porta retrato.

Era um mulher, com pouco mais de 30 anos. Daryl estava a sua esquerda com a mão em sua testa tampando o sol e Merle a direita com um cigarro na mão. Os três tinham a mesma cara de caipira.

No meu momento de reflexão tentando descobrir quem seria essa moça, uma porta se abriu, mas não era a minha.

Levantei e abri minha porta calmamente dando de cara com Daryl ao lado da porta, me pareceu que ele iria bater em minha porta.
- Bom dia... - Digo meio assustada, evitei olhar aquela carinha de quem recém acordou, mas por suas cambaleadas até a cozinha ele estava bêbado.

- Bom dia princesa. - Ele diz com uma voz de bêbado.

Eu já disse que amei esse apelido? Ouvindo isso de um caipira durão era satisfatório.

- Quem dorme no quarto que eu dormi? - Arrisquei perguntar, Daryl me lançou um olhar de quem não gostou da pergunta. Mas eu tinha que saber.

- Ninguém importante. - Sua voz se entristeceu, certeza que essa pessoa era importante sim, ele não confia 100% em mim para dizer.

Não o culpo, eu também não confio muito nele.

- Está bem... Eu posso pegar uma blusa dela emprestado?

- Vai sair? - Seus olhos se regalaram depois da minha pergunta. O que ele acha? Que eu só vou ficar aqui e não vou sair?

- Sim, tenho que ir à lanchonete me explicar, e pensei em passar no meu apartamento pegar algumas coisas.

- Você ficou maluca? Aquele lugar tá cheio de policiais esperando por você. Nem passe pela aquela rua. - Ele praticamente gritou, foi a primeira vez que vi ele nervoso.

- E as minhas roupas? Minhas coisas... Minha escova de dentes? - Digo arqueando uma sobrancelha. Ele me olhou incrédulo, riu de lado.

- Sério? - Agora é ele quem arqueou uma sobrancelha. - Vou conseguir roupas pra você. O resto pode esperar.  - Ele finaliza, cruzei os braços vendo ele passar ao meu lado. Meus dentes não podem esperar.

Nem me preocupei com isso. Tinha que ir a lanchonete sem preocupações na mente,
mais tarde cuidarei disso.

Deixei de lado o senhor Dixon revoltado com a vida e fui embora.

Guardei o lugar onde estava saindo para não esquecer. Já que eu nunca tinha visto essa parte da cidade.

Okay, é um beco a direita do armazém da senhora Linda.

Psɪᴄᴏᴅᴇ́ʟɪᴄᴀ | 𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐚𝐥𝐤𝐢𝐧𝐠 𝐃𝐞𝐚𝐝 Onde histórias criam vida. Descubra agora