Psɪᴄᴏᴅᴇ́ʟɪᴄᴀ | 𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐚𝐥𝐤𝐢𝐧𝐠 𝐃𝐞𝐚𝐝

37°

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A viagem foi longa, mas, Negan tentou pelo menos, deixar mais divertida. Por incrível que pareça, o som da caminhonete ainda pegava, eram sempre as mesmas músicas e com um eco de fundo, Negan não deixou a música muito alta para não atrair os caminhantes, e de alguma forma, parecia que eu estava feliz.
- Today is gonna be the day, That they're gonna throw it back to you... - Negan começou a cantarolar batendo os dedos no volante conforme a melodia. Sorri de lado vendo todo seu entusiasmo, e acho que o cantor percebeu.
- Vamos Brook... Todo mundo conhece essa música. - Negan dizia me encarando e estalando os dedos, gargalhei alto pelo seu jeito, Negan sorria também e ainda cantava.

- And all the roads we have to walk are winding... - Resmunguei baixo completando o refrão, era Wonderwall do Oasis, Ellie me mostrou essa música. Negan me encarou e começou a cantar o restante do refrão, nunca o vi tão animado.
Negan se acalmou por uns segundos e cantou novamente o refrão, ele parecia amar essa música, e realmente era muito boa, eu só prestei atenção no que a música dizia...

Eu disse que talvez, você vai ser aquela que me salvará, e no final das contas, você é minha protetora...

Você vai ser aquela que me salva...

(...)

Minha barriga roncava e minha cabeça doía, eu pediria comida, mas eu estava tão insegura e paranóica, comecei a ignorar minha fome, mas ai eu lembrei, céus eu tenho que alimentar meu filho...
- Tem algo para comer? - digo baixinho encarando Negan, ele aponta para o porta-luvas. Abro em seguida, tinha uma pistola alí.

Ignorei a pistola e peguei o que parecia ser um sanduíche enrolado em papel filme. Fechei o porta-luvas rapidamente, senti os olhos de Negan me secando desde que abri o porta-luvas, ignoro ele e desenrolo o sanduíche dando uma enorme mordida.
- Quer um pedaço? - pergunto tentando ser educada.

- Não, querida. É seu. - ele diz me encarando e sorrindo no final, que mania estranha é essa de dizer querida a cada duas palavras?
Voltei a morder e engolir o sanduíche, eu estava com tanta fome que nem vi que acabei em menos de um minuto.

Já sem nada pra fazer ou falar, algo para me distrair, resolvi contar as árvores, comecei um 200, 300, e parei em 3.490. Eram muitas árvores, muito longe de onde nós estávamos.
Quase dando 3.491, vejo uma enorme construção bem a frente, cercada com um muro de arame farpado, e alguns homens na cobertura da construção. Ainda não fazia idéia do que isso era mas posso afirmar que era muito extensa.
Os portões se abriram dando aceso a entrada e ao pátio. Logo que entro vejo um caminhante amarrado pelos braços na cerca, que porra é essa?
Negan encostou a caminhonete perto de uma porta, ele desceu, a idéia de pegar a pistola passou pela minha cabeça, estendi a mão para abrir o porta-luvas e então a minha porta se abre.
- Vamos? - Negan diz me olhando com aquele olhar de que sabia o que eu ia fazer, assenti descendo do carro, consigo me manter calma mesmo sabendo que meu coração estava quase na garganta.

Ele me guiou até a mesma porta que havia visto, nem se quer olho para os lados ou para trás, só queria entrar logo naquele lugar e tirar minhas próprias conclusões.
Era incrível, pessoas trabalhando, sorrindo umas para outras, crianças correndo e se divertindo, mas, mesmo assim, um guarda em cada canto.
Bom, dava para deduzir que era uma fábrica, ou algo do tipo, se for notar por algumas escadas que possivelmente levam para o segundo andar, fornalhas e algumas saídas de ar.