57°

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"Isso não pode ser real"
"Isso não é real, não deve ser real"

Eu fiquei minutos repetindo isso, achando que fosse desaparecer como passe de mágica. A água fria caindo sob meu corpo quente me dava um choque térmico, me trazendo para a realidade, a dura realidade. Eu não sabia o que fazer, o que eu posso fazer, eu estou fodida.

Stella ordenou que eu tomasse um banho enquanto ela recolhia o corpo de Eleanor, eu nem olhei o corpo, me dava enjôos e calafrios, e eu nem imagino o que Negan falou ao povo, e o que ele vai fazer com Jhon, mas atualmente, ele é o menor dos meus pesadelos. Aproveito meu tempo sozinha, e me acabo em lágrimas, eu estava morrendo de medo, de perder novamente um bebê, de dar tudo errado, do que Negan achará disso...
Desligo o chuveiro e logo escuto cochichos vindo do outro lado da porta, eu tentei assimilar as palavras mas pareciam estar todas embaralhadas no meu cérebro, eu parecia ver as coisas embaralhadas, minha visão ficou totalmente fodida, me apoio na cuba da pia e tento me concentrar em voltar ao normal, eu não sabia o que estava acontecendo comigo, mas de acordo com os livros que li, acho que eu estava a segundos de desmaiar.
Fico uns trinta segundos na mesma posição, de olhos fechados e pensando no que me fazia feliz, quando eu era criança e ficava assustada, eu pensava no meu cachorro, ele era o único que me fazia feliz naquela época, mas, agora, eu me esforcei para pensar em alguém que me fizesse feliz, meus pensamentos voltaram no tempo, nos bons tempos em que eu acordava feliz por que finalmente eu me sentia amada por alguém, e esse alguém era Daryl... Mas isso, é apenas lembranças do passado, que jamais voltaram.

Visto rapidamente minhas roupas limpas, uma calça preta blusa branca e uma jaqueta vermelha, Stella me emprestou, e botas, mesmo com uma jaqueta, eu estava morrendo de frio, era indescritível, a janela do banheiro era muito pequena e mesmo assim, o vento forte e frio era intenso. Saio de lá as pressas, fecho a porta e assim, olho para a sala.
Negan estava sentado no sofá, com o taco em cima do mesmo, a posição que ele estava, não sei, parecia, nervoso. Estava com os cotovelos apoiados nos joelhos, as mãos juntas e um olhar preocupante, eu quase voltei para o banheiro.

- O que os testes disseram? - ele apenas pergunta me olhando de canto.

- Positivo. - respondo baixo, ele apertou uma mão na outra e mordeu o lábio inferior, o que eu temia estava acontecendo.
- O que foi? Quer que eu aborte? - eu nem penso em dizer outra coisa, a ira me subiu a cabeça e não consegui controlar a minha língua. Seu olhar de canto era fatal, porra, não devia ter dito aquilo...

- Não sou a favor de matar crianças, inocentes. - ele respondeu em tom de ironia, eu mal respirava, Negan olhou para baixo e sorriu.
- Meu pai foi um filha da puta, ele queria que minha mãe me abortasse também. - ele diz encarando a mesinha de centro, ele nunca me disse nada tão íntimo assim.
- Eu não sou uma filha da puta. - ele diz sério me olhando mais sério ainda, assenti, Negan tirou gentilmente Lucille do sofá e a segurou com a mão direita, enquanto a outra estava levantada até mim, fazendo sinal para que eu fosse até ele. Eu fui.
Seguro na mão de Negan, sua mão foi até a minha cintura e me puxou para sentar em seu perna, sento e olho pra baixo, ele me ajeitou melhor e finalizou com a mão em minha perna.
- Não gosto da idéia de ser pai, admito. Mas não vou te obrigar a abortar. - ele resmungou me encarando, eu ainda estava com a cabeça baixa.
- Melhor ter um filho com você do que com qualquer outra daquelas putas. - Negan diz rindo depois de terminar, ele distribuiu beijos em meu pescoço, eu fiquei sem reação, achei patético ele chamar as garotas assim.

Percebo Lucille cair no chão e a mão que a segurava foi até meu rosto, virando o mesmo para Negan, ele me beija com toda intensidade e selvageria, eu me perco nisso.
Seguro seu cabelo com minhas mãos enquanto o retribuo os beijos, mudo minha posição deixando minhas perna uma em cada lado dele. Rapidamente o clima foi esquentando, eu não pensava em mais nada, só queria arrancar sua calça...

Minha jaqueta foi tirada e jogada num canto, tiro a dele e jogo por trás do sofá, em poucos segundos a única peça que restava em meu corpo era as íntimas, ele beijava meu corpo e eu não resistia a isso.
Tudo o que ele faz com os lábios, os dedos as mãos, me excitava, algumas vezes até demais, era incrível mas ele sabia onde era meu ponto fraco e ia diretamente nele, parece que ele me conhece a anos...

- Negan? - chamo seu nome num gemido baixo, ele me olhou pacífico.
- Era você no bar? - digo baixo, cacete eu só me lembrei agora, a jaqueta de couro, os cabelos negros, não cheguei ver seu rosto por inteiro, mas, era ele, ou, alguém muito, muito parecido.

- Que bar querida? - ele resmunga baixo beijando meu seio em seguida, soltei um gemido baixinho enquanto tentava lembrar o dia e o nome do bar.

- 20 de janeiro, no bar Blind Willie's - gemo enquanto termino de falar o nome do bar, levanto a cabeça sentindo o prazer vindo, Negan pressionava minha cintura enquanto eu me movimentava em seu membro.

Negan parou os beijos quando terminei de falar, acho que ele se lembrou, encarei ele e sua feição era de surpresa.

- Você deve ter me confundido querida. - ele resmunga encarando meus lábios, eu dúvido muito, mas deixei pra lá, e também, faria alguma diferença? Ok possivelmente já nos vimos no bar antes do apocalipse, mas nem se quer trocamos olhares, então, não faz sentido lembrar disso.

Negan segurou em minha cintura e me levou até a cama, não demorou muito para me jogar pro lado e descansar, já que ele também estava. Me deito em seu peito, ele estranha por um momento, mas depois seu braço passou por volta do meu corpo, e assim eu dormi. Por duas horas...

[…]

Psɪᴄᴏᴅᴇ́ʟɪᴄᴀ | 𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐚𝐥𝐤𝐢𝐧𝐠 𝐃𝐞𝐚𝐝 Onde histórias criam vida. Descubra agora