Psɪᴄᴏᴅᴇ́ʟɪᴄᴀ | 𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐚𝐥𝐤𝐢𝐧𝐠 𝐃𝐞𝐚𝐝

71°

...

— Tire suas mãos de mim. — eu gritei me afastando do homem e indo para o canto da sala, eu terminava de arrumar meu vestido, meus seios amostra fazendo me sentir mais envergonhada.

— Querida... Não fique assim. — Negan sussurrou baixo vindo em minha direção, me esquivo mostrando para ele que não o quero por perto, ele para.

— Isso foi estupro. — digo séria, engoli seco enquanto ele me analisava, suspirou passando a mão na barba.

— Brook... Acha mesmo que eu faria tal atrocidade? Sou um homem de respeito porra. — ele diz com um sorriso de canto, eu não me mexia, não respirava, me mantinha assustada.

— Você já fez pior. — resmunguei olhando o chão, não queria ver seus olhos, eu sentia frio, tentava me aquecer passando as mãos em meus braços, falhando miseravelmente. Negan ficou quieto enquanto ainda me olhava, vejo por cima do olho ele se mexer, e em dois segundos uma coisa preta é estendida até mim. Sua jaqueta.
Faço que não com a cabeça, mas ele insiste, se aproximou aos poucos, eu nem o vi chegar tão perto, ele estava em minha frente, colocando a jaqueta envolta de mim, eu deixei, não posso dar a louca, pensei em Daryl, sofrendo e o que passa pela sua cabeça depois de me ver daquele jeito, penso em Jace, aquele cabeça dura que não escuta ninguém, minha filha, minha pequena Ellie, que ela me perdoe pelo excelente pai que lhe dei.

Sua jaqueta estava quente, as mãos de Negan estavam em meu ombro, ele se aproximava aos poucos, eu não me mexia, de repente sinto um beijo em minha cabeça, aquilo me fez sentir sentimentos tudo junto e misturado, eu não conseguiria nem descrever, e depois do beijo na cabeça, ele me abraçou, mas eu sentia, eu podia notar que aquilo não passava de cena, para ganhar minha confiança,
Eu não abracei de volta, se era isso o que ele esperava, eu estava de braços cruzados só esperando ele se afastar.

— Preciso ver minha filha. — resmunguei me afastando aos poucos, Negan me encarou enquanto eu desviava o olhar.

— Você sabe que eu te amo... — ele resmungou tocando minha bochecha, eu não sabia, não acreditava, nada do que ele disser vai trazer as pessoas que ele matou.
— Você também me ama?!

O que eu poderia dizer? Céus, é repugnante pensar que eu amaria ouvir isso dele, a alguns tempos atrás, eu com certeza falaria que lhe amo também, mas agora, eu não consigo dizer, não consigo pensar nisso, mas Infelizmente, eu conseguia sentir, o que talvez seja pior.

Sua feição esperando minha confirmação me assustava, meus olhos encaravam os seus, eu apenas olhei para baixo, eu não lhe diria que o amo, não posso fazer isso com Daryl, nem comigo mesma.

— Eu sei que sim... Pode ir. — Negan respirou fundo antes de dizer isso, ele soltou meu ombro e eu passei rapidamente por ele, sem perceber, levando sua jaqueta comigo.

•MAIS TARDE•

Após amamentar Ellie, desci com a pequena para tomar um ar e ver as crianças que ainda tomavam coragem para brincar. Eu esperava encontrar Daryl para lhe mostrar ela, dizer qual era seu nome, mas eu também temia para que isso não acontecesse.
Caminho pela imensa fábrica sendo totalmente ignorada por todos, ninguém se atrevia a falar comigo, e ainda, algum homem que eu não faço idéia o nome, me seguia, certamente um cachorrinho de Negan para me vigiar.

Não acho Daryl, deve seguir preso em algum lugar que eu desconheço, Ellie acabou adormecendo em meus braços, penso em subir e levá-la pra cama já que o sol já estava de pondo, mas percebo um cochicho, como se alguém chamasse meu nome.

— Você é Brooklyn? — era o mesmo homem que me perseguia, ele perguntou e olhou para os lados a procura de algo, ou alguém, como se fosse um risco falar comigo.

— Sou sim. — digo olhando o homem, ele fez um sinal com a mão para que eu o seguisse, como eu confiaria num desconhecido?
— Quem é você? — perguntei ainda parada, o homem que tinha dado passos largos, voltou.

— Meu nome é Tim, sou amigo de Stella, consegui uma oportunidade para a senhora falar com Jace. Mas tem que ser rápido. — Tim falava rápido, desesperado para que eu encontrasse Jace, ótimo, sabia que Stella estava fazendo alguma coisa.
Sigo Tim com a pequena Ellie ainda nos braços, viramos alguns corredores, alguns bem escuros, tento memorizar tudo, até que Tim para numa porta cinza, de lata, e bate três vezes.

— Senhor Jace? Senhora Brooklyn está aqui. — o homem que aparentava ter uns 40 anos disse, ele parecia um garçom, agia como um, talvez fosse garçom na sua antiga vida.

Me aproximei da porta escutando passos se aproximar.
— Estou aqui. — digo encarando a porta cinza.

— Brook... Não temos muito tempo. A música vai começar de novo. — ele diz baixo, parecia sufocado, obviamente, que música vai tocar novamente?
— Me escuta, eu sei que está chateada com Negan, mas precisa se aproximar dele de novo. — ele diz rápido, apenas escuto tudo.
— Você é nossa única saída daqui, precisa convencê-lo a tirar nós dois daqui. — Jace diz, mas eu sabia que a outra pessoa não era eu. Havia outra porta, ao lado da de Jace, eu me aproximei da mesma escutando mais uma respiração.

— Daryl?!

Resmunguei seu nome esperando uma resposta, eu sabia que ele estava aqui, mas eu também entendia o seu silêncio.

— Brooklyn... Ele está aqui, mas precisa focar em Negan, precisa seduzir ele. — Jace diz, eu levantei a cabeça sentido o peso disso, suspirei alto.
— Stella está lá fora... Ela está com Rick. — ele diz, aquilo me traz esperança.
— Eles vão atacar e pra isso precisamos estar fora daqui, sabemos que você, Negan vai proteger. — ele diz como se eu fosse a salvadora do mundo, eu não consegui nem dizer que lhe amo, imagina seduzir.

— Eu não vou deixar acontecer uma guerra num lugar onde a minha filha está. — digo voltando para a porta de Jace. Ele se calou.
— Negan é mais esperto que nós três juntos, acha mesmo que isso vai funcionar? — pergunto séria, Tim estava no corredor vigiando.

— Precisa funcionar. Stella vai saber o que fazer. Vocês duas vão ficar seguras eu prometo. — ele diz, sua palavra não era de alto confiança, como posso prosseguir assim? 
— Tira a gente daqui... O mais rápido possível. — foram suas últimas palavras. Uma música muito alta começou a tocar, isso fez a pequena acordar e dar um micro choro, consigo acalma-la, Tim correu ao meu encontro e me puxou pelo braço sutilmente até outro corredor, um guarda passou por nós enquanto nos escondemos, acompanhei Tim até o mesmo lugar que estávamos, ele sumiu de repente, como um fantasma, me vejo sozinha enquanto voltava para o quarto, pensando no que tinha que fazer, no que eu precisava fazer, tira-los daqui era prioridade, seduzir Negan e perder novamente a confiança dele, por que sabemos, que um dia ele vai descobrir.

(...)