Psɪᴄᴏᴅᴇ́ʟɪᴄᴀ | 𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐚𝐥𝐤𝐢𝐧𝐠 𝐃𝐞𝐚𝐝

12°

Daryl meio que estava me evitando por eu ter pego a arma, dormi com a Ellie está noite.
Sinceramente, as vezes eu não entendo ele, porra, saber mais uma coisa não era tão ruim, com esse novo mundo eu tinha que saber atirar e a me defender.

Nessa noite não preguei os olhos, irônia do destino.

Já estava de manhã, a luz era forte e queimava meus olhos, coloquei a mão em minha testa tampando os olhos.

Estava quente, mas minha temperatura estava baixa e eu suava frio, decidi ficar deitada sobre o carpete ali mesmo olhando o teto, esperando alguma coisa cair de lá de cima.

A porta do armazém se abriu rapidamente batendendo com tudo a maçaneta na parede, Daryl e Merle saíram de lá gritando, Daryl quase socou a cara de Merle. Não sei o que ele fez, mas se deixou Daryl nervoso, com certeza fez uma merda gigantesca.
- Aí, o que tá acontecendo? - Levantei bem na hora que Daryl ficou frente a frente com Merle. isso não pode acontecer, não agora que precisamos dos dois juntos.

Ellie acordou e sentou no carpete olhando em volta analisando o que estava acontecendo.

- Nada. - Daryl resmungou minutos depois sem olhar para mim, ele passou por Merle e esbarrou em seu ombro. Daryl seguiu até o armazém, desci do palco indo em direção ao Merle que estava prestes a acender um cigarro.

- Porque ele está assim? O que você fez? - Digo batendo contra seu peito.

- O que eu fiz? Pergunte pro seu namorado porque nem eu sei o que eu fiz. - Merle disse e em seguida jogou a fumaça em meu rosto, assoprei de volta. Fui em direção ao armazém conversar com o furacão Dixon.

- Daryl, me conta o que tá  aconteceu. - Digo baixinho e fecho a porta, ele não diz nada, nem se move, permanece olhando para a janela. - Daryl por favor.

- Não devia ter aceitado aquela arma. Merle vai querer te ensinar atirar. - Daryl resmungou depois de uns minutos.

- Isso é ciúmes? Do Merle? Sério Daryl...

- Não. Só que... Uma vez você me disse que ele queria alguma coisa com você, eu ainda não descobri o que é, mas com certeza não é coisa boa... Então não quero que fique perto dele... Não sem mim.

Era isso, era fofo ver ele se preocupar comigo, mas sou bem grandinha para me cuidar sozinha, Merle sabe que se tentar alguma gracinha comigo eu o mato, e Daryl também.

- Seja o que for, não quero saber. Vamos começar uma vida nova agora, quem sabe não partimos para longe, Merle pode cuidar de Ellie... Ou podemos levar ela junto. O mundo não vai voltar a ser o que era Daryl, temos que encarar isso. - Essa foi minha idéia desde o começo, já imaginava eu e Daryl longe de Atlanta e de todas essas pessoas, conhecer gente nova, bom o que sobrou, quem sabe começar uma família.

Daryl ficou pensativo, sinto que me expressei errado, deixei essa decisão em suas mãos e agora não é a hora certa pra pensar nisso, nem sabemos se vamos estar vivos daqui 5 minutos, do que adianta imaginar um futuro agora?

- Descupa, pensei alto demais. - Digo beijando seu ombro, o abracei e ele relaxou.

- Você tem razão. - Sua voz rouca fez meu coração saltitar. - Temos que sair daqui.

Daryl finalizou, segui ele até a frente onde estava Merle e Ellie, Ellie já estáva arrumando a mochila, Merle afiando a faca e a espera de nós.
- Sem armas. O barulho pode atrair essas coisas. - Daryl deu as ordens, Merle olhou fixamente para mim antes de virar e guardar a arma na cintura.

Fui até as abóboras e arranquei as facas que estavam ali desde ontem, entreguei uma a Ellie e outra ficou comigo.

Peguei o taco da mesa de bilhar e arranhei com a faca a sua ponta, tentando fazer uma lança, Ellie fez o mesmo.

Terminamos de pegar o resto das comidas, água, algumas ataduras - espero que não precisem ser usadas - que estavam grudadas na fantasia de Emma, e finalmente saímos.

Senti o calor do sol queimar minha pele assim que as portas atrás de nós se fecharam, três dias sem ver a luz do sol, três dias praticamente presos...

A imagem a minha volta era horripilante, corpos caídos no chão, algumas pessoas caminhando lentamente, parecia que ainda estávamos no Halloween.
Daryl atirou com a besta em uma delas, me espantei quando a "pessoa" se virou com a flecha cravada no peito ainda caminhando.

Logo, outra flecha atravessa sua cabeça, o corpo caiu de lado, ainda permaneci imóvel, eu não estava acreditando no que estava bem em minha frente, enfrentar isso vai ser difícil.

Merle tirou as chaves do bolso e foi até o carro mais próximo, o único carro que tinha no beco, ficamos cobrindo ele enquanto ele tentava abrir.

Nada.

Não era esse o carro das chaves, isso significa que vamos ter que sair do beco e enfrentar a rua.

Caminhamos em silêncio pelos corredores do beco com os olhos atentos em qualquer movimento suspeito, Daryl e Merle mataram alguns canibais no caminho, Ellie estava assustada, com as mãos tremendo, pela primeira vez vi ela desse jeito, seu físico era forte e ela parecia não ter medo de nada, bom, as pessoas nos surpreendem cada dia que se passa.

Mais a frente, Merle tentou em outro carro, ainda nada, ele quase quebrou o vidro do carro, já irritado, quem não estava.

Passamos por um carro prata quase que esquecido, tinha um adesivo de caveira na parte traseira do veículo.
- Merle, tenta este. - Digo apontando para o mesmo carro, ele bufou um "não é esse"

Quando a chave virou e a porta se abriu Merle se virou para nós sem graça. Entrei junto com Ellie nos bancos de trás, Merle dirigiria e Daryl sentado no banco do passageiro.

Relaxei a cabeça no banco sabendo que agora estávamos seguros.

Não totalmente.

Pegamos estrada e até então, todos estavam em silêncio, Merle dizia algumas besteiras sobre os canibais, típico vindo dele. Já estava me acostumando com o seu jeito idiota e completamente sem noção de agir.

Olhava para ele e para Daryl tentando comparar alguma coisa que eles possam ter, cheguei a conclusão que eles são completamente diferentes, se não fosse o mesmo sobrenome e os olhos azuis, acho que ninguém saberia que eles são irmãos.

Senti um peso no ombro, era Ellie, ela agarrou meu braço e eu o seu, fazendo carinho em sua mão que parecia uma pedra de gelo.

Ah muitas maneiras de uma pessoa aceitar que o mundo que conhecíamos estava acabado, Ellie, teve que aceitar da pior maneira, ela foi a primeira a ser atacada, por uma amiga, e com certeza isso ainda assombra os pensamentos dela.

Daryl, tentava passar para as pessoas que nada o assustava, mas sei que muitas coisas o assusta, ficar sozinho é uma delas.

Merle, eu não o conhecia muito bem, mas sei que ele é um idiota, e faz muitas coisas idiotas e sem pensar. Ele age como se os canibais fossem o menor dos seus problemas, até algum dia ser mordido por um.

E eu, nem eu sei mais como estou me sentindo ultimamente, acho que minha ficha que o mundo acabou já caiu faz tempo, para mim, a única coisa que mudou do mundo anterior pelo de agora, foi os mortos caminhando. E o que eu mais quero é que essas pessoas permaneçam vivas.

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Para onde eles vão agora???

Capítulo curto mas o próximo será recompensado <3

O que estão achando? Estão gostando??