Elena
14:56
Quinta-feiratiro, muito tiro, respirei fundo olhando para cada canto ao meu redor, tentando compreender o que estava acontecendo, arrumo meu cabelo e me encosto na prateleira ao meu lado, respiro fundo novamente, sinto um peso nas minhas costas, mais tiro, gritaria muita gritaria, vozes com pedidos de socorro, me fazem estremecer, como se estivéssemos filmes terror, tento me levantar, mas meu salto parece que me prende no chão, como uma a raiz encravada difícil de se arrancada, me encolhi e fiquei ali encolhida tentando segurar meus soluços, escuto uma voz, na verdade um sussurro que chega a me assustar, a voz fica mais aguda levanto meu rosto encarando o poste a minha frente, solto um grito de susto.
ele diz algo como se quisesse que eu fosse algum lugar com ele, pelo menos que seu rosto mostrava o suas intenções não sei mas me assustei ea minha única reação foi negar, fecho os olhos com força, medo, chorei, chorei, não porfavor não porfavor repeti essas palavras na minha cabeça sinto um puchão no meu cabelo que me faz gritar na verdade berrar de dor, ele me joga no chão com força, me enrolo em meu cabelos sentindo alguns fios serem arrancados, olho pra seu rosto e vejo ele dar um breve sorriso de canto, como se estivesse debochando da minha cara, como se fosse o superior, eu fico com raiva mas ao mesmo tempo amedrontada, me encolhe como se fosse minha ultima escapatoria para o medo, meu Deus os meus pais será que eles estão bem, olho ao redor, e vejo todos agachados, homens mulheres e até crianças, chorando.
Levanto meu olhar e me assusto com a quantidade de homens armados, fazendo uma espécie de ronda, abaixo meu olhar assim que outro me encara.
— deu ruim porra, deu ruim caray, bora sair vazado os gambé também tá aí — um homem alto, grita com um dos caras, o observo tempo suficiente para o ver de cima a baixo, com uma mochila nas costas um rádio na cintura, a bermuda la em baixo mostrando a cueca, todo tatuado e sem camisa.
— meu Deus minha filha— escuto a voz de meus pais, distante.
Oque me tira dos meus devaneios, e me toco da realidade.
Me desespero, e agora?
— cala a porra da boca caray— o mesmo homem grita e pega minha mãe pelo pescoço— levanta vagabunda.
— não, solta ela— grito, chorando muito.
— Eu não já disse pra tu ficar na sua— o moreno todo tatuado de antes que quase arrancou meus cabelos, reaparece em minha frente.
— por favor não faz nada com meus pais— sussurro e ele rir um risada extremamente exagerada.
— coroa gostosa ela, né não— foi até minha mãe que chorava desesperada, e paçou a mão em sua bunda dando um tapa, me assusto ainda mais.
Prucuro Meu pai com o canto do olho, e o vejo sendo segurado também, as outras pessoas sem reação se encolhiam apavoradas.
—porra, isso deve fazer um estrago— desceu a mão até.... até... suas partes.... íntimas.
CRETINO
Ele pegou uma espécie de rádio na cintura e falou algo soltando um sorriso, que foi impossível não admirar, foco Elena ele tá abusando sua mãe, Mano que merda.
— é tudo nosso caray, vamo que vamo nessa porra, e tu coroa— pegou no cabelo da minha mãe alisando— vai com nós fecho?— fingiu perguntar mas logo gargalhou— aé né, é que eu tava me aquecendo— colocou a mão na cintura— você não tem escolha, simbora, faz a guarita aí, cerca tudo.
Ao longe escuto os xingamentos desesperados de meu pai até meu pai soltar um " bandidinho de merda " ele se virou com tudo indo até meu pai e dando um retão nele.
— NÃO — grito novamente, meu Deus nos ajude, pensei ou será que gritei.
— ajuda o caralho, pode ralando geral e passa o coroa— deu mais uma encarada em mim e saiu arrastando minha mãe.
Assim que a sala está totalmente vazia corro até meu pai e abraço ele com uma força que nunca imaginei que eu tinha.
— pai— chorei molhando sua camisa, enquanto sua mão acariciava minha cabeça— o pai, oque vai ser de nós agora— me desgrudo dele o encarando, o rosto do mesmo carrega uma grande vermelhidão no queixo.
— filhos da puta— esbravejou—vem vamos fazer b.o, deixar tua mãe na mão desses otário nem pensar— me puxou pelo braço até a viatura.
Fizeram várias perguntas, olharam o ferimento do meu pai, e seguimos para delegacia.
07:20
Sexta-feiraAcordo no dia seguinte com uma dor de cabeça infernal, que só aumenta assim que imagens do ocorrido vem em minha mente.
Tento me levantar mas um braço rodia minha cintura olho de lado vendo meu irmão dormindo, abraço o mesmo já sentindo o nó na garganta novamente, minha mãe...
—Jean— cutuco o mesmo que resmunga— maninho, acorda— ele levanta num pulo olhando ao redor, sorri voluntáriamente com seu desespero.
— q foi?, minha mãe voltou— neguei e ele se jogou em cima de mim novamente— que merda vey, depois bora rodar aí por essas favela atrás da nossa veia, viu não chora não— beijou minha bochecha me agarrando mais a ele.
— vc tá louco Jean, já pensou na primeira esquina era um furo na testa, nem pensar— bagunçei seus cabelos.
— porra para com isso vey— ajeitou o cabelo.
Eu e o Jean temos um relacionamento diferente, quem ver pensariam até que somos namorados, mas não, chega até ser engraçado, eu e ele não somos filhos do mesmo pai e nem da mesma mãe, é uma história loca, eu sou filha do meu pai óbvio mas não sou filha da minha mãe, ela tipo minha madrasta de leite, ela me amamentou e tals, já meu irmão é filho dela com meu tio, por isso ele diz que não sou irmã dele, um dia minha mãe deu uma chinelada nele, quando ele me deu um selinho, tipo assim, estranho né? Eu sei, mas eu amo ele independente.
— eu tenho uns parceiro aí, nós descola com eles se viram nossa coroa e pa— empurrei ele me levantando.
— você só pode tá de brincadeira né, nem pensar que eu vou, nós já fizemos o boletim de ocorrência eles vão acha-lá— repeti mas pra mim mesma do que pra ele.
— iii tu tá acreditando que papai Noel existe agora é, se toca Eleh, tu acha que traficante líder de comunidade vai receber boletim, vai se arrumar pra escola, que eu já to ralando pro trampo— me sentei na cama de novo.
— eu acho que hoje vou ficar em casa não tô com pique sabe, só em pensar no que eles estão fazendo com nossa mãe me dá repulso.....
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Projetinho
Teen FictionÍndice: o samba, o samba, aquece minha alma me livra dos malhes que a vida provem, o samba, a cada raiz que cresceu nos meus pés, é a prova viva que eu sou o samba, menina dança, joga esses cabelos no sol de Copacabana, com esse jingado nessa cintur...