O garoto Loiro

Capítulo 01 Ainda sinto falta deles

Acordo com o despertador, desligo o mesmo e vejo que são 08:30 da manhã. Levanto da cama e caminho até a janela, a cidade estava pouco movimentada deve ser porque hoje é sábado. Ouço batidas na porta, minha tia Margarete entra em meu quarto com o meu café da manhã nas mãos.

-Bom dia querido, já acordado? Trouxe o seu café. -diz colocando a bandeja sobre a cama.
-Bom dia tia. Dormiu bem? -pergunto sentando na cama e pegando a xícara de café.
-Dormi bem, muito bem. Você ainda esta com cara de sono, hoje é sábado. Por que não dorme mais um pouco?
-Porque quero aproveitar o dia, não quero ficar em casa.
-E pra onde vai?
-Boa pergunta, eu não sei.

Ela senta na cama e passa a mão pelo meu ombro, ela era a minha tia, mas eu a via como se fosse a minha mãe. O modo como me tratava, como me entendia, como cuidou de mim depois que meus pais morreram. Por um momento começei a lembrar dos momentos que tive com eles, uma lágrima solitária escorre pelo meu rosto, mas a seco imediatamente. Mas não adiantou, minha tia notou que eu estava chorando.

-Esta pensando nos seus pais não é? Eu sei que ainda sente falta deles. Não precisa ter vergonha de mim, pode chorar. -diz ela passando a mão em meus cabelos. -também sinto falta do meu irmão, ele se foi de maneira tão cruel.
-Ah tia, acho que a minha vida... nunca mais vai ser a mesma depois da morte dos meus pais...

Nossa conversa é interrompida pelo meu celular que começou a tocar. Olho para a tela e um pequeno sorriso se forma em meu rosto.

-Pelo sua cara só pode ser ligação da Débora. Acertei? -pergunta a tia Margarete de forma brincalhona
-Sim, é ela. Mas por que será que ela esta me ligando logo cedo da manhã?

Olho para a tela do celular com uma pequena preocupação

-Tia, não querendo ser chato, mas pode sair do meu quarto.
-Ta bom, eu saiu. Estarei lá em baixo, ok.

Atendo a chamada após a tia Margarete se retirar de meu quarto.

-Oi baby. Bom dia.
-Bom dia amo. Como você esta?
-Estou bem, acordei agora.
-Eu te acordei?
-Não, acordei faz um tempinho. Estou tomando café da manhã.
-Ah! Você vai sair pra algum lugar hoje?
-Sim, mas não sei pra onde.
-Quer passar o dia aqui em casa? Depois se você quiser, podemos ir ao shopping ou para outro lugar.
-Pode ser. De que horas?
-A hora que você quiser.
-Ok, tchau baby.
-Tchau amo.

Olho para o relógio e são exatamente 08:41. Termino de tomar o meu café e vou para o banheiro, escovo meus dentes, tomo banho. Saiu do banheiro com a toalha na cintura e paro na frente do meu guarda-roupas. Visto uma blusa polo branca, uma calça jeans e um par de tênis.
Não gosto muito de arrumar o cabelo, mas se eu for com ele bagunçado, a Débora iria ficar enchendo o saco para aruma-lo, então vou ter que fazer esse esforço. Depois de arrumar o cabelo, coloco um relógio prateado no pulso e um pouco de perfume.
Enquanto desço as escadas recebo olhares de minha tia que estava sentada no sofá com o celular nas mãos.

-Nossa, que sobrinho lindo eu tenho. -diz ela com um sorriso largo no rosto
-A senhora sempre me mimando.
-Estou apenas dizendo a verdade. Mas você não me disse pra onde vai?
-Estou indo para a casa da Débora. Não sei de que horas voltarei.
-Guilherme, não demore pra voltar senão vou ficar preocupada.

Me aproximo da mesma e a abraço. -não sei do que seria de mim sem a senhora, tia. -após dizer isso ela me abraça mais forte.

A solto e saiu. Chegando na garagem tiro as chaves do carro do bolso. O porteiro abre o portão e sigo a caminho da casa de Débora.