Capítulo 5 Verdadeiro amor

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Levanto da cama no máximo silêncio possível, pois Débora ainda estava dormindo. Visto as minhas roupas, e saiu do apartamento indo para a garagem. Quando estou prestes a entrar no meu carro, meu celular toca.

-Alô.
-Guilherme, onde você esta? -a minha tia pergunta quase gritando.
-Na casa da Débora.
-Por que não me avisou que depois da escola iria para a casa dela?
-Peço desculpas pelo esquecimento tia.
-Esqueça, venha pra casa. Já são 15:50 não gosto que fique na rua até tarde.
-Tia... eu não sou mais uma criança e não estou na rua, estou na casa da minha namorada.
-Não importa Guilherme, venha pra casa agora!

A mesma desliga. Guardo o celular no bolso da calça e entro no carro dando partida. Ao chegar em casa, vou direto para o meu quarto. Depois de um banho morno, vou para o computador para terminar as minhas pesquisas escolares. Após liga-lo sou surpreendido por uma notificação. Se tratava de uma solicitação de amizade no Facebook. Um sorriso surge em meu rosto após ver de quem era.

-Letícia... você tem um rostinho tão fofo. Por que você esta me deixando assim?
-Falando sozinho querido? -diz a minha tia olhando por trás da porta.

Tenho um leve susto. A mesma entra no meu quarto fechando a porta.

-O que você esta fazendo aqui trancado?
-Estou fazendo umas pesquisas.
-É mesmo? No Facebook?

Volto a olhar a tela do computador vendo que não havia fechado a página.

-É que alguém mandou uma mensagem, eu só fui responder.
-Entendi, e quem é essa garota? Letícia?
-É... uma amiga...
-Novata?
-Sim, entrou na metade do ano.

A quem estou enganando, a minha tia me conhece melhor do que ninguém, e só pelo olhar desconfiado que ela esta fazendo já entendeu no que possivelmente esta acontecendo.

-Guilherme não tente desfaçar, você disse que ela tem um rosto fofo e estava sorrindo a toa. Quando vai me contar o que esta acontecendo? -A encaro sem saber o que dizer. -Não pense que não percebi o seu comportamento nos últimos dias.

E de fato eu havia mudado, nem atenção eu estou dando direito para a Débora. Acho que não tenho escolha a não ser contar tudo, afinal ela é como uma mãe pra mim e sei que posso confiar.

-Eu não sei o que esta acontecendo comigo tia. Desde o primeiro momento em que vi a Letícia tudo mudou, não consigo pensar em outra coisa que não seja ela. Não estou passando tanto tempo com a Débora, estou esquecendo da minha própria namorada.
-Guilherme, você esta apaixonado. Nunca te vi assim, nem mesmo com a Débora. -diz calma com um pequeno sorriso no rosto. -o único jeito que conheço é quando você toma uma decisão, que vem do coração e a mantem até o fim. Não desista de quem você ama.

A mesma fala antes de sair. Tentei ignorar tudo para fazer o resto das pesquisas.

Todos os dias era a mesma coisa na escola. Até que chegou a véspera do baile, todos comentavam sobre, pois a muito tempo que não faço festas ou algo do tipo. Enquanto caminhava pelo pátio encontro Letícia sentada em um dos bancos de novo, acabo sorrindo de lado. Junto-me a ela.

-Oi, não vai mesmo?
-Eu acho que não.
-Mas por quê?
-Por que quer tanto que eu vá? -diz mostrando claramente que estava um pouco irritada.

Encaro o chão sem responder a sua pergunta, o verdadeiro motivo era simplesmente porque eu a queria perto de mim, queria vê-la mais e mais vezes. Queria que fosse a minha namorada.

Sinto sua mão segurar a minha mão direita, aquele simples contato me fez sentir seguro, mas sei que ela deve ter sentido pena de mim. Olho para ela fingindo não ter entendido o seu ato.

-O que foi? -pergunto
-Eu vou para a sua festa.

Um sorriso vitorioso surge em meu rosto. -Fico feliz.

-Você ainda não me disse o seu nome?
-Na hora certa você irá saber. -sussurro na sua orelha esquerda logo me retirando sem olhar para trás.

Vou até o banheiro, ligo a torneira e baixo-me para lavar o meu rosto. Olho para o espelho e vejo Débora me encarando. Sua expressão era de muita raiva. Viro-me para ela e a mesma vem até mim.

-O que esta fazendo aqui? Sabe que aqui é o banheiro masculino não é?
-Eu só quero saber, o que você estava fazendo com aquela garota de novo?
-Não começa com ciúmes.
-Guilherme eu te disse que te quero longe dela.
-E eu te disse que você não é minha dona.
-O que esta acontecendo com você Guilherme? Ontem você me deixou sozinha.
-Não pode ficar, minha tia precisou de mim.
-Será que foi isso mesmo? Ou foi por causa da negrinha?
-Não a chame assim. E se quer mesmo saber a verdade, eu estou interessado na Letícia.

Ela arregala os olhos, quase chorando. -Como você pode me trocar por aquela macaca?
-Não sei como eu pude namorar uma racista como você. Estou terminando com você.

Débora começa a chorar. -Ontem nós transamos, e hoje você simplesmente termina comigo por causa de outra.

-Tchau Débora. -digo indo até a porta, mas Débora segura meu braço com força.
-Isso não vai ficar assim Guilherme, vou te dizer uma vez só. Você. É. Só. Meu.

O sinal bate. A empurro para longe e vou para a sala muito irritado. Não sei como sobrevivi durante esses anos de relacionamento com Débora. Mas agora que estava livre dela posso seguir o meu caminho que me leva até o meu verdadeiro amor.

O garoto LoiroOnde histórias criam vida. Descubra agora