Já se passou dois meses do ocorrido. Débora foi internada em um manicômio e o Eduardo foi preso em São Paulo. O local onde tudo aconteceu foi isolado e proibido pelas autoridades, acredito que muitas lendas urbanas irão surgir, mas não é com isso que me preocupo. Estou pertubardo pela minha tia Margarete desde que parti ela esta muito triste, eu era como se fosse um filho para ela e agora deve esta se sentindo sozinha naquela mansão.
A minha depressão não ajudou naquele momento, pois eu nem ao menos lutei pela vida pelo contrário, me entreguei a morte sem pensar nas consequências que traria para os que me amavam Minha tia e Letícia. Ás vezes volto a minha antiga casa e vejo como esta tudo no lugar, meu quarto esta do mesmo jeito que deixei pela última vez, em que eu estava com Letícia. Desde a tragédia não consegui encontra-la, ela deve ter me esquecido e agora esta com outro homem.
Observo a minha tia trabalhando no seu escritório, percebo que ela esta cansada por Ficar acordada até tarde da noite.-Tia, esta tarde melhor ir descansar -falo mas ela não responde, nem ao menos me olha.
Ás vezes esqueço que não estou mais vivo, que não posso mais me comunicar com ninguém. A não ser pelos sonhos. Começo a sentir a presença de alguém do lado de fora da casa.
-Com licença senhora - diz a diarista entrando no escritório -Chegou uma moça querendo conversar com a senhora.
-Uma moça? O que ela quer?
-Eu não sei.
-Mande-a entrar e que me espere na sala.
-Sim, senhora.Uma moça, será Letícia? Vou até a sala e vejo passando pela porta uma mulher alta, tinha a pele bronzeada, cabelos loiros e lisos usava roupas simples e discretas. O que mais me chamou atenção naquela mulher foram os traços, pois ela tinhas alguns traços que lembravam Letícia. Tenho a impressão de já tê-la visto. A mesma senta no sofá e observa o local. Minutos depois a minha tia vai até a sala e a comprimenta, logo se sentando ao lado dela.
-Quem é a senhora e o que trás a minha casa? -pergunta a minha tia para a mulher que logo mexe em sua bolsa tirando dela uma pequena foto e entregando para ela.
-Eu me chamo Selma. Sou a mãe de Letícia. Vim até aqui porque o meu genro era o seu sobrinho, o Guilherme. Eu pretendia vim aqui há muito tempo, mas não achei a localização, Letícia nunca me disse o endereço certo da casa de vocês.
-E por que a senhora queria vim aqui? -pergunta a minha tia sem tirar os olhos da foto que tinha em mãos.
-Porque a minha filha amava muito o seu sobrinho, meus mais sinceros pêsames pela morte dele e quero que saiba que você tem uma amiga pra o que precisar. Pode contar comigo.
-Muito obrigada Selma - minha tia a abraça -Você pode contar comigo pra tudo também.As duas passaram mais algumas horas conversando. E eu estava na sala observando e ouvindo tudo mesmo sem elas notarem a minha presença na sala. Era exatamente isso que a minha tia estava precisando, de uma amizade. Dois meses em completa solidão aqui não foi nada bom para a sua saúde mental. Realmente essa mulher era famíliar, já fui na casa de Letícia e conheci seus pais e seu irmão, fui muito bem tratado por eles. Letícia não sabe a sorte que tem de ter uma família dessa.
-Nossa! Olha a hora já são 23h10, eu já vou indo senhora...?
-Margarete e não precisa me chamar pelo jeito formal. Apenas me chame pelo nome. Tem certeza de que não quer ficar? Não acha perigoso voltar pra casa nesse horário?
-Tenho, mas não quero passar a noite aqui, não quero incomodar - diz olhando para o celular -Já estou pedindo um uber.
-Se preferes assim tudo bem, diga a Letícia que mandei um abraço.Neste momento Selma olhou para minha tia com muita tristeza.
-Selma? O que foi? Esta se sentindo mal?
-Acho que não contei, mas Letícia, ela... morreu no mesmo dia em que seu sobrinho caiu do penhasco. -Minha tia após ouvir aquilo ficou sem chão -Quem estava com ela na hora foi Thaís era a melhor amiga dela, Thaís ligou pra mim em desepero me dizendo o que tinha acontecido... eu não estava querendo acreditar que tinha perdido a minha filha de forma tão trágica.A minha tia não fala nada apenas a abraça e a leva para a entrada da casa após ouvir um carro buzinar na frente da casa. Permaneço na sala encarando a entrada da casa a espera da minha tia, que demorou alguns minutos pra voltar. Percebo que ela voltou desanimada e foi diretamente para o quarto. Ela passa pelo meu antigo quarto, mas volta logo depois entrando no mesmo. A mesma olha todas as minhas coisas intactas desde a minha partida, ela senta na cama e começa a chorar.
-Tia não chore - sento-me ao seu lado
-Primeiro foi meu irmão e a minha cunhada, depois Guilherme e agora descubro que Letícia também se foi. - A mesma vai até a varanda que era iluminada pela luz branca do luar -Como eu queria que nada disso tivesse acontecido.☆☆☆
A minha tia esta dormindo calmamente em sua cama. Queria falar com ela pra pelo menos fazer uma ultima despedida, eu deveria esta vivo para cuidar dela. Estou me sentindo tão mal. E Letícia esta morta, por isso que não a encontrava entre os vivos. Onde ela esta agora? Toco na cabeça da minha tia mesmo sabendo que não iria sentir meu toque. Me teletrasnporto e volto para o campo de alfazema, onde meus pais estavam no dia em que cheguei. Não sei afinal que tipo de paraíso estou, mas gosto de esta aqui. Sento em baixo de uma árvore segurando uma pequena flor.
Queria saber como posso encontrar Letícia. Depois de dois meses não tive nenhum contato com ela. Nem ao menos sei onde esta agora. Tenho que fazer alguma coisa não posso ficar aqui, pois ela fez tanta coisa por mim em vida nada mais justo eu fazer alguma coisa por ela agora, vou encontra-la estou com meus pais e isso me trouxe uma paz enorme preciso da minha amada. Letícia mostrava ser uma garota forte. Não vou desistir dela Débora tentou de tudo para nos separar em vida, mas agora ninguém pode nos separar.
-O que faz aqui meu filho? -pergunta minha mãe sentando ao meu lado
-Estou lembrando de alguém, mãe.
-Deixe-me adivinhar. Esta lembrando de Letícia.
-Como sabe? A senhora a conhece? -pergunto interessado
-Eu te conheço filho. E já vi você com ela. Vocês eram um casal tão lindo, e sinto que você sente a falta dela.
-Sim mãe, sinto muita saudade. Queria encontra-la.
-Você vai acha-la, não tenho dúvidas disso. - diz antes de levantar -Se precisar de mim você sabe onde me encontrar.
-Eu sei mãe. - digo sorrindo simpáticoCaminho entre as alfazemas sem rumo, cheguo em uma parte onde o campo termina estranhamente. Meus olhos exploram o novo lugar parando em uma montanha ao longe. Olho para trás e vejo o enorme campo de alfazema -Eu voltarei, preciso saber o que tem aqui -Continuo caminhando e quando me aproximo ao máximo consigo ver um penhasco, mas embaixo dele não dava para ver nada. Estava tudo embaçado e escuro. -Que lugar é este? -depois de um tempo ali percebo a presença de alguém, não estava conseguindo ver nada nem ninguém, mas sentia que não estava sozinho. De repente sinto a presença ficando mais forte. Me viro e novamente não encontro nada.
-Guilherme? - fala uma voz feminina -É você?!
Ao virar-me vejo Letícia, estava mais linda do que nunca.
-Sim, meu amor! Sou eu.
Nos abraçamos e mesmo não estando mais vivos. Senti uma forte conexão ao "toque" meu deus que saudade, acho que é verdade o que dizem almas gêmeas existem.
-Senti tanta sua falta, eu não estava te achando em nenhum lugar. - digo
-Eu estou aqui agora e estou com você. Não sabes a paz que trouxe a mim sentindo sua energia meu amor. - diz Letícia
-Acho que sei sim, senti a mesma coisa. E eu quero lhe perguntar uma coisa, por que não esta na terra?
-Porque... porque não suportei ver o amor da minha vida ferido e cair já sem vida daquele penhasco. Eu fui fraca, Guilherme, fraca porque te amo. Deixei a minha vida pra ficar com você pra sempre. Assim que você caiu, eu me joguei la de cima. E vim parar aqui, neste infinito olhando para esta montanha me lembrando do momento em que você me deixou.
-Letícia, fizestes isso por mim?
-Sim Guilherme. E eu faria de novo, quantas vezes fossem necessárias pra ficar contigo. - fala segurando minhas mãos
-Estamos juntos agora e nada, nem ninguém pode nos separar. - digo antes de beija-laNossos lábios se unem depois de muito tempo separados. Nos formamos em um só corpo, a união de nossas almas formou-se uma pequena estrela que subiu em direção aos céus e assim ficamos juntos por toda a eternidade. Então este era o mistério, por isso não fui para o céu logo, foi para esperar o meu amor para ficar junto a ela mos céus.
-Eu te amo Guilherme
-Eu também te amo Letícia
-Para sempre - dizem ambos
Fim
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O garoto Loiro
Любовные романыVocê irá conhecer a história do Guilherme, o garoto loiro da história "Para todos os garotos que já gostei VOL 02", cujo o passado não foi satisfatório pela perda dos pais quando ainda era uma criança. Tendo como seu parente mais próximo a sua tia...