Capítulo 07 Apaixonados

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Entrego uma toalha branca para Letícia, junto com um sabonete novo. A mesma entra no banheiro, trancando a porta logo em seguida sem dizer nada. Vontade não me faltou para entrar e tomar banho com ela, a água descendo pelo seu corpo defenido e perfeitamente desenhado. Minhas mãos passeiando por toda a sua pele delicada. Melhor parar não quero ficar de pau duro pensando nessas coisas. Tiro a camisa e vou para a varanda.
Minha cabeça se recusa a pensar em outra coisa que não seja referente a Letícia.

-Meu Deus, a titia tem razão... estou realmente apaixonado. -sussurru para mim mesmo.

Minutos se passam e nada de Letícia sair do banho. Se demorar mais não vamos ter tempo de sair.

-Letícia, eu também quero tomar banho!
-Calma, já estou saindo. -responde

Escuto a porta de banheiro sendo aberta. Olho para trás e a vejo enrolada na toalha.

-Finalmente você saiu, achei que estivesse morrido lá dentro -digo me aproximando dela, percebo suas lágrimas caindo -o que foi? Por que esta chorando?

-Porque... porque eu gosto de você é isso, e não podemos ficar juntos somos de mundo totalmente diferentes e antes de você aparecer, eu amava outra pessoa... mas não sei se a amo mais por sua causa. Por que fui logo me apaixonar por você Guilherme?

Não esperava aquilo, ela também estava gostando de mim? E eu não percebi nada o tempo todo. Letícia disse tudo aquilo chorando, mas ela já tinha alguém, eu já devia saber uma garota linda seria estranho esta sozinha. Eu também tinha, mas o meu coração só estava a espera da pessoa certa.

Me aproximo lentamente até não haver mais espaço entre nós, seguro seu rosto com as duas mãos, meu polegar esquerdo limpa as suas lágrimas. Olho fixamente para seus olhos negros e a abraço. Acho que essa foi a melhor sensação que já tive, depois da perda dos meus pais.

-Por que fui logo me apaixonar por você Letícia?

Após perceber no que tinha acabado de falar me tranco no banheiro. Agora ela sabe que também a amo, não importa se somos de mundos diferentes eu quero ficar com ela.
Após o banho visto uma bermuda jeans, blusa polo preta e um tênis. Não gosto de arrumar meus fios loiros, mas por algum motivo arrumei.

Desço as escadas, não demorpu muito para eu ver a cabeleira negra e ondulada em um dos sofás. Me aproximo na tentativa de sentir o cheiro doce que só Letícia tinha, mas meus olhos curiosamente foram até o seu celular. Letícia estava conversando com um garoto, não consegui ver o nome, pois a mesma notou a minha presença, logo encondendo o aparelho.

-G-Guilherme... esta aqui a quanto tempo?
-Acabei de chegar na verdade. -digo indo até a pequena mesa de madeira com algumas bebidas. -Letícia, quem é este homem? -pergunto enchendo um copo de whisky.
-Que homem?
-Não se faça de boba, não comigo.
-Não sei do que esta falando...
-Sabe sim. Só quero saber quem é, ele é sei namorado?
-Não... ele é só um amigo.

Amigo? Espero que seja mesmo. Mesmo sem o conhecer já tenho raiva desse cara. A encaro bebendo meu whisky. Quando termino vou até a mesma e juntos saimos caminhando rumo a praia, conversamos assuntos aleatórios quando resolvemos sentar na areia. Meus olhos dão atenção ao mar como sempre, mas percebia que Letícia não tirava seus olhos de mim.

-O que você esta olhando Letícia? -digo ainda olhando para frente
-Você
-E o que eu tenho pra você ficad me olhando com essa cara de paisagem?
-Eu não sei, talvez por ser... muito lindo.

Deixo um sorriso escapar pelo meu rosto, abaixo a minha cabeça, não negarei fiquei tímido.

-Olha não querendo me meter na sua vida, mas por que você estava andando de ônibus naquele dia?
-Então quer dizer que não posso andar de ônibus por ser rico?
-Exatamente -Letícia diz num tom brincalhão
-Não quis ir pra casa naquele dia, queria ficar um pouco sozinho e em um lugar bem longe.
-Nossa, aposto que seus pais ficaram preocupados com você.
-Meus pais morreram Letícia, quando eu tinha nove anos. Fui criado pela minha tia, irmã do meu pai, você se recorda daquela mulher loira de vestido azul no baile? Aquela é a tia Margarete.

Letícia me olha com muita tristeza no olhar, ela se aproxima e me abraça forte. Nunca contei para ela sobre a tragédia, é normal que sinta pena de mim. Ela me solta, nossos rostos estavam tão próximos. Nos beijamos, suas mãos estavam no meu rosto, segundo depois ela me solta, mas a puxo beijando-a novamente. Não podia parar, eu presicava muito disso. Puxo seu cabelo para trás, exploro cara canto de sua boca carnuda.

Paro o beijo e juntamos nossas testas, nossas respirações estavam em perfeita sincronia. Seguro seu rosto com as duas mão fazendo a mesma olhar para mim fixamente para os meus olhos.

-Não me deixe... -sussurro

                               ☆☆☆

Voltamos para a minha casa, e levei Letícia até a sua casa com o meu carro.

-Pronto esta em sua casa. Se quiser sair amanhã comigo de novo...

Letícia sorri -pensarei no seu caso garoto loiro -ela beija a minha bochecha e saí do carro. Antes de entrar em casa ela acena para mim.

Volto para casa pensando em tudo o que aconteceu. Eu não conseguia parar de morder levemente meus lábios inferiores. queria muito repetir aquele beijo. Chegando em casa, me joguei no sofá, escuto passos vindo da cozinha. Por um momento pensei que fosse a minha tia, já esperava pelo sermão, pois não avisei que iria sair. Mas era a diarista.

-Guilherme, a sua tia pediu para avisar que foi pra o hospital, caso não a encontra-se em casa.
-Hospital?
-Sim, ela estava com falta de ar.
-E por que você não foi com ela?! -pergunto já ficando nervoso
-Eu queria, mas ela achou melhor eu ficar e esperar você chegar.
-Em que hospital ela esta?
-No hospital da cidade...

Antes que ela terminasse a frase corri até o carro, indo direto para o hospital. É tanta coisa acontecendo que às vezes esqueço que a minha tia esta com câncer. Espero que não tenha acontecido nada grave, ela estava no tratamento... calma Guilherme, calma...

Chegando no hospital, vou para a recepção, pergunto pela paciente e me informam que a minha tia estava no primeiro andar. Ando pelos corredores feito um louco, até que finalmente encontro o quarto que a mesma estava. Bato na porta e escuto um simples "entra", abro a porta e encontro a minha tia deitada na cama, quando me ver a mesma sorri.

-Tia... o que aconteceu com você? -pergunto me aproximando
-Senti uma falta de ar, mas já estou bem melhor. Agora que você chegou, estou melhor ainda.

Um pequeno sorriso forma em meu rosto.

-Quanto tempo a senhora vai ficar aqui?
-Não sei Guilherme... mas não se preocupe comigo, eu vou ficar bem.
-Queria ter herdado esse lado otimista da senhora.

A mesma ri -mudando um pouco de assunto, posso saber onde estava?
-Fui caminhar pela praia com Letícia
-Guilherme, tem certeza do que esta fazendo?
-Tenho tia, nunca estive tão certo em toda a minha vida. A senhora estava certa o tempo todo estou apaixonado por ela.

Minha tia sorriu e me puxou para um abraço. -Boa sorte meu sobrinho, você merece ser feliz de novo. Essa garota esta sendo posta em sua vida para devolver a alegria que lhe foi tirada quando seus pais morreram. Seja feliz.

Depois de algumas horas a minha tia já se encontrava dormindo. Eu estava sentado em uma poltrona ao lado da cama, estava sem sono pensando em toda a minha vida até conhecer Letícia. No fundo me sinto culpado pelo o que aconteceu com os meus pais, se eu não tivesse ido pra casa da tia Margarete, eles estariam vivos.

Estava sendo difícil segurar as lágrimas que insistiam em cair.

                            

O garoto LoiroOnde histórias criam vida. Descubra agora