Capítulo 10 Preocupações

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Depois de um mais um dia cheio escolar finalmente chego em casa. Vou para a cozinha, estava com muita fome.

-Chega e nem fala comigo. - afirma a minha tia chegando logo depois - como foi seu dia hoje?
-Foi normal, como todos os outros.

Minha tia já esta com problemas de saúde não queria deixa-la preocupada com o que aconteceu hoje comigo e com a minha ex. Principalmente agora que saiu do hospital, mas tenho que leva-la para fazer a quimioterapia.

-Que bom. - fala com um pequeno sorriso no rosto

Depois de preparar o meu prato sento-me na mesa. E ela fica apenas me observando, no que será que esta pensando?
Após terminar de comer, tomo um banho frio. Já no meu quarto estava sentado na escrivaninha escrevendo algumas coisas no caderno da escola. Estas atividades ainda irão me matar um dia. Até que sou interrompido por uma notificação do meu celular, já imaginava quem poderia ser.

-Débora - sussurru para mim mesmo.

Sem pensar duas vezes abri a mensagem, mas depois de ler tive que bloquea-la. Não tenho mais paciência para as loucuras de Débora.
Volto minha concentração para os livros, na tentativa de esquecer do que aconteceu na escola. Depois de algumas horas finalmente ternino. Estava com sono, ainda é cedo da tarde decido dormi um pouco.

Já deitado na cama olho as fotos de Letícia e algumas conversas. Como essa garota conseguiu mexer com você dessa maneira, hein Guilherme? Diziam as vozes na minha mente. A única explicação para isso é amor, amor de verdade. Quando você realmente ama, quer fazer de tudo para esta com a pessoa amada.

Na primeira vez que Leticia apareceu foi... não sei nem como explicar o que aconteceu comigo. Nunca me senti assim depois da morte dos meus pais. Pensei que a depressão iria tomar conta de mim, mas surgiu um raio de luz no meu mundo. Fazendo a escuridão desaparecer por completo. Sinto-me bem novamente, pronto para amar de novo. Deixo o celular em cima do criado mudo e acabo por dormir.

-Guilherme! -grita a minha tia, me fazendo acorda num susto -esta na hora de levantar, vamos!

A mesma puxa os lençóis da cama. Viro para o outro lado, colocando o travesseiro no rosto.

-Por favor Guilherme, se você dormi mais, não vai conseguir dormi a noite.
-ah tia... me deixa dormi... ainda estou com sono...
-Levante-se agora!

Mesmo com sono sento na cama bocejando.

-Isso é hora de dormi Guilherme? - pergunta com as mãos no quadril -são 16h00 da tarde.
-Ta bom tia, vou sair da cama. - digo levantando e caminhando em direção ao banheiro.

Vou para a varanda (depois do banho) acompanhado com um copo de whisky. O sol já estava desaparecendo no horizonte, o céu estava num tom laranja puxando para o vermelho. As nuvens estavam num tom rosa. Um verdadeiro show da natureza, acho que esta é o lado bom de morar perto da praia. Até que finalmente o preto da noite invadiu as luzes do por do sol. Acabou. Que pena.

Depois de beber todo o whisky de uma vez, vou até o andar de baixo, encontrando a minha tia no sofá assistindo tv. Sento em uma das poltronas, deixando o copo vazio em cima do pequeno centro de vidro.

-Bebendo de novo? - pergunta minha tia sem tirar os olhos da tv - até nisso você é igualzinho ao seu pai, gostava muito de whisky.
-Talvez eu tive a quem puxar, não é? - pergunto sorrindo.

Minha tia olha para mim sorrindo. Como gosto de ve-la com um sorriso no rosto.

-Guilherme quando é que você vai namorar de novo?
-Por que esta me perguntando isso tão aleatóriamente?
-Por nada, só estou perguntando mesmo.

Me mexo na poltrona, encostando a minha coluna. Encaro o chão sem saber o que responder. Eu realmente estava apaixonado, porém não tenho certeza se Letícia também estava. Eu queria acreditar que sim, mas ao mesmo tempo ainda tinha dúvidas.

-Pra ser sincero tia... eu não sei. - falo desanimado
-E aquela garota? a Letícia?
-Ela é o grande problema. Não sei se serei correspondido.
-Entendi. Então esse é o seu medo?
-É, esse é meu medo.
-Sabe o que eu acho? Que você deve sair e se divertir um pouco. Não fique preso dentro de casa por minha causa.
-Mas e se acontecer algo com a senhora e eu não estiver?
-Nada irá acontecer. Estou bem. E se acontecer eu ligo imediatamente.
-Obrigado tia, de verdade. Preciso mesmo sair um pouco.
-Vá, mas não volte muito tarde.
-Não se preoc...

Sou interrompido pelo celular. E para a minha surpresa era uma mensagem de Letícia.

Letícia: Guilherme!
Guilherme: Letícia, me desculpe esqueci de mandar as anotações, mas estou mandando vou enviar agora mesmo.
Letícia: Eu não iria falar sobre isso, mas que bom que lembrou que existo.
Guilherme: A proposito, posso passar pela sua casa?
Letícia: Por que?
Guilherme: Nada demais, só conversar mesmo.
Letícia: Desculpa Guilherme, mas não estou em casa.
Guilherme: Ah que pena. Amanhã conversaremos então. Tchau baby.
Letícia: tchau...

-Enfim, vou me arrumar pra sair. - digo saindo da sala

Chegando no meu quarto e depois de alguns minutos escolho uma roupa. Visto uma calça jeans clara, um sapato preto, camisa social azul escuro deixando as mangas até meus cotovelos e os dois primeiro botões abertos. Abro uma caixa onde estão todos os meus relógios, escolhendo um dourado, coloco no pulso esquerdo. Por ultimo arrumo meus cabelos. Estou pronto.

Pego a chave do carro que estava em cima da escrivaninha junto com a carteira. Desço as escadas recebendo olhares da minha tia.

-Já estou indo. - digo
-Você esta parecendo aqueles galãs de novela. Lindo, lindo.
-Assim me deixa sem jeito tia.
-Só estou falando a verdade, mas vá e divirta-se.

Antes de sair dou um beijo no rosto dela. Entro no carro e dirijo até uma balada que parecia mais ser uma boate. Preciso me animar um pouco, mesmo que seja só por pouco tempo. Estaciono o carro e entro na balada, observo bem o lugar antes de entrar até que meus olhos encontram o bar e uma garota.

Sorrio de lado e vou até o local. Sento ao lado da mesma e imediatamente ela me olha dos pés a cabeça. Letícia! Ela estava linda com aquele vestido branco. Já é linda de qualquer maneira. Permaneço em silêncio a olhando, ela parecia nervosa.

-Guilherme o que esta fazendo aqui? - pergunta cruzando as pernas

A olho de cima para baixo, sem perder nenhum detalhe de sua roupa e principalmente do seu corpo.

-Você nunca esteve tão linda - sussurru em seu ouvido - é muito arriscado deixa-la aqui sozinha, no meio de tantos homens que não tem maturidade suficiente de como satisfazer uma mulher como você.

Meu membro estava acordando. Você é um pervertido Guilherme. Afirma as vozes na minha mente, mas eu não estava ligando para a minha mente, nem para a minha ereção. Meus olhos só focavam em Letícia, depois que falei aquilo ela me olhava de uma forma muito sedutora, o que estava me enlouquecendo de todas as formas.

Letícia olhava para os meus lábios como se quisesse devora-los. E se aproximava lentamente do meu rosto, até ser interrompida por uma voz masculina a chamando. Olho para frente e vejo um homem que parecia ser mais velho que Letícia, bem musculoso e tatuado. Usava uma blusa preta, calças jeans rasgadas nos joelhos e um tênis branco. Pude ver a fúria em seus olhos.

-Eduardo! - grita Letícia se afastando de mim

Ele segura Letícia pelo braço e a leva para fora. Então o nome dele é Eduardo. Ele parece ser um tipo de homem abusivo, mas ele é namorado de Letícia? Se for como ela consegue namorar um abusivo como ele mostra ser. Ah! Isso não importa! O que ele esta fazendo com ela agora é mais importante saber.

Vou para a entrada da balada e encontro os dois discutindo. Não vou mentir senti medo naquele momento, medo daquele cara bater nela ou algo do tipo. Já não bastou ter a pegado com força para fora. Letícia olha para mim. Depois Eduardo também me olha, o encaro com um sorriso debochado. Nunca vi tanta raiva em um ser humano.

Ele caminha até um carro levando Letícia junto. Para onde será que estavam indo? Pensei até em segui-los mas achei melhor não. Mas estou preocupado com Letícia, espero que não aconteca nada com ela.






O garoto LoiroOnde histórias criam vida. Descubra agora