Capítulo 6 O baile

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Chegou o dia do baile. Havia muitos empregados na minha casa indo de um lado para o outro, e a minha tia no meio organizando tudo. Eu observava tudo aquilo desanimado bebendo um copo de uísque se antes não estava no clima de festa, agora é que eu não estava mesmo. Depois da briga com a Débora não sei se ainda virá, e espero que não, sei que ela é mimada o suficiente para tentar fazer a cabeça da minha tia, que nem sabe do nosso termino esqueci de contar e mesmo que quisesse ela não iria me ouvir, já que, esta tão concentrada neste baile.

Todos da minha escola foram convidados, sendo que não tenho amigos só virão porque sabem que sou rico. E tenho certeza que as fofocas irão reinar naquele colégio amanhã.
A casa esta tão agitada por causa dos preparativos que para o jardim, no momento era o cômodo mais tranquilo da casa, por enquanto. Sento no bando de madeira próximo as rosas que se moviam com o passar do vento.

-Com licença, senhor. -diz a diarista

Há tantas coisas para serem feitas que até a diarista foi chamada.

-Eu já disse que pode me chamar pelo meu nome. Me sinto um velho. -digo sorrindo

A mesma sorri -me desculpe, é que estou acostumada a chamar meus patrões assim. É... a sua tia esta lhe chamando, ela esta no quarto.

-Ok diga a ela que já estou indo.

A mesma se vira e saí. Levanto e tiro da roseira uma rosa branca, sinto o perfume doce da flor o mesmo cheiro que a mamãe tinha de tanto cuidar desse jardim. Mesmo sendo rica, ela própria gostava de cuidar de suas rosas.

Logo entro indo em direção ao quarto da tia Margarete. Bato na porta e escuto um simples "entra", minha tia estava escolhendo qual roupa iria usar no baile, as suas melhores roupas estavam em cima da cama.

-Guilherme, quero saber o que vai usar hoje a noite. -fala enquanto olhava no espelho com um vestido cor de salmão com alguns detalhes dourados.

-Pra ser sincero... eu não sei. Não estou com clima para isso tia.
-Por favor Guilherme, estou fazendo isso por você mesmo. Anda tão tristinho ultimamente.

Permaneço em silêncio olhando para o meu copo.

-Mas se você não sabe, eu sei. Comprei uma roupa para você. Pegue e experimente. -diz me entregando uma caixa preta com a tampa marrom.

-Obrigado e tia
-Sim
-Por que não usa o vestido azul brilhante? Você fica muito bonita nele.
-Você acha?
-Tenho certeza.

Antes de sair do quarto, ela vem até mim beijando a minha testa. Chegando no meu quarto abro a caixa, colocando a roupa em cima da cama. Não estava acreditando que faltava poucas horas para a festa dos horrores. Mas não tenho escolha.
Vou para o banheiro e começo meu banho, nunca tomei um banho tão demorado como este. Fiquei a maior parte do tempo na banheira pensando em tudo no que estava acontecendo na minha vida. Após o banho visto a calça preta, logo depois a camisa social branca deixando todos os botões aberto. Sento na poltrona da varanda, já que, a minha casa é a mais grande e alta do quarteirão tenho a vista de tudo. Inclusive do próprio jardim.

Minutos depois ouço a porta abrindo. Minha tia entra usando o seu belíssimo vestido azul, sua maquiagem combinava com ele. Após ver que eu ainda não estava pronto ela fechou a cara.

-Guilherme você ainda esta assim, as pessoas já estão chegando.
-Desculpa.
-O que foi? Por que você esta assim?
-Por nada tia, vou terminar de me arrumar. -digo levantando
-Tem certeza?
-Sim, tenho.
-Eu vou esta la embaixo te esperando. E por favor faça um sorriso neste lindo rostinho. -fala fazendo biquinho o que me fez sorrir
-Isso gosto assim. -diz beijando a minha bochecha

O garoto LoiroOnde histórias criam vida. Descubra agora