Capítulo Final

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Rosana -

Eu estava tão nervosa que quase não dirigia direito, trêmula e suando frio, com medo de que meu plano "bobo" desse errado, atrás de mim seguia Breno em um carro, provavelmente alugado. No âmago do meu ser eu me perguntava qual era a relação entre ele e Patrícia, eu não entendi bem o que eu sentia não sabia o passado dela mas meu único desejo era protege-la naquele momento.

Chegamos à delegacia e Breno estaciona do meu lado, e rapidamente aponta sua arma para mim

–Se tentar alguma gracinha Rô, já sabe o que vai acontecer.

Ignorei (Como ignorei eu não sei, apenas o fiz), e desci do carro calmamente e ele ao meu lado entramos na Delegacia, era na 32º Delegacia de Polícia que ficava em Samambaia, muito longe de onde eu morava, mas era o único delegado que eu mantinha algum contato. Lá dentro hoje estava um caos, nunca vi uma delegacia tão cheia quanto naquele dia (isso contribuía muito para o meu plano), chegando na portaria indaguei o atendente.

–Gostaria de falar com o Victor, tenho uns papeis para entregar
à ele

–Victor não se encontra, mas pode deixar os papeis aqui comigo que eu entrego assim que ele chegar.

Congelei nesse momento, o que eu iria fazer agora?

–Seu planinho não deu certo né? Hahaha – Breno me disse sarcástico.

–Plano? Você não têm o mínima noção.

Virei-me pro atendente e em um momento de desespero:

–Esse homem sequestrou meu colega , ameaçou-o e está me ameaçando e chantageando desde cedo.

–É verdade isso senhor? – o atendente levanta já dando sinal para os seguranças que já punham-se em posição de sacar a arma.

Breno não havia contado com minha esperteza, eu havia gravado tudo que ele tinha me falado, e comecei a soltar a gravação:

"—Diga logo o que você quer, e de quem está falando.

—Anderson, esse nome se é familiar? Advogado, pai de uma menina, e sumido há 24 horas.

—Você sabe onde ele está? Diga logo.

—Não sei de nada, mas posso saber se eu tiver o que quero.

—E o que você quer?

—Eu quero uma pessoa

**Zum Zum Zum"

—Alô, oi filho.

—Mãe, o Anderson apareceu aqui em casa , todo sujo, com fome e praticamente desmaiado.

—Entendo, faça o seguinte tem um cartão no meu criado mudo, sabe aquele que usamos no hospital quando você doente? Pega ele e vai comprar as suas coisas, mas não gaste muito, você sabe que a mãe não gosta de problemas, e ainda mais de resolvê-los depois.

—Mãe? O que isso quer dizer?

—Tchau filho, até mais tarde, mamãe te ama!

**Barulho de ligação encerrada**

—Então podemos fazer assim, tenho que levar um documento urgente para o Victor, depois disso nós vamos para minha casa, meu filho deve ter saído e Patrícia estará sozinha, você poderá conversar com ela, e convencê-la sozinho, mas só deixarei entrar na casa caso Anderson seja solto e eu tenha uma prova de que ele foi.

—Tudo bem, eu confio na sua palavra "Rosaninha", vamos no meu carro ou no seu?

—Pare com essa intimidade que acha que têm comigo, só faço isso porque tenho apreço ao meu amigo , que também é meu advogado e montado na grana, Patrícia é só uma empregada."

Foi tudo tão rápido que não consegui ver, só ouvi alguns barulhos de tiro e tudo se apagou.

**3 Meses Depois**

Rodrigo –

3 meses se passaram desde que Breno tentou assassinar minha mãe dentro de uma delegacia, depois de ouvir uma gravação dela provando o sequestro, ele teve um surto e deu 3 tiros na minha mãe, um atingiu seu ombro, outro atingiu seu braço, e o ultimo pegou de raspão em seu peito, o que já foi suficiente para coloca-la em coma. Breno morreu alí mesmo na delegacia, os agentes no reflexo do ato descarregaram em cima dele, que caiu no chão e morreu à caminho do hospital, e o que mais me assusta é que ele se foi rindo e clamando pelo nome de Patrícia, que nunca nos contou quem era esse Breno. Desde então Ângela e Zach se mudaram temporariamente para minha casa e Anderson nos ajuda no que pode... bom, dinheiro não era muito o problema, minha mãe tinha bastante guardado, mas eu...

–Eu estou destruído, minha mãe era a coisa que mais eu me importava na vida e agora ela tá lá... deitada naquela cama, e nem sabe se vai acordar.- eu sempre desabafava (ou desabava) com Zach, que em meio a tudo isso nunca saia do meu lado.

Ângela –

Viver sem a Rosana tava sendo um inferno, só 3 meses vocês podem dizer, mas pra mim, uma eternidade. Eu não queria que o tal Breno morresse, só a morte foi muito pouco pra ele, ele tinha que pagar pelo que fez em vida. Me mudei pra casa da Rosana pra ficar mais perto dos meninos e não deixar que Rodrigo parasse a vida, mesmo forçado por mim ele ia às aulas e realizava as atividades da escola. Entretanto, em três meses o máximo que Zach conseguiu foi leva-lo ao cinema e ele teve uma crise de choro no meio do filme por conta de uma morte, olha quanto dano um demônio daqueles fez em alguns dias em Brasília.

Bom, e a Gleicy? Ela ficou no meu antigo apartamento, recebe o salário normal e cuida de lá enquanto eu estiver morando aqui, Marcos foi pra lá viver com a mãe que agora "virou gente".

Zach... é difícil falar do meu filho, que em pouco mais de 1 ano me surpreendeu tanto, o apoio que ele dá ao companheiro é incrível, parece até adulto meu bebê.

Patrícia –

Todo dia eu ia visitar Rosana no hospital e discretamente beijava seus lábios, conversei com os agentes no dia do fatídico ocorrido e juntei as peças, ela recebeu a ligação do filho e soube que Anderson seu amigo de anos estava bem, e mesmo assim tentou trazer Breno para a delegacia, só não contava que ele fosse um psicopata, preferiu morrer numa falha (ou infeliz tentativa), de matar o amor da minha vida. Como eu sabia que ela era o amor da minha vida? Eu podia senti-la, sempre que entrava no quarto era como vê-la dançando em um vestido branco por volta do quarto, e me sentia envolta em seus braços quando eu selava sua boca.

–Por favor Rosana, volta pra gente. – eu dizia chorando apoiado em seu leito.

Amor de Brasília (Romance)Onde histórias criam vida. Descubra agora