Capítulo 12

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Ângela-

Eu não faço ideia porque Alberto iniciaria um processo desse, ainda mais com imagem falsa, mas o Anderson é um ótimo advogado, ele não pegaria um caso só porque a filha mimada falou... ou... claro que pegaria, ele faz tudo para agradar aquela nojenta da filha, por se tratar de um caso com provas "explícitas" ele nem deve ter dado ao trabalho de verificar se era verdadeiro. Preciso falar com Rosana, acho que estou adiando esse encontro mais do que devo.

Uma hora a ficha havia de cair, faz anos que não vejo ela, 16 anos para ser mais exato, desde que saí de SP, perdi o contato com ela e quase todos os primos, e parentes, Rodrigo havia me passado o telefone dela, resolvi ligar.

Disco o número que Rodrigo me deu, eram por volta de 11:40, o expediente dela pela manhã deveria estar findando-se era um bom horário.

O número está sendo chamado, e logo uma moça atende.

—Alô, gostaria de falar com a Rosana - digo em tom ameno, não queria assustar ninguém.

—Olá, é ela, pode falar - uma voz responde, era ela.

—Sou eu Ângela - digo com um pouco de receio.

—Ângela, quanto tempo minha amiga - ela diz com uma voz surpresa.

—Desculpe ligar assim do nada, podemos marcar de nos ver hoje, preciso conversar com você, é urgente? - vou direto ao ponto, sem rodeios.

—Claro, meu expediente acaba em 20 minutos podemos nos encontrar no La-Terranza no Conjunto Nacional,às 12:30 , pode ser?

—Pode sim, te aguardo lá.

—Certo, tchau, tchau!

Ela desliga o telefone, e várias coisas se passavam na minha cabeça, pensei em comunicar Anderson sobre a filha, mas ele não iria acreditar, como provar que não eram Zach e Rodrigo naquela foto, ela era bem convincente.

Resolvo ir me adiantando e indo ao restaurante, acabei chegando às 12:25, e reservei nossas mesas, eu pedi apenas uma água e uma cinzeira , eu havia parado de fumar desde que Zach nasceu, mas ainda dava recaídas em momentos como esse.

Ela chega, nossa como Rosana estava linda, ela estava deslumbrante, em cima daquele salto , provavelmente tamanho 15, um vestido preto que findava em seu joelho, e seus cabelos lisos de cor castanho escuro realçava seu rosto. Já eu , estava um caco, vestia um terninho de cor branca, com uma blusa social bege por baixo e uma calça de mesma cor, com um sapato social preto, meu cabelo era loiro claro natural, mas minhas olheiras denunciavam a minha preocupação.

—Ângela minha amiga! - diz Rosana entusiasmada.

Levanto para comprimenta-la ,era estranho vê-la depois de tanto tempo, mudada, forte, madura.

—Olá Rosana, quanto tempo!

Rosana-

Fazia muito tempo que eu não via Ângela, 16 anos sem minha amiga, eu sabia muito bem os motivos dela ter mudado-se de São Paulo, ou melhor fugido, Alberto era um crápula, e Gleisi uma sádica possessiva, ela fez bem, me senti mal por perder uma amiga, mas a segurança dela era prioridade.

Hoje ela me ligou e marcamos de nos ver no La-Terranza,cheguei pontualmente às 12:30 e lá estava ela sentada, ela estava abatida, mas não perdia sua beleza natural, seus olhos claros, e uma pele invejável, portava olheiras horríveis, prováveis resultados do tal "motivo urgente" no qual ela me convocou aqui.

—Ângela, minha amiga! - eu disse alegra, a saudade era notável.

—Olá Rosana, quanto tempo! - ela exclamou e sua face notavelmente ficou mais feliz.

Amor de Brasília (Romance)Onde histórias criam vida. Descubra agora