1|Laís

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Aᴛᴜᴀʟᴍᴇɴᴛᴇ...

Acordei com uma puta ressaca. Após brigar com meu pai, ontem, eu tinha ido beber. Tomei um banho gelado e desci para tomar café.

— Bom dia - me sentei.

— Já esqueceu o que fez, Laís? - meu pai pergunta com a maior cara fechada.

— Vamos comer em harmonia. Como uma família feliz, que fingimos ser diante as mídias, papai - debocho.

— Laís! - me repreende.

— O que foi, papai? Só verdades.

— Concordo com a Laís - Gabe responde e toma um gole do seu suco.

— Vou ignorar os dois - bufa.

— Valeu pela mesadinha - mordo um pedaço do pão.

— Lembrando que hoje teremos o jantar com os Lopes - me avisa.

— Ah, sim - nem sei quem é.

—.Lopes não é aquela família que a empresa está com complicações? - Gabe pergunta e meu pai anui.

Não me envolvo com as coisas da empresa. Tadinho do Gabe ser obrigado a isso.

— Por que tenho que jantar com eles? — pergunto.

— Você irá conhecer seu talvez futuro pretendente.

— Já disse pra esquecer isso, pai - me levanto.

— Aonde está indo?

—.Estudar para a faculdade.

— Eu já disse que pago.

— Mas não vai deixar eu escolher o que quero.

— E o que você quer, Laís? - pergunta desinteressado.

— Medicina veterinária ou psicologia.

— Sugiro psicologia, mas você não tem estrutura pra isso. Cuidar de bichos não dá dinheiro. Faça medicina, engenharia civil, advocacia, arquitetura já que sempre desenhou casas com... - ele para — ou administração que nem seu irmão - ele foge do assunto.

— Desenhar casas, me faz se sentir feliz e lembrar da mamãe - mordo meu lábio inferior — Depois eu decido com mais calma - subo até o meu quarto e começo a chorar.

Não sei quando, mas acabei adormecendo. Acordo já de tarde, tomo um banho, lavo meu cabelo. Visto um vestido não tão justo, penteio o cabelo com os dedos e coloco um salto e vou até o escritório.

— Que horas chegam? - pergunto entrando.

— Às 19h - ele olha seu relógio — Já devem estar chegando. Pede a Maria para colocar a mesa.

Vou até a Maria e ela já estava preparando a mesa. Dou um beijo na testa da mesma e saio.

— Pai, já chegaram - falo após escutar a campainha tocar e uma das empregadas abrir a porta.

Não gosto da palavra empregada. Por isso chamo elas de tias e a Maria de mãe, a mais antiga da casa.
Seu cabelo parecia algodão doce, bem branquinho, também se compara a uma nuvem. Sua pele branquinha me encantava.

— Vamos - ele coloca uma de suas mãos nas minhas costas e me guia até a mesa, onde os convidados estão.

— Boa noite - o homem de terno e gravata cumprimenta meu pai — É um prazer conhece-lá - ele sorrir pra mim e me cumprimenta com dois beijinhos.

— O prazer é meu - sorrio educadamente. O que foi? Eu sei me comportar nos momentos certos.

— Esse é meu filho, o Eric - ele se refere ao menino bonito do seu lado.

Bonito é pouco, Laís. Ele é lindo demais. Ele sorrir pra mim e estende sua mão.

— É um prazer em te ver - ele beija minha mão.

Tá legal... Quero casar com esse garoto.

— Vamos nos sentar - meu pai sugere e nos sentamos na mesa. Logo vem uma das minhas tias e abre as bandejas e serve o vinho — Podemos prolongar o assunto ou já ir direto ao ponto - meu pai sugere.

— Como o senhor quiser. Mas acho que os mesmos ficariam a vontade após alguns encontros. Sabendo mais um do outro. Tendo uma maior aproximação antes.

— Que seja - meu pai dá de ombros.

— Posso saber logo o ponto? - pergunto nervosa sem saber do que se tratava.

— Eric já está ciente, Sr.Moreira - o homem fala.

— Menos trabalho - meu pai se vira pra mim e engulo a seco — Vocês dois vão se casar.

— Como assim? - rio sem humor — Para de brincadeiras, papai. Me desculpem, ele adora uma piada - o repreendo com o olhar.

— Vocês vão se casar, Laís. Você pode ter direito a festa, cerimônia perfeita. Tudo como você sonhou e também uma lu... - o interrompo.

— Como assim, pai? - escorre uma lágrima em minha bochecha.

— Laís — fala em um tom firme.

— Por que eu tenho que me casar com alguém que nunca vi?

— Me desculpa. Eric já estudou na mesma escola que você, devem se conhecer - o pai daquele garoto se mete.

— Eu não me lembro dele - abaixo a cabeça e prendo o choro.

— Está resolvido, Laís?

— Mas, pai... - o olho com súplica.

— Sem mais, Laís — diz firme.

— Não vou me casar com ele. Eu nem amo ele! - me levanto.

— Agora a mocinha acredita em amor? - meu pai debocha.

— Não foi atoa que se apaixonou e casou com minha mãe - ele abaixa a cabeça e logo ergue de novo.

— Você vai se casar, querendo ou não. Só pense nos negócios da família, não seja egoísta.

— Você lembra do que aconteceu comigo? No passado, papai? - deixo mais lágrimas escaparem por lembrar da cena — Eu não quero me casar com ninguém.

— Mas você vai - ele é frio — O que aconteceu foi sua culpa.

— Minha? - o encaro — Está bem. A culpada sempre é da garotinha, nunca é do imbecil - corro até o meu quarto e abafo o choro no travesseiro.

[...]

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PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora