28|Laís

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Caminho bem rápido e disfarçadamente até o meu alvo, escondido atrás de alguns arbustos, crendo mesmo que não consegue ser visto.

— O que foi que combinamos? - o puxo pela camisa até um canto mais escondido e vazio.

— Não gostou de me ver, Lala? - debocha e toma um gole da sua cerveja, a que eu percebi que ele está com uma agora.

— Aqui não é o lugar apropriado para nos encontrarmos. Me diz o que você quer e vai embora, Samuel.

— Só vim pra ter a certeza que vamos fugir amanhã e você não vai dar com o pé atrás.

— Eu já te disse que vou.

— Ah, você tem que ir sacar o dinheiro hoje mesmo.

— Saindo daqui, eu vou.

— Acho que meu trabalho por aqui acabou - segura meu queixo.

— Apenas começou - tiro sua mão de mim brutalmente.

— Agressiva demais - estala a língua — Já vou indo.

— Seja esperto uma vez na vida e seja discreto - grito com ele que sai rindo do jardim. Por que não arrumei uma pessoa menos retardado? Acho que ninguém toparia essa loucura comigo. Aliás, Samuel mesmo sendo idiota por vezes, ele sabe bem como tratar sobre um plano de fuga e desviar dinheiro, até mesmo falsificação de documentos. Incrível pra ele mesmo.

Voltei pro salão principal e Eric já veio na minha direção com um enorme sorriso. Eu amo esse sorriso.

— Resolveu?

— Resolvi - sorri — Era apenas uma pequena infestação de pequenas pragas - minto.

— Que estranho. Nos disseram que não havia nenhum tipo de infestação. Acho melhor conversamos com os donos por isso.

— Não - me apresso — Não será preciso. Eu, Laís, já resolvi - ajeito seu cabelo.

— Perfeita em todos os aspectos - sorrir e sorrio junto — Cadê os panos?

— Eu esqueci - faço uma careta — Vou voltar e buscar.

— Vou com você - concordo com receio. Tomara que aquele idiota já tenha ido embora. Fomos até a casinha no jardim de trás, entramos, pegamos as caixas com os panos — Pra que isso tudo? - reclama enquanto levamos pro salão de volta.

— São muitos convidados.

— Que ótimo! Bastante convidados pra ver a vergonha do Eric e eu sair nas imprensas como o gatão abandonado no altar.

— Ah, não - rio nasal.

— Que foi? - balanço a cabeça — É sério. Pelo menos, vou ser divulgado como gato solteiro que foi abandonado no altar. As mulheres vão sentir pena de mim e vão vir ao meu encontro - pisca. Realmente assistimos muitos filmes americanos.

— Como consegue fazer piada com tudo?

— Melhor fazer de suas desgraças uma piada, do que se lamentar por décadas - anuo e colocamos as caixas no chão

— Por onde começo?

— Vou marcar a sequência e pode colocar os panos - E assim foi feito. Marquei, colocamos os panos e os vasos apenas com água.

Resolvi eu mesma arrumar meu casamento. Além de eu gostar de cuidar dos mínimos detalhes, quero fazer parte do meu casamento de alguma forma.

— A dengue vai fazer festa - rimos.

Quando acabamos, fomos no carro do Eric. Hoje ele ficou por dirigir, sem o Élio.

— Não posso mesmo dormir com a noiva um dia antes do casamento? - insiste e balanço a cabeça em negação — Isso é injusto!

— Regras são regras.

— Posso ao menos te ver com o vestido ?

— Nunca ouviu falar que dá azar?

— Mais? - me olha debochado.

— Você é inacreditável, porquinho - debocho de volta.

— Está entregue - para o carro em frente da minha casa e o olho.

— Obrigada pela carona - beijo sua bochecha.

— Queria dizer um te vejo amanhã no nosso casamento. Queria, mas não posso - desvia seu olhar do meu.

— Até em breve, Eric - saio do carro, fecho a porta e caminho pra dentro da casa.

— Laís - Gabe vem até a mim — Esc...

— Por favor, agora não - seguro o choro, o ignorando e subo as escadas depressa.

[...]

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PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora