3|Laís

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Acordo no dia seguinte com uma puta dor de cabeça.

— Laís, meu amor. Você tem que acordar - Maria me chama de fora do quarto. Levanto e abro a porta pra mesma — Bom dia, princesa.

— Bom dia, mãe - dou um beijo na testa da mesma que entra para arrumar o quarto e outras coisas.

Tomo um banho rápido, coloco um conjunto de moletom e vou até a sala de TV.

— Oi, maninha - Gabe me dá um beijo na testa e me enlaça em seus braços.

— Oi... Você sabia disso? - o encaro, ele nega com a cabeça — Por que isso comigo? Podia te colocar pra casar com outra.

— Por que tem que ser comigo? - ele me encara e rir.

— Você não se importaria com isso.

— O Sr.Lopes está por um fio. Mas se nosso pai se unir com ele, levantará grandes arrecadações. Não só para os Lopes, como para a empresa dos Moreiras.

— Por que? Se ele está quase falido.

— As propostas oferecidas pelo Lopes, são grandes projetos de investimento que vai nos fazer subir triplicando o que temos. E para ter a certeza que eles não vão tirar tudo com um pequeno golpe armado, como seu tataravô fez, papai precisa de um laço que não nos faça afundar.

— Porque se eles tentarem nos afundar estando com um Lopes, eles afundariam um deles - é meio confuso, mas entendo.

— É melhor você ceder. Mas pode pôr propostas ao papai. Como a faculdade que quer e pode dar um herdeiro.

— Nem pensar que vou transar com aquele garoto.

— Ele é bonito.

— Não quero ele, mas ele é bem bonito mesmo - ele rir maliciosamente — Desde quando você repara nessas coisas?

— Ele é pretendente da minha irmãzinha. Não posso deixar qualquer um ficar com você - o encaro desconfiada — Já sabe que vai sair com ele hoje, né?

— Mais uma dessas... - bagunço meu cabelo.

— Você tem que parar com essa mania. Sempre que fica nervosa, tensa com algo - ele segura minhas mãos — Papai pediu pra eu vir te avisar. Não reluta, isso complica pra mim.

— Eu vou. Mas não garanto flores.

— Ele te busca às 14h. Mudaram o horário - dou de ombros e fico ali até a minha hora.

Subo e me arrumo. Coloco um vestido colado vermelho e um salto dourado, faço uma make elaborada e faço cachos no cabelo.

— Ele chegou - Gabe me direciona até o carro do tal Eric.

— Oi - me dá um beijo no rosto e sorrir.

Entro no carro sem trocar qualquer palavra. Sentamos no restaurante já reservado, pedimos nossa comida e tento me concentrar.

— Algum problema?

Tirando que prefiro morrer ao casar com você?Nenhum!

— Nenhum - sorrio sem os dentes e ele dá uma risada nasal — Qual é o seu problema? Parece um porco.

— Desculpa. É que você não lembra de mim. O que é bem estranho.

— Estudamos no mesmo colégio, e daí?

— Na festa do "adeus"... Nós ficamos - cerro os olhos tentando lembrar — Posso dizer mais que ficar.

— Porra. Eu transei com você? — arregalo os olhos.

— E como - ele rir e acabo bagunçando meu cabelo — Ei, não precisa se descabelar.

— Não vamos falar disso, você pode morrer antes de nós casarmos.

— Então, você quer casar comigo? - ele me lança um olhar confiante.

— Idiota. Pensando bem, vou contar ao papai que me forçou a transar com você e está me perseguindo agora. Ele acaba com a sua raça, e me acha um pretendente bem melhor - reviro os olhos.

— Não precisa dessa agressividade toda, princesa. Será nosso segredinho - ele pisca pra mim e faço momice, o que faz ele rir.

— Sua risada é horrível, parece um porco.

— E você rir que nem uma princesa?

— Eu tenho classe. Com certeza.

Ele rir — Você ficou grávida após termos transado?

— O quê?

— Tipo, enjôos, essas coisas todas de grávida.

— Ah, claro. Porra, eu tenho um filho seu, sim sabe. Mantenho ele em um cativeiro. Pergunta idiota.

Nossa comida chega.

— Me dá uma de suas batatas, Laís.

— Você não tem educação? Sério mesmo que vou me casar com você? - bufo.

— Temos que aprender a compartilhar. O que é da esposa é de seu marido e vice-versa.

— Só te aviso que, se você tocar em algum de meus pertences, se considere um homem morto. Primeiro arranco o que você chama de pênis,e eu acho de PPN...

— O que caralhos é PPN? - ele arquea a sobrancelha.

— Pinto Pequeno Nojento - concluo.

— Engraçado que...- o interrompo.

— Não termina. Eu faço um escândalo.

— Você não tem coragem - Puta que pariu — Você gritava bastante, até pediu mais. Engoliu tudo e brin...

— Eu joguei pedra na cruz? Para com essa merda de história.

— Vai ser uma bela história para nossos filhos, Laís - debocha o tempo inteiro.

— Não vamos ter filhos. Esse treco não... - me calo antes de falar besteira e ele rir da situação.

— Como vocês se conhecerem, papai? - ele imita uma criança — Bem, eu fudi a sua mãe. Depois eu tive que casar com ela pela empresa - ele engrossa a voz o que me faz rir, mas ainda me irrita.

— Vai se fuder.

— Sabe, para uma garota com tanta elegância. Você é bem desbocada - brinca jogando minhas palavras contra mim.

— Olha quem fala - digo no tom de ironia e reviro os olhos.

— Por isso fazemos um ótimo casal.

— Que Deus não me castigue dessa maneira.

— Eu sou maravilhoso. Tem castigo melhor?

— Você está tirando minha paciência, Lopes.

[...]

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PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora