Assim que entrei na casa da Laís com ela no colo, seu pai assim que nos viu veio correndo em direção à sua filha.
— O que aconteceu com você, Laís? - pergunta a analisando ainda no meu colo.
— Não foi nada demais, pai .
— Sempre que sai de casa, arruma alguma coisa pra quebrar a cara menina - reclama.
— Não começa, papai - dessa vez, o responde com deboche.
— Laís, eu... - interrompo aquela discussão ridícula.
— Desculpa atrapalhar a briguinha dos dois. Mas, essa garota pesa - reclamo. E realmente aquele corpinho magro, pesa mais do que eu imaginava .
— Leve-a para o quarto, rapaz - o senhor Moreira ordena.
— Que absurdo, papai. Vai deixar um garoto entrar no meu quarto? Se ele abusar de mim? Nem pensa na sua filha - coloca a mão no peito em forma de ofendida. Sonsa.
— Deixa de fazer graças, Laís. Primeiro que você sabe se cuidar, e outra que, Eric nunca seria capaz de te tocar maliciosamente, muito menos contra sua vontade.
—.Então vamos falar sobre isso, papai. No dia do ensaio, o Eri... - a interrompo.
— Licença - me dirijo a escada — Ela está muito cansada, tadinha. Pode falar besteiras por conta do cansaço. Vamos deixar a pequena descansar - escondo meu nervosismo e subo as escadas rápidamente com Laís no colo, o que foi difícil.
Escutei sua risada gloriosa quando eu estava bem perto da porta do seu quarto e a abri — Devo fazer isso mais vezes - provoca.
— Eu vou te jogar no chão, pentelha - ameaço.
— Não ouse fazer isso comigo.
— Então, fica quietinha que eu te ajudo - a coloco sentada na cama. Tiro seus tênis, passo um spray que uma de suas madrinhas - como chamo as minhas, não sei como ela chama as delas - havia me dado e massageio seu pé com movimentos circulares — Está doendo? - pergunto e a olho em seguida. Seus olhos estão fechados.
Me levanto e coloco seus tênis no canto do quarto enorme e todo detalhado com toques de luxo e conforme sua personalidade. Acho que vai ser difícil ela ter que se acostumar com uma decoração diferente na nossa casa. Em questão disso, eu não faço idéia de como vai ser, mas quero que Laís se sinta avontade com a nossa casa.
Vou até a Laís que ainda está com seus olhos fechados. A deito na cama com cuidado e a cubro com seu edredom rosê com detalhes em dourado e branco. Ligo o ar no fraco e fecho as cortinas. Beijo sua testa e sinto o cheiro bom do seu quarto arrumado e personalizado antes de fechar a porta com cuidado.
Desço as enormes escadas até encontrar o olhar do meu pai e do senhor Moreira. Meu pai faz um sinal convidativo até os dois e sigo seu comando.
— E Laís ? - senhor Moreira, pergunta por sua filha.
— Pegou no sono - sorrio todo bobo. Não consigo esconder minha felicidade por estar me dando bem com ela.
— Parabéns por ter feito ela dormir. Não a aguentaria gemendo de dor a tarde inteira de implicância - aponta e fico inquieto com sua suposição.
— Não acho que Laís iria fazer isso de propósito - o rebato sem alguma intenção e meu pai arregala os olhos na minha direção.
Nada posso fazer, já soltei e não tem como voltar atrás. Desde que ele não desista do casamento, tanto faz o que faça.
— Lais é teimosa como a mãe - isso é verdade — Gosta de ser dramática mesmo sem necessidade, como a mãe - pior que tenho que concordar — E Laís não sossega, enquanto não tem o que quer - mais uma vez tenho que concordar. Claro que concordar mentalmente, lá vou dar esse gostinho pra ele. Laís me mata se souber que concordei com seu pai, principalmente a seu respeito.
— Já estamos indo, senhor Moreira - meu pai levanta — Depois nos vemos e resolvemos a questão do contrato.
— Está bem.
Nos despedimos do senhor Moreira. Assim que entrei no carro, já esperei por um questionamento do meu pai.
[...]
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Perdição
Romance"Temos todas as opções pra viver dias melhores;Cê sabe que me tem na mão pena que tu não se envolve" Eric sempre foi apaixonado por Laís desde o colegial. Quando a empresa de seu pai tem complicações, é forçado a casar com a filha do dono de outra e...