A boa causa

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"Eu estou sempre procurando algo, um lugar... não sei  o que é ou onde é, mas eu sei que é importante para mim..."-Your Name

POV CAROLINE

Noite do cometa - Sábado

Faltando pouco menos de uma semana para o meu aniversário de um ano de namoro eu finalmente consegui terminar a carta que havia começado a escrever para o meu namorado fazia mais ou menos uns dois meses.

A demora para escrever era meio complicada pois com o Dreicon era diferente, e não exatamente um diferente bom...a realidade é que as coisas já estavam mudando havia bastante tempo...eu sempre ouvi as pessoas mais velhas dizendo que era normal o namoro esfriar depois de um certo tempo juntos... é só que...eu não esperava que fosse acontecer tão rápido. Claro que continuavamos sempre andando juntos e fazendo coisas que namorados fazem... só que eu sentia falta de algo mais...

E sempre que eu me pegava com esse sentimento de vazio eu me fazia a pergunta "o que esta faltando?" e várias horas depois, eu simplesmente desistia da pergunta, eu não tinha a mínima ideia do que faltava... mas mesmo assim a sensação não ia embora.

Coloquei uma roupa meio casual para não parecer que eu tinha ficado horas na frente do espelho, embora tenha sido exatamente isso que tinha acontecido e esperei Dreicon aparecer com seu carro preto na porta da minha casa. Vi Rafael franzir a testa e me lançar um olhar de reprovação enquanto via eu olhar atentamente pela janela esperando o som do motor ou da buzina.

Ás 19:30 eu pensei em mandar uma mensagem perguntando se estava tudo bem e se tinha acontecido alguma coisa para ele estar demorando tanto, às 20:15 eu soltei meu cabelo e fui para o meu quarto pois não aguentava mais o olhar do Rafael, que tinha passado de reprovação para pena. Às 21:45 ,eu mandei uma mensagem perguntando se ele já estava vindo e às 22:20 eu ouvi batidas na porta do meu quarto.
Coloquei um sorriso no rosto e ao abrir a porta dei de cara com o meu irmão, ele não disse nada, só fez um sinal para a porta da sala e eu pude ver Dreicon encostado no batente. Ele estava mexendo no celular...e apesar de ele estar bem bonito naquela sua blusa polo a única coisa que passou pela minha cabeça foi que ele poderia ter respondido minhas mensagens já que estava com o celular na mão.
Quando coloquei os pés para fora do quarto e só então o garoto desviou os olhos do celular e abriu um sorriso enorme.

"Traz ela para casa antes das 01:00 da manhã" Rafael disse enquanto pegava as chaves para fechar a porta da sala, Dreicon deu um tapinha no ombro do meu irmão(o qual não gostou muito do ato mas não disse nada)e disse sorrindo:

_Vamos chegar cedo, Rafa. Não se preocupa, vou cuidar da Carol.

Rafa fez um barulho estranho com a boca e antes de fechar a porta da sala mexeu a boca em um "eu te amo" para mim seguido de um olhar demorado.

Encostei minhas costas no banco de couro do carro dele e senti que minha pele já começava a suar, eu tinha que admitir que odiava muito aquele tipo de banco, achava extremamente desconfortável e zero por cento bonito.

_Tenho uma coisa legal para fazermos hoje.

O som da voz dele me fez desviar a atenção dos bancos, o garoto digitava algum endereço no Google maps enquanto sorria animado. Talvez ele me levasse para um restaurante na Avenida paulista ou algum cinema de filmes francês que ele tinha achado perdido pelas ruas doidas de São Paulo...ok, a segunda opção era totalmente fora de cogitação, meu namorado odiava filmes legendados e odiava mais ainda filmes franceses.
e então senti suas mãos se pousarem sobre minha coxa e sua voz me tirou dos meus devaneios:

_Não sabe o que fiz hoje! Consegui aquele documentário que eu estava te falando na semana passada!

Minha mente foi invadida pelo estranho paradoxo dos gostos dele. O garoto odiava filmes legendados mas adorava documentários legendados com mais de 50 minutos.

A  sorte do acaso (Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora