Definições

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                                              POV DAY


O cheiro dela. Eu tinha sentido tanta saudade. Durante o final de semana em claro eu havia seriamente pensado no risco de algum dia eu esquecer o cheiro daquela menina. Mas agora com ela tão próxima eu achei engraçado eu ao menos ter pensado na possibilidade de esquecer aquele cheiro tão único. Eu realmente nunca esqueceria nada relacionado a Caroline.

_Pronto. Estou te olhando nos olhos.

A voz dela estava meio embargada, como se estivesse fazendo muito esforço. E só a lembrança de que ela estava chorando minutos atrás me fez sentir meu coração doer mais um pouco. 

Mas eu não podia vacilar novamente, era o primeiro avanço que eu tinha com ela desde o final de semana. Eu realmente não podia deixar essa chance passar, então engoli em seco e sustentei o olhar no dela para responder:

_Acha que é cedo demais para te pedir uma segunda chance de conversa?

Caroline fez uma cara de quem não estava acreditando que eu realmente tinha dito aquilo. E bom...nem mesmo eu estava acreditando que estava novamente pedindo para ser ouvida...não tinha nem uma semana que ela havia me expulsado da porta da casa dela! 

Eu realmente estava começando a ficar meio obcecada...

_Acho que você teve a sua segunda chance...dois dias atrás na porta da minha casa. E a resposta continua sendo a mesma.

Ela disse com um tom de voz rude e virando o rosto para a parede do banheiro.  Eu estava sentada de frente para o vaso que ela estava sentada toda encolhida, uma posição que deixava ela com aquele ar de ser bem menor do que realmente era, aquela posição que eu tanto gostava de a abraçar pois cabia perfeitamente nos meus braços...aquela posição que agora eu só podia encarar com o coração apertado e a garganta seca por estar novamente sendo negada.

_Eu quero que você saia do banheiro...por favor.

Ela respirou fundo e me olhou nos olhos depois do "por favor". Eu não tinha desviado os olhos dela um segundo sequer, não podia perder nenhum detalhe daquela menina, tudo nela para mim era como em um filme, eu gostava de ver o máximo que eu podia para guardar cada detalhe e reprisar na hora de dormir. E não me importava se ela estava ali dizendo que nunca mais queria me ver...

Principalmente se ela dizia tudo isso com a respiração meio falhada por conta da minha aproximação.

_Bom...eu vou embora.

Eu disse suspirando e por um momento bem rápido eu pude ver sua boca tremer, como se ela fosse me pedir para ficar ou algo assim...mas o que saiu foi um suspiro de alívio e um:

_Ótimo. Obrigada.

Eu realmente não posso sair, se eu sair agora seria como deixar ela de verdade, quanto mais tempo eu deixar a situação dessa forma mais tempo ela entenderá as coisas de forma errada. Preciso realmente colocar para fora tudo o que fiz e tudo o que pensei naquele momento confuso. Sei que errei quando preferi omitir a verdade...mas talvez aquele ditado sobre nunca ser tarde para admitir um erro e mudar esteja certo. A única coisa que realmente não é errada é o meu amor por aquela menina sentada na minha frente.

Respirei fundo e levantei de repente, Caroline me olhou um pouco assustada por eu ter levantando tão do nada mas seus olhos se abriram ainda mais quando eu entrei dentro da cabine com ela. Eu realmente não vou embora.

_Ei! O que está fazendo? 

Estávamos as duas dentro daquela cabine tão pequena quanto um cubículo de banheiro pode ser. Eu podia ver o olhar nervoso da menina na minha frente, parecia indecisa sobre o que fazer...como se não estivesse treinada o suficiente para me mandar embora.

A  sorte do acaso (Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora