O jogo de perguntas

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Pov Caroline
  Cheiros. Eu sempre fui uma pessoa que prestava muita atenção no cheiro que as coisas tinham e adorava nomear esses odores com nomes peculiares. Meu namorado costumava cheirar semelhante a uma casa de madeira com um toquezinho de menta, antigamente eu costumava achar que era um cheiro particularmente dele, mas depois ele me confidenciou que era o aromatizante que ele usava no carro, acabando com toda a magia que minha mente romântica tinha criado.
    Enfim, eu sempre fui uma pessoa que reparava nesse tipo de coisa, então, quando uma brisa gelada entrou sem ser convidada no meu quarto e espalhou um cheiro novo por ali eu com toda certeza estranhei. Era um cheiro mais adocicado, quase um morango, mas não era enjoativo...
   Será que ele estava com alguma menina antes de vir para cá? isso explicaria bastante o cheiro e a aparição dele do nada no meio da noite....mas... será que ele realmente seria capaz de me trair?
  "Belo quarto" A voz de Dreicon fez com que eu saísse dos meus devaneios. Ele parecia estar observando o recinto com os mínimos detalhes, parou um pouco mais perto de onde tinha as minhas fotos coladas na parede. De repente me senti um pouco envergonhada pois tinham várias fotos minhas vestindo umas fantasias bem constrangedoras no carnaval e outras bem peculiares de épocas da infância. Reparei que ele demorou o olhar um pouco mais em uma que eu estava abraçada com o Bruno, os dois vestidos de bananas de pijama. Vi um sorriso se formar em seu rosto e me apressei em falar:
  "Ah, você esta agindo como se nunca tivesse vindo aqui"
   Só então ele desviou o olhar das fotos e se voltou para mim, dessa vez o sorriso não estava em seu rosto, tinha ficado repentinamente sério.
"Então quer dizer que...eu venho muito aqui?"
   Eu dei um sorriso irônico, ele sabia muito bem que o meu quarto era uma área meio proibida para nós dois desde o início do namoro, principalmente a noite. Rafael costumava achar que só se podia fazer sexo a noite e na cama.... então ele fazia questão de manter o Dreicon apenas na sala de estar e sob um olhar nada receptivo. Mostrando que com toda certeza ele não era bem vindo nem na sala e muito menos no meu quarto.
     Percebi que o Dreicon não havia entendido o meu sorriso pois continuou sério e com um ponto de interrogação no rosto. Ok, isso ficava cada vez mais esquisito....
  "Ahn... você sabe...aqui meio que tem uma área restrita para você, costumava até achar que se você colocasse os pés dentro do meu quarto acabaria pegando fogo"
    Dreicon sorriu, estava mais relaxado com a minha resposta, como se realmente aquilo fosse uma surpresa. E uma surpresa agradável ainda por cima.
  "Acho que tenho mais perigo de pegar fogo lá na sala do que aqui...seu irmão parecia querer me pulverizar!"
   Eu ri dessa vez, não era mais um segredo para ninguém o quanto o Rafa não suportava o Dreicon. Ele costumava ser mais discreto no início, começou com caretas discretas sempre que eu tocava no nome do meu namorado e depois acabou evoluindo para uma bufada sempre que a campainha tocava, como se ele conseguisse sentir quem estava ali na porta.
  "Durante algum tempo eu pensei que ele gastaria o réu primário com você..."
  Eu disse enquanto me sentava na cama e observava Dreicon ainda vasculhar meu quarto com os olhos, tudo ali parecia prender a atenção dele, principalmente minhas fotos da infância coladas na parede.
   "Sério, o que eu fiz para que ele me odiasse tanto assim?"
   Era uma boa pergunta, de certa forma ele nunca tinha feito nada diretamente para o Rafa. Mas meu irmão com certeza havia presenciado algumas noites em que eu tinha ficado esperando Dreicon e tinha ido dormir chorando....mas claro que eu não diria isso a ele. Especialmente agora.
  "Acho que namorar a irmãzinha caçula dele já é um bom motivo para querer estrangular alguém"
   Ele riu e falou me lançando um sorriso malicioso:
"Oh,claro! Porque eu sou o lobo mau e você é a jovem e indefesa chapeuzinho"
  Dreicon se aproximou mais de minhas fotos e começou a passar o dedo em outra em que eu estava com o Bruno, apertei os olhos de onde eu estava para ver qual exatemente era a foto e reparei que era uma em que eu e Bruno estávamos abraçados, eu estava com uma cara de acabada e o Bruno totalmente bêbado. Eu só tinha ficado bêbada daquele jeito uma vez na vida, exatemente naquele dia da festa do 1° ano, o dia da festa  do Arthur em que eu tinha dado meu primeiro porre,beijado o Dreicon e...
"Eu reconheço essa casa... é a casa do Arthur, não é?"
   Ele pareceu meio perturbado com alguma coisa, franzia a testa como se estivesse brigando consigo mesmo. Levantei da cama e parei ao seu lado para analisar melhor a foto.
    "Ah! Essa foto é daquela festa lá no 1 ano... você não lembra?"
   Ele continuou encarando a foto, então eu completei:
"Lembra que eu passei muito mal e coloquei meus órgãos pra fora no banheiro...e ai a Day ficou lá cuidando de mim e..."
   Antes que eu conseguisse terminar de falar ele arregalou os olhos, murmurou algo que parecia com "meu Deus do céu" e deu um tapa na testa.
  "Você realmente tinha esquecido da festa?"
Eu perguntei meio incrédula, eu não estava muito sóbria naquele dia mas tinha certeza que Dreicon não tinha colocado uma gota de alcoon na boca. Só então ele pareceu reparar que eu o encarava com a testa franzida, tinha uma grande chance de eu ficar magoada se soubesse que ele tinha esquecido o dia do nosso primeiro beijo.
"Não.. não! Claro que eu não esqueci desse dia...eu só não me lembrava que a Day tinha estado lá"
   Ele disse a última parte um pouco mais baixo que o normal como se ainda tivesse tentando lembrar dos fatos daquela festa. Dei de ombros e falei:
"Foi ela que te chamou para me ajudar no banheiro..."
  Sabe quando você pode sentir a atmosfera do ambiente mudando? como se de repente o tempo tivesse começado a passar rápido demais ou então seu cérebro começou a processar tudo atrasado? Isso foi exatamente o que eu senti quando Dreicon desviou os olhos da fotografia e me encarou bem no fundo dos meus olhos e disse:
"Sim, eu me lembrei."
Seus olhos nunca estiveram tão azuis mas apesar disso aquilo não era a coisa que mais me chamava a atenção no momento, e sim a forma com que aquele olhar pareceu me puxar para um vórtice esquisito de pensamentos, como se ele me sugasse para aquela noite três anos atrás, pro banheiro que eu dividi com a Day e de repente reparei que já tinha sentido aquela sensação antes....
   "Ham... você ta bem?" Senti as mãos firmes do meu namorado tocar meu ombro, me tirando dos meus devaneios e fazendo eu o encarar nos olhos novamente...a "coisa" ainda estava lá, no fundo daqueles olhos, tinha alguma coisa acontecendo.
  "Sim, tô sim...eu só fiquei meio tonta de repente"
  A verdade é que aquilo tinha sido uma desculpa para não o olhar nos olhos naquele momento. Hum...será que tinha alguém mais boba do que eu naquela cidade? Dreicon me olhava preocupação e eu só conseguia pensar em um momento totalmente aleatório que eu tinha passado com uma amiga dele anos atrás. Haha Caroline, você certamente é uma piada! 
   "Escuta, acho melhor a gente sentar um pouco na sua cama...essa nostalgia não fez bem para você"
  Ele disse sorrindo de lado e me encaminhando com sutileza para a minha cama. Sentei com as costas apoiadas no travesseiro e Dreicon deitou do meu lado, com o rosto meio que encostando nas minhas pernas mas em uma posição em que ele não podia ver totalmente meu rosto. Dei graças a Deus por isso.
    Reparei que os olhos dele estavam fechados. Será que eu era uma companhia muito chata? antes que eu começasse a surtar tentando pensar em algum assunto ele se adiantou:
"O que acha de jogarmos um jogo?"
  Eu dei um sorrisinho malicioso e disse:
"Qual a classificação indicativa desse jogo?"
   Ele riu, e de repente notei que sua risada nunca me pareceu tão real.
"Eu tenho que dizer... você me enganou por bastante tempo"
  Senti um calafrio na espinha. Enganei? Como assim enganei? O que ele queria dizer com aquilo?
    Minha cara deve ter mostrado o meu pânico pois meu namorado logo se sentou a fim de ver melhor meu rosto e disse:
"Eu sempre pensei que você fosse uma menina...ham...como dizer?"
   Eu dei um sorriso mas continuava apreensiva com o que ele diria em seguida.
"É que você sempre me pareceu bem tímida, sabe? daquelas que quase não pensa besteira e agora..."
   Dessa vez eu sorri de verdade, mais de alívio do que por qualquer outra coisa. Seja lá o que minha mente tivesse pensando sobre coisas passadas o Dreicon não tinha desconfiado.
  "E agora eu...?"
Ele deu de ombros como se fosse algo bobo e falou enquanto arqueava a sobrancelha:
"E agora você quer se aproveitar desse corpinho aqui...."
   Eu dei uma boa olhada no corpo do garoto na minha frente. Ok, eu não podia dizer que ele não era muito bonito porque ele definitivamente era. Seu maxilar era perfeito, o cabelo loiro meio curto combinava perfeitamente com seus olhos azuis quase cinza...Dreicon era definitivamente bonito. Mas...eu queria isso que ele havia insinuado?
    Quero dizer, tínhamos passado um ano namorando e eu nunca tinha sentido uma vontade muito grande de seguir para algo a mais quando eu sentia que beijos não eram o suficiente.....merda, isso era tão confuso.
   Optei por fazer uma careta de nojo de brincadeira e o empurrar levemente para trás enquanto dizia:
"Ugh! Eu não"
    Ele arregalou os olhos fingindo estar ofendido e falou:
"Ei! Você não pode ferir meu ego desse jeito!"
"Aé? E por que não?"
  Ele pareceu pensar bastante para responder aquilo, mas no fim só deu um sorrisinho travesso e murmurou:
"Pensando melhor...acho que você pode dizer isso para mim sempre que quiser! Sério mesmo, diga SEMPRE!"
   Eu dei uma risada. Cada dia esse garoto ficava mais estranho.
"Isso é algum tipo de novo fetiche bizarro?"
   Dreicon se aconchegou um pouco mais perto de mim e deitou sua cabeça nas minhas pernas. Era a primeira vez em um ano de namoro que ele fazia aquilo e eu estava surpresa por reparar que isso era um gesto tão simples e que eu nunca havia experimentado.
"Talvez eu tenha fetiches em ser rejeitado...continue me esnobando, é bom para o meu ego!"
"Você tem ficado esquisito, sabe?"
   Havia dito aquilo na tentativa de que ele me desse uma explicação para seu comportamento totalmente diferente da pessoa que ele era algum tempo atrás, teria sido uma conversa com a Dayane ou alguma aposta? Tinha acontecido algo e eu sabia que ele não queria me contar... porém, mais uma surpresa da noite foi eu perceber que tinha medo de realmente saber a verdade, tinha medo que acabasse se eu o questionasse...eu provavelmente viveria na dúvida se isso significasse que ele continuaria me fazendo sorrir daquela maneira.
  "O que você quer dizer com esquisito?" ele perguntou baixinho, e apesar da pergunta eu sabia exatamente que ele também sabia que as coisas haviam mudado.
  "Você só...esta mais leve, você conta mais piadas, você me liga antes de dormir, me busca no colégio e me leva para o curso de inglês..."
  Ele remexeu o rosto nas minhas pernas e murmurou no mesmo tom de antes:
"E isso é grande coisa para você?"
   Eu suspirei, não é que fosse grande coisa mas...
  "Não é isso é que..."
  Eu parei, de repente me senti envergonhada de dizer exatamente o que eu estava pensando. Eu sabia que estávamos com bem mais intimidade do que eu jamais havia sonhado em todos aqueles 12 meses, mas de repente senti novamente que não o conhecia.
   "Ei, você pode me falar qualquer coisa, tá? eu juro que vou prestar atenção e tentar melhorar se for algo que eu fiz que está te incomodando eu..."
   Coloquei o dedo entre os lábios dele a fim de fazer com que ele parasse de falar, seus olhos azuis se arregalaram e ele lentamente desviou os olhos para meus lábios quando eu fiz um barulho para que ele se calasse.
  "Não é nada disso,eu prometo. Por favor não entenda errado...esses foram os melhores dias que eu tive desde muito tempo e eu não quero que as coisas acabem se eu disser alguma coisa errada."
   Reparei que ele continuava a olhar meus lábios mas mesmo assim se aproximou e fez um carinho no meu rosto com o polegar. Não parecia nada sexual ou premeditado...era como se ele tentasse me passar uma tranquilidade acima do normal, uma tranquilidade que talvez nem mesmo ele estivesse sentindo, já que suas mãos tremeram um pouco quando ele me tocou.
  "Você pode ter certeza que eu vou fazer de tudo para que as coisas melhorem para você...que você continue se sentindo assim sempre...porque você merece, você é a menina mais incrível que eu já conheci e qualquer um que tenha a sorte de namorar você deveria ser incrivelmente grato por isso"
   E meu coração acelerou. Será que era possível você se apaixonar por alguém que você já achava que era apaixonada? dessa vez era real, eu estava me apaixonando pelo meu namorado naquele exato momento.
  "Ah...assim você faz eu me sentir a própria Taylor Swift!"
Eu falei na tentativa de descontrair um pouco, já que minhas bochechas estavam vermelhas pela forma séria que ele me olhava enquanto suas mãos ainda estavam em meu rosto.
"Você é melhor que ela, acredite em mim."
"Hum...ok, e agora você vai começar a me dizer que papai noel existe?"
   Ele arregalou os olhos e falou:
"Espera ai....papai Noel não existe?"
  Eu me aproximei dele e falei enquanto o envolvia em meus braços em uma espécie de abraço desajeitado:
"Oh...claro que existe, querido! Na mesma proporção em que eu sou melhor que a Taylor Swift"
    Ele riu e balançou a cabeça um pouco para o lado para que pudesse me olhar nos olhos. Nossos rostos estavam a poucos centímetros de distância e eu sentia meus lábios secarem de tanto que eu queria um beijo agora.
   "Então ele realmente existe pra cacete..."
    Aproximei mais nossos rostos e a última coisa que eu vi antes de fechar os olhos foi o Dreicon arregalando os olhos e suas bochechas ficando vermelhas. Esperei alguns segundos pelo toque de nossos lábios mas isso não aconteceu então eu abri meus olhos e dei de cara com meu namorado encostado no outro batente da cama e olhando para o teto com os olhos fechados, parecia estar rezando.
   Será que aquilo era algum tipo de joguinho sexual? ele estava constantemente fugindo de ter algum tipo de contato próximo comigo...
  "Você não deveria começar uma coisa que você não pretendia terminar.."
   Eu falei com uma certa curiosidade, ele só então abriu os olhos e interrompeu suas preces dizendo:
"Tem razão! Eu tinha proposto um jogo, né? vamos jogar?"
    Eu dei uma risadinha debochada, ele sabia muito bem que não era sobre isso que eu estava me referindo.
  "Hum... não era bem nisso que eu estava falando."
   Ele suspirou bem alto dessa vez e me lançou um olhar preocupado.
"Carol... só....colabore, ok?"
   Eu não entendi muito bem o que quis dizer com colaborar mas seu olhar estava bem fixo no meu então eu só dei de ombros e disse:
"Ok, vamos jogar esse jogo. É sobre o que?"
  Ele abriu um sorriso e disse enquanto se animava novamente:
"Vai ser uma parte dois daquele jogo de perguntas que jogamos outro dia mas....com uma diferença.."
  "Qual?" Eu franzi a testa curiosa.
"Dessa vez só eu farei as perguntas."
  "O que?! Como assim? Isso não é justo!"
Falei um pouco alto pela irritação, ele deu um sorrisinho convencido e disse:
"Justiça? você está na America, baby. Ainda não se acostumou com isso?"
    Eu revirei os olhos irritada mas mesmo assim topei o jogo, o que eu tinha a perder?
   "Ok, eu quero saber qual é a sua cor preferida!"
   Eu o olhei nos olhos, as paredes do meu quarto eram amarelas, eu só vivia com meu moletom amarelo, tinha um girassol ao lado da minha cama e um desenho de Sol colado na parede. Dreicon fez uma careta e disse:
"Ok, essa foi óbvia mas foi só para aquecer o jogo."
   "Seja mais criativo"
Falei sorrindo, ele fez uma cara de quem estava pensando e respondeu:
"Você tem alguma celebridade crush?"
  Eu parei para pensar, eu provavelmente tinha alguma queda em famosos....acho que todo mundo já teve essa fase de achar um famoso bem bonito.
  "Ham... acho que o Justin Timberlake?"
   Dreicon fez uma carinha de "é... mais ou menos" e continuou:
"Só em homens?"
  "Ah, tem a Taylor Swift, a Beyonce, aquela menina que faz a Kate de Lost, a Rachel  e a Monica de friends, aquela atriz ruiva da globo, a Rihanna, a Camila Cabello, a Lauren e provavelmente todo o fifth harmony, a Angelina Jolie naquele filme que ela é uma espiã e...
"Uau! Você listou quase dez mulheres e nem cinco homens"
   Travei de repente. Minhas bochechas deviam estar da cor de um pimentão, mas ao contrário do que eu esperava o Dreicon não parecia irritado ou ofendido, ele me encarava com.... curiosidade?
"E crush em pessoas reais?"
Pessoas reais?
"Angelina Jolie e Taylor Swift são imaginárias?"
  Eu disse brincando.
"Você sabe.... pessoas reais, tipo... lá do colégio e tal..."
    Ele realmente estava me fazendo aquela pergunta?
  "Ham... tem meu namorado, sabe?"
  Falei na tentativa de mudar de assunto mas ele apenas sorriu e disse:
"Ok, mas hipoteticamente se você não me namorasse você beijaria alguém de lá?"
   Ok, Caroline. Calma, não demostre nenhum tipo de pânico ou atitudes suspeitas.
  "Eu não falo muito com outras pessoas para ter esse tipo de interesse..."
"E com as pessoas que você já fala?"
   Por que eu queria sair correndo daquele quarto? eu nem ao menos conseguia dizer o porquê daquela pergunta estar me agoniando tanto!
  "A gente está só brincando aqui, ok? Eu não vou ficar bravo nem nada do tipo"
Tentei ver pelo tom de voz dele se era algum tipo de deboche mas ele parecia tranquilo e extremamente curioso.
   "Você beijaria algum amigo meu?"
Ele continuou perguntando. Eu certamente não beijaria o Arthur,o Vitao e o Luccas.
"Não, Drei!"
Eu falei rindo, mais de nervoso do que por outra coisa.
" E amiga?"
  Meu coração parou ali mesmo. Aquele era meu horário de óbito.
"Que?"
Fingi não escutar na esperança de que ele mudasse de assunto mas os deuses não estavam ao meu favor pois ele repetiu:
"Você beijaria alguma amiga minha?"
  Tentei falar alguma coisa mas minha voz saiu tão esquisita que ele continuou falando:
"Tipo...a Day...a thaylise..a.."
  "Eu acho que nenhum dos seus amigos me beijaria, então não faz sentido eu escolher algum pra me beijar."
   Virei o jogo, ele fez uma careta e disse:
"Alguns certamente te beijariam"
  "A maioria namora"
Eu murmurei, e só essa menção fez ele se afastar um pouco.
"Uau, tá tarde..."
Dreicon disse ao olhar seu relógio de pulso. Eu também tinha esquecido completamente do horário.
"Você já vai?"
  Perguntei tentando disfarçar a tristeza porém devo ter falhado muito pois ele me encarou com pesar e respondeu:
"Tenho de ir...."
   Eu já ia me levantar para abrir a porta quando ele continua falando:
"Mas eu tava pensando.... amanhã você não quer ir comigo lá na garagem do Vitão? eu comentei com ele sobre seus incríveis dotes musicais e ele e o resto da banda estão loucos para ver"
   Eu não consegui esconder a minha felicidade, eu sempre fui louca por instrumentos e louca por cantar mas por algum motivo eu nunca havia encontrado ninguém, tirando o Bruno que tivesse essa mesma empolgação.
  "Claro que eu topo!"
   Dei um abraço nele bem apertado. Aquilo era tão importante para mim, era quase como se ele já soubesse.
  "Obrigada..."
  Senti um sorriso se formar no rosto dele enquanto o apertava mais no abraço.
"Mas...isso não vai gerar problemas com a Day não, né?"
   Ele deu uma risadinha como se soubesse um grande segredo e disse enquanto me depositava um beijo no rosto:
"Acredite em mim ela está tão feliz quanto eu"
   Dei um sorriso e vi meu namorado se direcionar até a porta do meu quarto, ele deu uma última olhada em minha direção e murmurou um boa noite bem baixinho.
É, eu realmente estava apaixonada e contando as horas para o dia de amanhã.

 

   
   

  

  
   

A  sorte do acaso (Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora