Capítulo Dez- Sua vontade, minha curiosidade

36 5 11
                                    

— £ 622, 85 libras, senhor — A caixa mascou o chiclete e sorriu para Brook que sacava o cartão Golden. Jack e Bear estavam empacotando as coisas, mais precisamente, Jack. Bear foi sentado no meio do carrinho, rodeado de sacolas ecobags e de papel, rindo das coisas e com a chupeta na boca.

— O senhor vai querer fazer a doação de 10 libras para o movimento filantrópico LGBT? — A caixa estendeu a máquina. Brook fechou a cara.

— Hm, dez libras?

— Sim, para que casais como o senhor e seu esposo tenham a esperança de ter um filho como vocês e a diminuição de crianças nas filas de adoções.

Brook ficou estarrecido. A caixa havia confundido Jack como seu esposo. Mas qualquer um daquele mercado poderia confundir: Jack e ele haviam brigado pelo preço da fralda, dos copos com tampa para que Bear não sujasse a roupa e também sobre o preço absurdo do leite especial para crianças.

Era como se Jack e ele se conhecessem há anos.

Constrangido, Brook deu um sorriso embuço e assentiu.

— Claro, dez libras para o movimento.

Quando saíram do mercado, Bear sempre contando casos bobos da escolinha que ele estava, Jack sorria largamente. Ele estava tão feliz que isso acabava por incomodar Brook, que não via a hora de se livrar de Jack.

Mas tudo não seria da maneira como ele queria, pois Bear tinha outros planos.

Assim que colocaram a última sacola no carro, Jack ia ligar para um táxi e ir para casa, quando Bear agarrou suas pernas.

— Jaqui pode ir com a gente, pai?

Brook, que arrumava a cadeirinha do carro, encarou Jack com olhos de exasperação.

— Não, ele não pode.

Bear fitou Jack, que ficou um tanto abalado com a grosseira de Brook (Porém, já estava acostumado).

— Melhor escutar seu papai, Bear. Ele sabe o que é melhor.

— Ele não sabe.

Jack o pegou no colo. Bear era muito pequeno para uma criança de três anos.

— Que tal assim, um dia, eu te visito? Passamos o dia juntos.

— Mas eu queria hoje.

O menino emburrado era uma coisa muito fofa de se ver, Brook pensou. Ele nunca havia ficado assim nem com as tias.

Brook se deu por vencido.

Ok, Duff. Quer almoçar comigo e com Bear?

Jack se espavoriu.

— Como?

Brook revirou os olhos, enquanto via que a surpresa de Jack lhe fez surgir um sorriso de canto, tolo e fofo. Jack estava perfeitamente natural naquela roupa, com aquele cabelo e o brinco de argola prata brilhando discretamente, além das inúmeras pulseiras. A camisa tinha punho enrolado até os cotovelos e Brook pode perceber mais tatuagens.

— Almoço. Você pode ir se quiser.

Jack assentiu, mas quem realmente comemorou foi Bear.

Dentro do carro, Bear falava com Bóris. Brook havia ligado o rádio em uma música jazz, que tocava baixinho. Jack encarava a janela, pensativo.

Ele não deixou de ver o Brook, com camisa de botões, calça cáqui marrom e sapatos fechados. Ele era absurdamente bonito, com tatuagens nas mãos e braços. Ele se perguntava se Brook teria outras tatuagens.

Law&Love (Versão Jacklyn)Where stories live. Discover now