Capítulo Vinte e Cinco - Brooklyn...?

37 5 42
                                    

Brook colocou o terno Gucci na mala, de qualquer jeito. Sumuels estava descabelando do outro lado do quarto.

— Brooklyn, você vai mesmo abandonar Nova York assim? Por causa de um pirralho que você não vê faz anos?

Brook suspirou quatro vezes, para se acalmar. Andy estava enchendo sua paciência.

— Ele não é um pirralho. Ele é meu filho.

— Que seja! Ele não está com um tutor? Deixe ele com um tutor! Não abandone sua carreira no momento mais épico da nossa vida. A família Rockefeller precisa de uma equipe de advogados. Porque não a Wyatt Advogados? Ficaríamos milionários!

Brook jogou uma cueca na mala e encarou Andy através dos óculos.

— Eu já sou milionário.

Andy continuou a andar de um lado para o outro. Brook, enquanto dobrava uma regata, pensou em Bear. Ele largou seu filho, seu herdeiro. O garoto de óculos que ele tanto amava... Por uma fortuna miserável.

Andy ainda tentava convencê-lo.

— Brooklyn, traz o garoto para viver com a gente aqui em Nova York. Arrumamos uma babá para ele, colocamos ele na melhor escola dos Estados Unidos e continuamos nosso trabalho.

Enfastiado, Brook fitou Andy pela última vez.

— Bear é feliz em Londres. E eu também era. Muito feliz. E se continuar a me encher, eu juro que eu te demito da minha empresa.

— Não pode me demitir, Wyatt. Eu tenho 10% da empresa.

— E eu tenho 90%, mais ações na bolsa e um contrato de ser advogado pessoal de Henry Skyler. Perto de mim, Samuels, você é apenas uma barata. Não tente jogar meu nome na lama enquanto eu estiver fora. Não vai querer que Brooklyn Wyatt acabe com sua vida.

Brook fechou a segunda mala e colocou as duas no chão. Andy ainda o encarava. Ele jogou a chave para Samuels.

— Venda esse apartamento até mês que vem. Quero o dinheiro na minha conta em 30 dias. Não aceito menos de cem mil dólares. Passar bem.

Ele arrastou a bagagem para fora, junto com a mochila que tinha nas costas. Pediu um táxi quando chegou no térreo. Era tarde da noite quando ele entrou no avião, em sua cabine particular. Assim que fechou seu compartimento e tirou os sapatos, ele abriu a carteira. Lá estava, completamente dobrada como um origami, uma foto.

A primeira foto dele e de Jack, na beira daquele precipício, de uma manhã de aventuras pessoais. Jack não estaria mais o mesmo. Mas ele também não. Dois anos...

Ele passou o polegar no rosto fotografado de Jack e abraçou a foto perto ao peito. O avião tomou altitude e ele adormeceu.




Jack deixou Bear na escola. Lhe deu um beijo de estalar bochechas. Bear arrumou os óculos e encarou o pai postiço.

— Eu vou conseguir né pai?

— Você só não conquista o mundo, porque é muito pequeno ainda. Mas quando conseguir, moverá montanhas, Bear.

O garoto sorriu e mostrou um dentinho faltando. Jack acariciou os cabelos castanhos escuros de Bear. Tão parecido com o pai...

— Quando eu chegar em casa, posso dormir na casa do Astolf? Eu gosto dele.

— Claro, mas só se fizer um gol pra mim. E para o Thor.

— Sim, papai — O sinal tocou — Tchau papai.

Ele saiu correndo, a mochila vermelha sacudindo a todo instante, quando ele estendeu a mão para um garotinho loiro com heterocromia. Astolf tinha um olho verde e outro azul, defeito genético raro. Bear dizia que isso o que tornava seu melhor amigo especial.

Eles deram as mãos e entraram. Jack foi andando para dentro do carro, vendo Thor com a chupeta azul e olhos verdes-azulados focados no desenho. Ele sorriu ao ver o filho de um ano e poucos meses feliz para seu primeiro dia de creche.

Sendo assim, ele ligou o rádio e foi andando para outro lugar.



Naquela mesma noite, onde Thor estava com Mikey e Sonny, e Bear na casa de Astolf. Jack se encontrava aos beijos molhados e quentes de Gustav. O homem era tão possessivo em seu corpo, que mal deixava Jack respirar.

Era tarde no escritório. Nikita já havia ido embora fazia horas. O relógio marcava dez e meia da noite.

Gustav deixou uma marca de mordida no ombro tatuado de Jack, que gemeu indelicadamente.

— Vou sentir saudades de você.

Jack sorriu.

— Marrocos não é tão longe.

— São meses longe de você, Duff. E eu sou viciado em teu corpo. Não sei se suporto.

Jack o beijou novamente, um beijo cheio de luxúria.

— Suporta. Marrocos tem muitos iguais a mim.

Gustav entrelaçou os dedos nos de Jack.

— Mas nenhum é único como você.

Aquele momento era especial, Jack pensou. Mas Gustav não tinha olhos verdes como a grama que quando o olhava para eles dava a impressão de você estar vendo o universo . Não tinha um corpo musculoso. Não tinha tatuagens.

Gustav era apenas Gustav.

Gustav pegou sua camisa do chão.

— Espero não ter esquecido nada. Quer que eu te espere?

— Não, eu devo ficar mais tempo aqui pra juntar uma papelada.

Ele abotoou a blusa.

— Eu ligo quando tiver embarcando.

Eles se beijaram mais uma vez.

— Te vejo em algum tempo, Duff. Eu te adoro.

Jack apenas sorriu torto. Gustav não cobrou, apenas aceitou e pegou a maleta e saiu.

Jack se encostou na mesa, arrumando os cabelos e abotoando a blusa social preta. Gustav era incrível: Rico, bonito, educado e gentil. Mas Gustav... Porque ele não amava Gustav?

Jack se virou para juntar as canetas que haviam caído durante o sexo na mesa, quando ouviu a porta se abrir novamente. Sem se virar, sorriu.

— Eu sabia que você tinha esquecido algo — Ele foi virando, lentamente —Foi o relógio ou foi sua...

E então, ele perdeu a fala. Não era Gustav.

Era Brook. Brooklyn Wyatt.

Law&Love (Versão Jacklyn)Where stories live. Discover now