Capítulo 011

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Ludmilla PDV

Respirei fundo quando fechei a porta da sala, ouvi a risada alta da minha mãe e logo identifiquei que o som estava vindo da cozinha. Fiz uma oração rapidinha pedindo a Deus para que a minha morte fosse rápida e sem dor. Segui para a cozinha onde minha família estava toda reunida animadamente em volta da mesa, o Théo estava fazendo uma dancinha que deixava a todos babando e até mesmo eu esqueci o medo da morte ao ver o meu pequeno. Fiquei tão entretida nele que me assustei ao sentir uma mão na minha cintura

Ludmilla: que susto, Brunna – sussurrei apenas para ela
Brunna: precisamos conversa

Foi a única coisa que ela me falou antes de sair da cozinha, dei uma última olhada pro meu pequeno e sai na mesma direção que a Brunna tinha saído. Ela estava me esperando no começo da escada, quando me viu foi subindo e continuei a seguindo até chegarmos ao nosso quarto. Ela entrou primeiro deixando a porta aberta, entrei no cômodo e ela me pediu para fechar a porta.

Brunna: por que você foi atrás do Cayo? – perguntou me olhando
Ludmilla: eu precisava ter uma conversa com ele – dei de ombros
Brunna: na sua conversa o seu plano era qual exatamente? – perguntou me olhando
Ludmilla: eu só queria que o Cayo não acabasse sendo o motivo de nenhuma lagrima sua – suspirei – desde que vocês dois namoravam o tempo mudou muito e ele precisava saber qual é a sua sobremesa preferida no Paris 6 – dei de ombros – também tinha que saber como e acalmar na tpm e evitar as suas crises de choro – fui falando rapidamente – eu te fiz sofrer demais, Bru – suspirei a olhando nos olhos – não quero você de novo mal por causa de ninguém
Brunna: você iria aceitar de boa assim um relacionamento entre mim e o Cayo? – perguntou surpresa
Ludmilla: desde que comecei a minha terapia de mudei a minha visão em várias coisas relacionada a você – falei a olhando e me aproximando mais dela – Brunna, eu te amo – falei tocando o rosto dela – mais se a sua felicidade não for ao meu lado por erros meus, tenho que ser feliz por ter ver feliz com outra pessoa que vai te valorizar como eu não valorizei

A Brunna ficou me olhando nos olhos, eu conseguia ver a surpresa neles, respirei fundo e já estava me afastando dela quando para a minha surpresa uma mão dela foi para a minha nuca e puxou o meu rosto de encontro ao dela. Me surpreende quando senti os lábios da Brunna contra o meu, demorei uns minutos para cair a ficha e logo estava retribuindo o beijo com todo o meu amor, saudade e desejo que sentia pela minha mulher.

Brunna PDV

O Cayo tinha me ligado avisando que precisava conversar comigo sobre a Ludmilla e no primeiro momento pensei logo que ela tinha cometido uma loucura por causa de ciúmes. Porem quando encontrei o Cayo fiquei surpresa ao saber que a Ludmilla tinha o procurado para "ensinar" tudo que ele precisaria fazer pra me deixar feliz e que segundo o Cayo o meu castigo já estava tinha servido para dar uma grande lição a ela. Antes que alguém reclame o Cayo se tornou um amigo e está de namoro com uma aluna da minha escola de dança.

Depois de ficar um pouco pensando em tudo que o Cayo tinha me dito acabei ligando pra Ludmilla que ignorou as minhas ligações já pensando alguma bobagem, liguei pra Silvana e pedi pra falar com o Théo que poderia me ajudar, porém não aconteceu nada nem com o recado que mandei pelo meu pequeno. Depois a única coisa que achei certa a ser feita foi ir atrás dela em casa e termos uma conversa.

Quando a Ludmilla começou a falar tudo que tinha dito ao Cayo o meu coração acelerou ainda mais do que já estava somente pela presença dela. Quando nos vimos no ensaio aquela sensação que senti desde que a vi pela primeira vez voltou e talvez fosse um sinal que deveríamos tentar mais uma vez. Dar aquela última chance para nos duas e o nosso amor darem realmente certo. Eu não resisti a declaração dela dizendo que me amava e que por isso iria aceitar se eu fosse feliz com outra pessoa. A beijei com todo o amor, saudade e desejo que eu tinha acumulados, ficamos nos beijando até que o ar começou a nos faltar e nos separamos com selinhos demorados

Ludmilla: por favor não me diz que agiu por impulso e se arrependeu de me beijar – falou rapidamente
Brunna: abre os olhos, vida – pedi manhosa
Ludmilla: pronto, amor – falou abrindo os olhos
Brunna: eu te amo e estava morrendo de saudades do seu beijo – falei sorrindo
Ludmilla: volta pra casa – pediu me olhando – eu juro que nunca mais vou ser aquela idiota e que não vou parar com a terapia
Brunna: eu nunca fui embora – suspirei – a maioria das minhas coisas ainda está aqui
Ludmilla: por que aqui é o lugar das suas coisas e o seu lugar também

Eu sorri a puxando novamente para outro beijo que logo foi correspondido pela minha esposa, nos beijávamos com amor e saudade do tempo que tínhamos ficado afastadas o que deixava tudo com o gosto totalmente especial. Coloquei os braços em volta do pescoço da Lud que colocou as mãos em volta da minha cintura e colou mais os nossos corpos no encaixe perfeito que eles tinham. Assim ficamos matando um pouco da nossa saudade, nos separamos quando já estávamos ofegantes, nos separamos com selinhos demorados e sorrisos enormes no rosto.

Depois de um tempinho nos duas saímos do quarto de mãos dadas, sorrisos nos rostos e troca de selinhos rápido enquanto falávamos o que tínhamos feito enquanto estávamos separadas e graças a Deus nenhuma de nos duas tínhamos cometido qualquer tipo de loucura. Quando chegamos a cozinha não tinha ninguém mais o som da área da piscina estava ligado e fomos a procura de todos que estavam por lá fazendo um pequeno churrasco noturno. O primeiro a nos ver de mãos dadas foi o Renatinho

Renatinho: graças a Deus o mau humor da Ludmilla vai acabar – ele falou se ajoelhando – as minhas orações foram atendidas
Ludmilla: idiota – mostrou o dedo do meio
Brunna: não faz essas coisas na frente do pequeno – falei a olhando e dei um selinho – vocês já se parecem demais
Ludmilla: ele tem a marra da mãe – deu uma risada – mais é todo amor como você

Todos vieram nos dar parabéns e falaram que agora tínhamos que ter juízo por que casamento não era um tipo de brincadeira que poderíamos ficar separando e voltando sempre. Lud se sentou em uma cadeira próxima a mesa onde tinha algumas carnes assadas, me puxou para o seu colo e me deu um pedaço de carne na minha boca. Nos duas demos risadas quando o Théo apareceu reclamando que queria carne também, dei um pedacinho na boca dele e ele foi pra perto do Yuri que estava brincando de carrinho com ele.

Eu estava morrendo de saudades de momento como esse onde a família estava toda reunida, comendo, dando risadas e contando algumas fofocas afinal ninguém é de ferro né? Volta e meia sentia um beijinho da Lud no meu ombro ou pescoço enquanto comentava sobre algo que uma das pessoas falava e acabávamos apenas nos duas dando risadas. Era ótimo estar de volta ao meu lugar. 

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