Eu apareço nas notas finais.
Boa leitura.
O destino.
Em muitas histórias pode ser considerado o vilão ou até mesmo usado como desculpa para erros cometidos. "Ah,foi por causa do destino que nos separamos","o destino não queria isso,por isso não deu certo","estava destinado,eu não podia fazer nada"…blá,blá,blá.
Ninguém sabe ao certo como ele funciona,se ele age pelo bem ou pelo mal,se ele realmente existe ou é só algo criado para o romantismo literário. Sabe o que eu penso sobre o destino?. Ele não interfere diretamente nas nossas vidas,são as nossas escolhas que o fazem. Nós moldamos a nossa própria história.
O destino pode existir sim,mas é opção nossa segui-lo ou não. Eu gosto da alusão de que a vida é igualada a um livro. Nós escrevemos,página por página,mudamos capítulo por capítulo,construímos a nossa história,com personagens que escolhemos que entre,que fique e que vá embora. O controle da nossa vida é de nós mesmos. E onde entra a idéia do destino nisso tudo?.
Nós somos destinados a sentir. Sentimentos são,a única coisa a qual não temos o mínimo controle sobre. Somos destinados a amar. Mesmo que inconscientemente,amamos. A questão é,até que ponto vale a pena amar? E a resposta é clara: até o seu último átomo.
Busque o amor,e se você não o encontrar,se acalme: porque ele foi destinado a você.
E,bom…eu encontrei o meu.
Brasil,03:38,domingo - [hospital]
Liguei o carro após ter me encharcado com o dilúvio que caía ao lado de fora,foram poucos metros até o estacionamento mas mesmo assim minhas roupas pesavam pelo excesso de água,ou talvez eu me sentisse pesada sem a latina ao meu lado.
As ruas estavam praticamente desertas e isso facilitou na minha locomoção,o único problema era saber onde Camila estava. Mamãe me ligou a uma hora atrás dizendo que as malas de Camila não estavam mais em casa. Pensa,S/n,pensa. Ela não conseguiria se comunicar muito sem saber falar português,mas têm milhares de hotéis com recepção poliglota. Merda. Isso não ajuda muito.
Estacionei na praia no mesmo local em que a deixei algumas horas atrás. Eu precisava de algo antes de encontrá-la. Revirei a areia molhada em busca do anel de prata,e como se a vida estivesse finalmente ao meu favor,encontrei. Suspirei em alívio. Eu fui uma completa idiota e estúpida:
—Como Camila pôde te amar,sua idiota?.- neguei decepcionada comigo mesma.
Os trovões altos faziam o meu corpo tremer,podia chover mas o clima estava estranhamente quente. Com toda certeza eu pegaria um resfriado terrível com isso. Voltei a acelerar o carro após colocar a aliança de volta em seu devido lugar.
Batuquei os dedos no volante. Onde você pode ter ido? Algum hotel? Pousada? Casa de algum amigo? Não,não…Ela pegou as malas…Ela que ir para longe,voltar para casa…VOLTAR PARA CASA!:
—Aeroporto!.- sorri alegre -Isso!.
Se tivesse alguma patrulha por perto eu provavelmente já teria sido presa,as casas e prédios voavam do lado de fora,e eu parei de contar assim que o ponteiro passou dos cem quilômetros por hora. Cada segundo era um a mais longe dela,um segundo a menos para conseguir seu perdão. Um segundo para eu perder o amor da minha vida,de vez.
Ao mesmo tempo que a adrenalina trabalhava freneticamente em meu corpo,eu sentia uma terrível vontade de chorar,por arrependimento,medo e desespero. Eu não podia perder Camila,não posso perder mais ninguém. Não vou.
Assim que cheguei ao aeroporto encontrei o mesmo um tanto cheio,pessoas embarcando e desembarcando,famílias se despedindo outras se reencontrando. Namorados com sorrisos alegres em seus rostos enquanto apertavam o seu amor em um abraço. Eram tantas pessoas,tantas histórias,tanto sentimento…Tanta vida e destinos em um lugar só.
As pessoas ali me encaravam com curiosidade,estranhamento,admiração e confusão. Algumas me reconhecendo e outras não entendo o porquê de uma mulher com cara de desespero estar toda molhada no meio do aeroporto. Não estava me importando nem um pouco com os possíveis paparazzis presentes ali. Eu só queria ela,e só ela me importava agora.
Eu só precisava saber qual era o possível embarque:
—Última chamada do voô para Nova Iorque.- uma voz feminina saiu pelo esquema de som - Embarque no portão seis.
Valeu Deus.
Tomei fôlego antes de começar a correr o mais rápido que conseguia até o portão seis,eu tinha esperanças de que a latina não tivesse embarcado ainda.
Meus olhos passearam de um rosto ao outro,mas nenhum era o dela. Senti meu peito apertar ao constatar que,provavelmente,ela já tinha ido embora. Que ela havia me deixado. As lágrimas começaram a descer livremente,e com as mãos trêmulas tampei minha boca repreendendo um soluço de dor. Ela foi embora. Eu estraguei tudo.
O mundo de repente ficou frio,meus músculos começaram a doer e respirar passou a ser mais difícil. Exaustão. Meus joelhos estavam prestes a ceder quando eu escutei a voz,aquela voz que eu poderia reconhecer a quilômetro de distância,chamando meu nome:
—S/n?.
Levantei minha cabeça e ali estava ela,a poucos metros de mim,as bagagens caídas ao seu redor,a expressão abatida,seu peito subia e descia de uma forma pesada. Mas então ela sorriu,o sorriso mas lindo que eu já vi:
—Camila.
Corri em sua direção a envolvendo em um abraço apertado,como se ela pudesse escapar a qualquer instante. Inspirei seu perfume e meu corpo entrou extase. Meu choro se tornou mais forte quando seus braços envolveram minha cintura carinhosamente:
—Me desculpe.- soluçei -Eu fui uma completa idiota,falei coisas idiotas e fui estúpida,muito estúpida.- funguei -Eu não queria te dizer aquilo,porra,eu te amo. Te amo,muito. Pra caralho.
A apertei mais contra mim,ela também chorava:
—Eu também errei.- sussurrou -Você não é a única que precisa se desculpar.
Senti sua mão subir de encontro ao meu rosto,o tirando do encaixe de seu pescoço,e então nossos olhos se conectaram,junto as nossas almas. E aquela famosa sensação me preencheu novamente. Amor:
—Eu fiquei tão cega de rancor que nem ao menos percebi que era sobre você que estávamos falando.- limpou uma lágrima que traçava a linha da minha bochecha -Você não é e nem se compara a eles.
Sorriu:
— S/n S/s Hawley,você é o meu destino.
*
Foi nesse momento que eu percebi o que,realmente,é o destino.
Não é algo invisível ou sem forma.
O destino é alguém,uma pessoa.
O destino é quem vai fazer você sentir os mais inimagináveis sentimentos e sensações,ele vai fazer você chorar mas também sorrir,ele vai te ensinar e ao mesmo tempo aprender com você,o destino vai ter mostrar um caminho e seguir com você por ele se você aceitar. O destino tem olhos,boca,nariz,orelha,cabelo,corpo,coração. O destino é ele,ou ela. O destino forma o nós,e por mais que você tente,ele é o seu destino,e nada vai os separar,porque foi destinado.
*
Retribuí o sorriso da cubana sentindo o gosto das lágrimas em minha boca,sem dizer qualquer outra palavra nossos lábios se encontraram,nossas línguas se abraçaram e eu percebi nessa hora que havíamos finalmente no juntado,formando uma só.
(…)
—Ui,essa doeu.
—O que?.- fitei Josh sem entender.
—Kendall acabou de levar uma bolada em cheio no rosto da Camila.- riu -Parece que sua namorada acabou de ter seus dias contados.
Levantei o olhar para a janela encontrando Camila correndo desesperada pelo quintal com uma Kendall furiosa atrás de si,as meninas observavam a cena com um riso divertido no rosto até Dinah pular em Lauren a afundando na água e então uma briga começou dentro da piscina. Neguei acompanhando Josh na risada:
—E então,crianças? O almoço sai quando?.- mamãe chegou junto de Sinuhe e Kris na cozinha.
—Por Dios vocês nem terminaram de cortar as cebolas!.- minha sogra exclamou perplexa -Xô,xô,xô,vão lá fora que a gente termina isso aí,se não nunca vamos almoçar.
As mulheres começaram a nos acertar com os panos de prato e logo eu e Joshua corremos para o quintal também,Alejandro e meus pais conversavam perto da churrasqueira enquanto Sofi e Ana brincavam com Mint. Amélia e Bernardo,eram paparicados pelas Kardashians e as outras crianças acompanhavam as meninas mais velhas nas brincadeiras.
Sorri observando a família toda reunida. Logo senti meu corpo ser envolvido por trás em um abraço gostoso e o cheiro que eu tanto conhecia invadiu meu ser:
—Hey,babe.- beijou minha bochecha.
—É incrível pensar que depois de tudo acabamos assim.- suspirei -Nunca me senti tão completa em toda minha vida.
Senti seu sorriso se formar em meu pescoço:
—Eu também me sinto assim.
Me virei para a cubana fazendo meu coração pular. Ah,esses olhos acabam comigo:
—Eu te amo.- selei nossos lábios.
—Eu também te amo.- segurou meu rosto entre as mãos -Muito.
Estava pronta para iniciar um beijo de verdade quando uma bolada nos acertou em cheio,abri minha boca em descrença:
—Ops.
Fitei Kendall e Dinah que pareciam se divertir com a cena. Camila sorriu sapeca para mim:
—Vocês vão se arrepender por isso.- pisquei para a latina -Corram.
*
Quando contamos uma história nunca,de fato,colocamos um ponto final nela.
O fim é sempre o início de um novo começo.
E como moral,lembre-se:
Ame,
intensa e incondicionalmente.
Apenas,
Ame.
Fim.
Oi,bb's.
E esse foi o fim de Destined.
Quero agradecer a cada um de vocês por terem me acompanhado nessa história que escrevi com tanto carinho. Vocês são foda.
Também peço desculpas se em algum momento deixei a desejar.
Hoje se encerra um ciclo de muito amor e diversão,escrever essa história foi no mínimo fantástico e ter o apoio de vocês fez disso mil vezes melhor.
Venho aqui dizer também que,nos veremos em breve.
Destined teve seu desfecho.
Mas há inúmeras histórias ainda que pretendo lhes contar.
Obrigada mais uma vez por tudo. Amo vocês.
E até logo <3.
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destined - (Camila/You)
Romantizm"talvez fosse o sorriso dela,o seu jeito de ser,ou quem sabe,a intensidade dos seus olhos; eu realmente não sei,mas em algum momento me cativou,e como me cativou" Às vezes nós não precisamos procurar para encontrar. Talvez já estivesse destinado.
