destined - (Camila/You)

Capítulo - VIII

   —Oh. Meu. Deus.- sorri amarelo para o homem de cabelos grisalhos e camisa social.
   —Bom dia,James. Eu não tinha onde deixá-lo ent-
   —Eai,garotão!.- corre na direção de Mint começando a fazer carinho no mesmo com um sorrisão no rosto.
  Ué,ele não tá bravo?:
   —Qual o nome dele?.- me olha de relance.
   —Mint...
  James tirou a coleira da minha mão:
   —Vai fazer as suas coisas que eu fico cuidando dele. Não é mesmo,Mint?.- o cachorro late animado.
  E os dois saem correndo,sumindo da minha visão. Okay,eu realmente estou surpresa agora.
  Soltei uma risada baixa negando,James é imprevisível. Segui meu rumo até o elevador,queria praticar um pouco antes de Demi e todo mundo chegar,momentos entre eu e os instrumentos são raros depois que Mint achou interessante a textura do violão e fazer xixi no meu teclado,além de que quando eu chego em casa minha única vontade é dormir. Concluindo: preciso tirar férias.
  Destranquei a porta da sala que usamos para gravar as músicas,soltei um suspiro ao entrar, acendendo a luz:
   —AAAH!!!.- grito.
   —Calma,so-
   —JAMES! SOCORRO!.- uma mão tampa minha boca.
  Eu vou morrer. Esse é meu fim.
  Sou tão nova,tenho tantos sonhos para realizar; como o de pular de paraquedas,gravar uma música com a Rihanna,me vestir de power ranger no Halloween,viajar para Dubai…Eu preciso dar um jeito de sair dessa.
  Mordo a mão que me impedia de gritar pela minha vida:
   —Ouch!.
  Corri na direção do abajur,pegando o mesmo e logo me virando de frente para meu provável assassino de gorro preto e calça de couro:
   —Não dê mais nem um pas-Demi?!?!.
  Fito incrédula a mulher a minha frente,que tinha uma expressão de dor,medo e diversão. Ela não fez isso. Sentia a raiva me consumindo junto ao alívio de saber que hoje não será o dia que eu irei morrer:
   —Oi,S/a.
   —Filha da put*.- começa a gargalhar enquanto eu tentava me acalmar.
    Me apóio nos joelhos. Controlando minha respiração extremamente acelerada:
     —Desculpe por isso.- limpa algumas lágrimas que escorreram -Mas foi realmente hilário.
     —Eu estou com uma vontade imensa de jogar esse abajur em você agora.
   Ela solta uma risada alta abrindo os braços e se aproximando,logo me envolvendo em um abraço. Reviro os olhos retribuindo:
   —Você mordeu minha mão.
   —E você quase me fez enfartar. Estamos quites.
  Demi deposita um beijo em minha bochecha me fazendo sorrir:
   —Desculpa,baby.- faz um carinho rápido em meu rosto.
  Pude senti a quentura nas maçãs do meu rosto,e elas aumentarem ao notar a intensidade do olhar de Demi.
  Me recompus,ajeitando a postura e o cabelo:
   —O que faz tão cedo aqui?.
  Deu de ombros recostando-se no sofá:
   —Tédio.
  Deixo um riso debochado escapar:
   —Tédio?
   —O.k,eu tenho uma justificativa melhor.
   —Prossiga.
  A morena morde o lábio inferior,me olhando de forma predatória,com uma luxúria que antes não estava ali:
   —Queria te ver…- aproxima nossos rostos -Passar mais um tempinho com você.
  Sorrio:
   —É,essa é uma boa resposta.
  Junto nossos lábios. Peço passagem com a língua,a encostando levemente em seus lábios,quando eu menos espero minha língua é sugada pela boca de Demi que começa um beijo rápido. Desço minhas mãos para o monumento da Lovato,mais conhecido como bunda; ao apertar a mesma deixa escapar um gemido rouco,me empurrando no sofá,ficando por cima.
  Começa a beijar meu pescoço enquanto eu continuava a apalpar o monte de carne que tinha em minhas mãos. Puxo seu rosto fazendo nossos lábios se conectarem novamente.
  Em um movimento rápido,inverto nossas posições,ficando por cima. Demi reveza seu olhar entre minha boca e meus olhos:
   —Sou eu quem manda aqui,baby - deposita um beijinho em meu maxilar.
  Um sorriso malicioso escapa dos meus lábios,traço o contorno de seu rosto com a ponta do meu indicador:
   —Tem certeza? Porque eu me lembro muito bem de você gemendo o meu nome enquanto eu te chupava,Dems - soltei seu apelido de forma arrastada.
  Pude notar suas pupilas dilatarem após minha fala,e não demorou muito para a mesma me puxar para um outro beijo extremamente indecente.

                           (…)

  Termino de ajeitar minha camiseta enquanto Demi retocava seu batom:
   —Boa tarde,S/n.- Max entra sorrindo -Oh,hey Demi!.
   —Eai,Max.- retribuí o sorriso junto a Demi.
  O rapaz alto cheio de tatuagens reveza seu olhar entre eu e a Lovato de forma sugestiva. Sinto minhas bochechas corarem e ele solta uma risada divertida:
   —O.k,meninas.- deposita sua mochila em cima da mesa -Vamos começar.
  E assim o dia seguiu,compondo,procurando um arranjo,mixando e todas essas coisas necessárias para a produção de uma música. Já era tarde da noite quando resolvemos encerrar o dia por ali,as vozes já estavam gravadas e faltava pouca coisa para a finalização do single já que a letra eu e Demi tínhamos pronta a meses.
  Me espreguiçei no sofá,escutando a junção dos meus ossos estalarem:
   —Bom…Eu vou indo.- Demi levanta se despedindo de Max -Quer uma carona?.
  Sorri negando:
   —Eu vou andando,não moro tão longe assim.- a abracei -Obrigada por hoje,Dems.
   —Eu nunca me diverti tanto gravando uma música como me diverti hoje.- ela sorriu fazendo um carinho em meu rosto -Tem certeza que não quer que eu te leve pra casa? Já está tarde,S/a,pode ser perigoso.
   —Eu rio na cara do perigo.
  Demi revira os olhos enquanto eu ria:
   —Certo,garota coragem. Eu vou indo então,beijos.
  Beija minha bochecha e acena para Max,saindo da sala logo após.
  Respiro fundo sentindo finalmente o cansaço:
   —Vai ficar?.
   —Só vou ajeitar mais algumas coisinhas aqui,mas daqui a pouco vou embora também.
  Assenti abraçando o tatuado:
   —Até amanhã,Max.
   —Até,S/a.
  Peguei minhas coisas e me retirei da sala,a gravadora estava vazia e extremamente silenciosa,comecei a andar em direção ao elevador apertando o botão do mesmo; enquanto esperava a caixa de metal subir,me dei conta de algo um tanto importante:
   —Mint.- bati em minha própria testa.
  Eu não faço idéia de onde o cachorro está. Assim que o elevador chegou entrei no mesmo já digitando uma mensagem a James.
  Céus,o Joshua vai me matar.
  As portas abrindo me despertaram dos pensamentos que envolviam eu sendo estrangulada por Josh. Coloquei meu casaco ao sair do prédio da gravadora,o vento gelado parecia cacos de vidro cortando meu rosto conforme eu andava.
  Podia escutar o som abafado de uma boate aqui por perto,a cidade que nunca dorme tinha suas ruas iluminadas pelos telões da times square e algumas pessoas andando tortas pela calçada. Soltei um riso divertido ao ver a cena de dois amigos tentando manter o terceiro em pé que cantava uma música do Elvis,isso me fez lembrar do meu primeiro pt…Okay,na verdade eu não me lembro dele.
  Esfreguei minhas mãos uma na outra,buscando aquece-las. Estava realmente muito frio.
  Faltava menos de um quarteirão para chegar em casa quando sou puxada com força para dentro de um beco,levantei tentando adaptar meus olhos a escuridão dali. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa,um soco é desferido em meu rosto e logo após em minha barriga,senti o ar se esvair dos meus pulmões e algo escorrer do meu nariz,e depois veio mais um soco,e outro,e outro. Não conseguia ver a pessoa que fazia isso,minha visão já era turva e o ambiente não ajudava,mas pela estatura,era um homem.
  Me empurra até a parede,segurando na gola da minha camiseta,sua respiração batia contra meu rosto,náuseas:
   —Parece que hoje não é seu dia de sorte,gatinha.- tira uma faca do bolso.
  Meu primeiro reflexo foi chutar o meio de suas pernas,o homem soltou um grunhido de dor me soltando. Caí no chão tendo dificuldade para levantar por conta dos socos de momentos antes,já em pé comecei a correr,fugindo o mais rápido possível dali.
  A adrenalina tomou conta de cada parte do meu corpo,o queimando por dentro. Chegando na frente do meu prédio,minhas pernas falharam e meus sentidos pararam de funcionar,um zumbido ensurdecedor,a última coisa a qual eu me lembro é de ver uma silhueta de cabelos longos correr em minha direção.