Estava em frente a maquina de salgadinhos do hospital. Coloquei uma moeda e peguei um Doritos. Eu tava com muita fome.
Já fazem uns dias que minha mãe tá internada no hospital. Aparentemente ela tem câncer. Os médicos disseram que está muito avançado e que ela não tem muito tempo.
Parece que estou mais assustada com isso do que minha mãe. Mas eu não me conformo com isso. Ela não pode ir, não pode me deixar!
Desde que ela está internada, eu passo todo o tempo com ela. Só saio do hospital para ir pra escola. Não que esteja adiantando eu ir pra escola, afinal quando chego lá, eu não consigo prestar atenção em nada. Mas não tô me importando muito com isso. Eu sempre fui bem inteligente, até fora do normal. Minhas notas sempre são altas e nunca tenho dificuldade nas matérias.
Sentei em uma poltrona para comer. Tinha aproveitado a minha fome pra ter uma desculpa pra sair do quarto que minha mãe tava.
Eu queria ficar todo o tempo com ela e aproveitar o tempo que ainda temos, mas eu já não aguentava mais. Não aguentava ver minha mãe naquele estado. Não aguentava ver ela deitada em uma cama de hospital por 24 horas. Não aguentava saber que a qualquer momento ela podia me deixar.
As lágrimas escorreram sem que eu pudesse conte-las. Mas que se dane! Eu tava segurando o choro a dias. Eu precisava colocar tudo aquilo pra fora.
Logo depois que acabei de comer, joguei a embalagem no lixo e fui em direção ao banheiro. Eu tinha que voltar pra ver a minha mãe, mas não queria que ela soubesse que eu chorei.
Lavei o rosto e dei uma olhada no espelho. Depois que tive certeza que não estava com cara de choro, fui pra o quarto da minha mãe.
Dei uma olhada rápida pra ver se ela estava dormindo, mas é óbvio que não estava. A energia dessa mulher nunca acaba!
- Ah, você voltou. Achei que tivesse saído do hospital. - Ela disse enquanto eu me aproximei.
- Eu não vou sair daqui mãe. Não vou te deixar sozinha. - Eu peguei na mão dela e me agachei.
- Mas devia. Você passa dia e noite nesse hospital. Tá na hora de ir se divertir um pouco. Nunca é tarde pra sair com os amigos. - Ela me deu um sorriso
- E que amigos? - Desviei o olhar. Ela deu um suspiro triste.
Nunca tive amigos, pelo menos não verdadeiros. A maioria das pessoas que falam comigo, é pra fazer dupla em algum trabalho ou fazer o dever de casa delas pra tirarem nota boa. No começo eu aceitava porque achava que no fim elas se tornariam minhas amigas, mas agora eu não ligo muito pra isso.
- E além do mais, eu não posso pensar em mim mesma agora. Você merece toda a minha atenção. - eu voltei a olhar pra ela é apertei a sua mão.
- Não seja tão dura consigo mesma Mirella. Não é como se eu estivesse tão mal assim não é? Eu ficaria mais aliviada e contente se você se divertisse. Faz muifo tempo que eu nao vejo um sorriso no seu rosto. - Ela me olhou triste. Não tinha porque sorrir. A minha vida não é boa igual eu gostaria. A única coisa boa nela, é minha mãe, mas agora ela tá indo embora.
Minha mãe soltou a minha mão e pegou uma carta que estava na mesa, ao lado de sua cama. Ela me deu a carta.
- Fiz essa carta pra você... Ela é muito importante. Por favor, vá para casa e a leia com carinho... - Me perguntei o que havia naquela carta que deixou minha mãe tão triste. Não queria contraria-la então assenti.
- Não se esqueça que eu te amo muito. - Ela me lançou um sorriso.
- Eu também te amo muito mãe. - Dei um beijo em sua testa e sai do quarto.
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Descendente Stark
Science FictionEle é um gênio bilionário e um Vingador. Ela é uma garota muito inteligente que foi separada do pai sem nem mesmo saber. O quanto a vida dos dois vai mudar depois que a verdade se revelar? Ou será que há muito mais o que descobrir? Afinal, nem tudo...