Descendente Stark

CAPÍTULO 3

Estava subindo no elevador para chegar no meu novo quarto. Happy estava me acompanhando e me ajudando a carregar as malas.

Quando cheguei, pedi a Happy que colocasse as malas em um canto do quarto.

Quando ele foi embora, abri uma das malas, e peguei o porta-retrato que tinha a minha foto com a minha mãe. Suspirei e coloquei ele no criado-mudo, do lado da minha cama.

Comecei a pegar as minhas roupas e dobrá-las, para por no closet gigantesco que havia no quarto.

...

Depois de um tempo, consegui arrumar tudo. Eu tinha até arrumado um lugar para guardar as malas vazias.

Fui procurar o Tony. Precisava marcar um enterro pra minha mãe. Entrei em um elevador. Quando ia apertar algum número, percebi que eu não sabia o que tinha em cada andar. O prédio tinha tantos andares, que eu sabia que iria me perder.

Tive uma ideia. Não sabia se iria funcionar mas não custava tentar.

- Jarvis? - chamei na esperança que ele me respondesse.

- Sim, senhorita Stark? - fiquei surpresa por ele me reconhecer como filha do Tony. Com certeza Tony o programou para que me ajudasse quando eu precisar.

- Você pode me ajudar a encontrar o Tony?

- Ele está em sua oficina. Aperte o andar 68.

- Obrigada. - eu disse apertando o botão 68

A porta do elevador se abriu e revelou uma porta com senha, que provavelmente levaria para sua oficina. Eu não tinha ideia de que senha colocar...

- O senhor Stark atualizou o sistema, para que você tivesse acesso a certas álas. Eu ja coloquei a senha para a senhorita. Basta entrar. - Jarvis disse antes que eu tentasse colocar senhas aleatórias. Assim que ele acabou de falar, a porta se abriu sozinha.

Entrei devagar. Assim que fui andando, eu me deparei com as armaduras do Tony. Ouvi um barulho de algo sendo construído, junto da voz de Tony. Segui o som até ver ele, provavelmente, construindo mais uma armadura.

Tony parecia ter me visto entrar, mas não parou o que estava fazendo. Fiquei impressionada com toda aquela tecnologia. Era impressionante. Girei um holograma, que parecia ser um projeto de uma nova armadura.

- Uau! - foi tudo o que eu consegui dizer.

Tony finalmente olhou pra mim e sorriu.

- Nunca pensei que fosse ver uma tecnologia assim de perto. É incrível! - ei estava muito impressionada.

- Quer tentar? - ele se aproximou de mim E me guiou até outro holograma.

- Vamos ver como ficaria a sua armadura. - ele arqueou uma sobrancelha enquanto sorria. - Sabe ao menos o que fazer?

Andei mais perto do holograma e o analisei. Parecia estar representando uma armadura antiga, e não uma nova. Pensei um pouco.

- Talvez - disse começando a mecher no holograma.

Tirei algumas partes da armadura que estava representada no holograma. Pedi ajuda a Jarvis para representar as novas partes que eu queria. Tony analisava tudo o que eu fazia em silencio, enquanto eu montava a armadura.

Acrescentei várias outras armas e outras funções. Tinha gostado dela. Olhei para Tony, pra ter certeza que ele não tinha odiado. Ele estava com uma expressão impressionada.

- Incrível. Não achei que fosse conseguir algo tão bom de primeira. - ele analisou o holograma.

Não sabia ao certo o que dizer, então apenas sorri. Ele olhou pra mim e se aproximou.

- Não me surpreenderia se você criasse algo melhor que eu. Mas enfim, imagino que você veio aqui por outro motivo... - Tony disse. Dei um suspiro antes de falar.

- Eu... quero marcar um enterro pra minha mãe... O quanto antes. - Olhei para o chão.

- Imagino que sim... Se você quiser, podemos marcar pra amanhã. - ele colocou a mão no meu ombro para me consolar. Concordei com a cabeça.

...

Fiquei o resto do dia planejando o enterro da minha mãe com o Tony. Eu já não aguentava mais. Era estranho pensar que eu ia enterrar ela. A pessoa que eu mais amava...

Já tinha anoitecido e eu estava deitada na minha cama. Meu quarto já tinha sido decorado. Foi até bem rápido. Ele ficou ainda mais incrível, mas eu não estava com cabeça para ficar impressionada com isso. Na verdade, eu não tava com cabeça pra nada.

Virei para o lado e fechei os olhos. Não demorou muito pra que eu conseguisse dormir.

...

Eu estava em um campo. A brisa estava leve e os raios de sol me faziam sorrir quando batiam na minha pele. A grama estava alta e havia algumas flores pelo chão. Havia poucas árvores, mas todas estavam com frutos.

Me deitei na grama e fechei os olhos, para sentir o sol no meu rosto. Senti uma sensação estranha... como se alguém estivesse me observando. Abri os olhos e olhei em volta. Ví uma silhueta na minha direita. Cerrei os olhos para tentar ver melhor.

Ví cabelos loiros voando com o vento. Uma mulher me olhava sem parar. Lagrimas brotaram nos meus olhos. "Minha mãe" me olhava sem parar.

- Mãe? - Falei quase sussurrando.

Me levantei e comecei a correr em sua direção, mas parecia que quanto mais eu corria, mais a distância aumentava.

Acordei com meu rosto molhado e com os olhos inchados. Me sentei e abracei os joelhos.

- Porque você tinha que na abandonar mãe? Logo você... - Susurrei para mim mesma.

Depois desse sonho, eu perdi totalmente o sono. Acendi o abajur ao lado da minha cama. Assim que a luz se acendeu, me deparei com o porta-retrato que eu havia trago.

Hoje vai ser o enterro dela... Me lembrei do meu sonho por um breve momento. Abaixei o porta-retrato para que eu não pudesse ver a foto. Eu não queria mais pensar naquilo.

Peguei meu celular para olhar quantas horas eram: 4 a.m. Liguei a TV e coloquei em um filme pra eu me distrair.

...

Ouvi a porta do quarto se abrir devagar. Olhei para ver quem era.

- Já tá acordada? - Pepper perguntou com a porta entreaberta.

- Sim. Eu perdi o sono a noite. - Disse me sentando e pausando o segundo filme do Harry Potter que eu estava vendo.

- Ah... Bom, eu ia te acordar porque... está quase na hora... - Pepper disse triste. Eu tinha medo que ela ficasse com raiva do Tony e não gostasse de mim, mas desde que me conheceu, ela me tratou super bem. Fico feliz com isso.

- Ah... Certo... Eu ja vou me arrumar. - soltei um suspiro. Pepper fechou a porta devagar, me deixando sozinha com os meus pensamentos.

Me levantei e fui me arrumar. Vesti um vestido preto que eu tinha. Ele vinha um pouco acima do joelho.

Depois de um tempo, desci e me encontrei com Tony, Pepper e Happy. Tony e Happy estavam de terno, e Pepper também estava com um vestido preto.

Entrei no carro junto com eles e Happy dirigiu até o cemitério.

...

O enterro não demorou muito. Foi questão de tempo para levarem o caixão da minha mãe pra ser enterrado.

Eu não disse nada durante todo o enterro. Nem sequer uma palavra. Eu sabia que se abrisse a boca, iria começar a soluçar e não conseguiria parar.

Tony, Pepper e Happy viram que eu não estava afim de falar então não insistiram. Eles apenas me consolaram com gestos: Colocando a mão nas minhas costas ou no meu ombro e me abraçando de leve. Me sentia grata.

Quando tudo acabou, andei rápido até o carro. Eu queria sair daquele lugar o mais rápido possível.

Não demorou muito para os três virem atrás de mim, e irmos embora.