Cinco

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Ele não acreditava em mim e eu não acreditava nele

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Ele não acreditava em mim e eu não acreditava nele. Ótimo.

Já estava na hora do almoço, então fomos para a sala de jantar. Por um momento, pensei que ele tinha perdido todo aquele cavalheirismo de antes ou então que estava com raiva de mim; ele não me perguntou onde eu queria sentar, não puxou a cadeira para mim, nem sequer me desejou um bom almoço. Nem sei porque eu esperava por isso...

– Mary, por favor, compre alguns vestidos para a senhorita Laila hoje. Não quero que ela continue usando os de Lucy – Ele disse se sentando na cabeceira da mesa, assim que Mary entrou.

Fui para o outro lado e me sentei na outra cabeceira. Ele riu, mas percebi que desaprovou. Comemos em silencio e ele parecia tão pensativo que eu tive receio de agradecer ou elogiar aquela comida deliciosa.

Assim que terminamos ele saiu; eu não sabia o que fazer, então comecei a tirar os pratos da mesa. Rapidamente fui impedida por Mary e por outras mulheres que diziam que uma dama não devia se preocupar com tais coisas e que elas eram encarregadas de organizar tudo. Assenti e fui para a sala, onde Henry (se é que esse era o nome dele de verdade) estava, hesitei por alguns instantes e por fim me sentei em um dos sofás, de frente para ele.

Ele estava tão distraído com o livro que lia que pareceu não notar a minha presença. Continuei imóvel, respirando lentamente para não o incomodar. Para a minha infelicidade, senti uma vontade incontrolável de espirrar, segurei o máximo que consegui, até que o espirro saiu. Parecia ter saído de um elefante mal-educado. Olhei para ele imediatamente, ele me encarava por cima do livro.

– Desculpa – Sussurrei.

– Santo Deus! – Disse abaixando rapidamente o livro sobre o assento do sofá, sem paciência – Você não tem modos?

– Às vezes eu não consigo controlar meus espirros.

– Mas terá que aprender. Eu consigo até imaginar, eu te apresentando como minha prima de Londres para todos em um baile e de repente a senhorita espirra dessa forma. Ninguém gostaria de ter qualquer tipo de relação com alguém assim.

– Vou tentar me controlar da próxima vez – Eu tinha sido insultada, mas tinha que aceitar, afinal eu não sabia como sair daquele lugar, muito menos como voltar para casa.

Ele suspirou impaciente e voltou a falar:

– Receberei uma visita esta tarde, é um amigo que mora não muito longe daqui. Como deve saber, é natural que as pessoas valorizem bons modos e uma boa educação, então seja uma dama e o trate com amabilidade e bom humor.

– Você não manda em mim – murmurei baixo o suficiente para não ser ouvida e logo depois assenti.

– Sairemos para caçar – Continuou – e retornaremos um pouco antes do jantar, durante esse tempo Mary te ensinará a se portar bem à mesa.

Não Sei Como VoltarOnde histórias criam vida. Descubra agora