Laila é uma jovem brasileira que se mudou para a Inglaterra com os pais, vivia uma vida solitária, mas normal. Contudo algo inesperado acontece... Henry, um inglês abastado, acostumado com a solidão tem uma bela surpresa em sua triste vida.
Direit...
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De todas as coisas que pensei que o meu pai era capaz de fazer, me deserdar era a última. Nunca imaginei que isso aconteceria, nunca imaginei que me apaixonaria, que desistiria de tudo para ficar com Laila. Em pouco tempo eu me transformara em um novo homem, paciente, romântico, sorridente e apaixonado pela vida. Ela fez de mim um novo ser e eu a tiraria dali, com a cabeça erguida. Recomeçaria a minha vida, mas dessa vez eu seria feliz.
Na manhã seguinte, quando descemos, as malas já estavam prontas e Mary esperava por nós. Era muito cedo e meu pai não havia acordado ainda, as únicas pessoas que vimos foram algumas criadas que nos olhavam com curiosidade ou pena antes de continuar o trabalho.
Laila estava muito abatida, não conversávamos desde a tarde do dia anterior e ao vê-la tão triste, e pude pressentir o que viria a seguir:
– Você não pode fazer isso, Henry – Ela disse em voz baixa – Não vou conseguir ver você desistir de tudo isso por minha causa. Eu vou embora. Obrigada por tudo.
Ela passou por mim e foi em direção a porta, ela sequer pegou sua mala, mas parecia determinada a sair.
– Laila – sussurrei alcançando-a – o que está fazendo?
– Eu não quero te magoar, mas eu não posso mais continuar com isso. Eu nem sei como cheguei aqui, mas tive a sorte de ser acolhida por você durante todo esse tempo. Eu não tinha nada a oferecer em troca da sua bondade e mesmo assim você me permitiu ficar. E olha só o que eu fiz... destruí a sua vida, o seu futuro casamento e sua relação com seu pai.
Enxuguei a lágrima que descia pelo seu rosto e a abracei com força.
– A única forma de destruir a minha vida e o meu futuro casamento é sair dessa casa sem mim. Eu estou muito feliz com a decisão que tomei e quero você ao meu lado.
Depois de um longo tempo ela concordou em ir comigo e eu voltei a sorrir.
Esperamos ansiosos pela chegada da carruagem sentados na sala, Mary, Laila e eu. Quando o cocheiro chegou, o ajudei com a bagagem enquanto as damas conversavam perto da fonte. Laila estava mais calada e pensativa que o normal e Mary estava feliz e falante.
– Mary, por que há mais duas malas aqui? – Perguntei estranhando a quantidade de malas na carruagem.
Ela não me ouviu e continuou a sua conversa animada.
– Mary – Falei mais alto fingindo estar irritado com sua distração.
– Sim?
– Que malas são estas? Eu lhe disse que não queria nada além do necessário.
– Oh – Uniu as mãos e marchou em minha direção – Essas são as minhas malas.
– Como é?
– Eu vou com vocês – Sorriu.
– Meu pai sabe disso?
– Sim. Eu explico a vocês mais tarde. Vamos – Ela disse entrando na carruagem rapidamente.