Treze

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Eu não fazia ideia de que noticia era essa, mas confesso que fiquei um pouco preocupada com a resposta de Henry

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Eu não fazia ideia de que noticia era essa, mas confesso que fiquei um pouco preocupada com a resposta de Henry.

Os dois voltaram a falar sobre a infância e tive a impressão de estarem tentando me distrair com histórias engraçadas, mas a verdade é que eu não prestava a mínima atenção neles. Vez ou outra eu fingia achar graça e ria com eles, mas nem mesmo a comida despertava minha atenção, para mim era apenas um amontoado de carne mergulhado em um molho sem graça.

Eu só pensava em tudo que Henry deixara; suas casas, cavalos que ele amava, suas armas de caça, família, liberdade e talvez até sua felicidade. Saber que eu tinha sido a culpada por tudo isso, era um fardo pesado demais.

Coloquei um pedaço de carne na boca e o engoli quase inteiro, depois outro e outro, quando estava quase acabando o prato principal eu ouvi o meu nome e voltei para a realidade.

– Desculpe, o que disse? – Perguntei observando que ambos haviam acabado de comer. Pareciam relaxados me encarando com olhar divertido.

– Bem, – Richard começou, os cotovelos estavam apoiados sobre a mesa – eu disse que poderíamos ir à cidade amanhã.

– Você quer ir? – Henry me perguntou.

– Sim, tudo bem – Respondi um pouco perdida.

– Tem certeza? – Richard insistiu.

– Não insista demais ou vai parecer que não quer a minha companhia.

Eu não queria ir, mas era uma hospede e não podia ser mal-educada com o melhor amigo do meu... noivo. Então me vi obrigada a aceitar o convite.

Passei uma boa parte da tarde no jardim. Era quase tão grande quanto o da casa do Henry, a grama verde se estendia até o topo de uma colina nos fundos da casa, onde também ficava uma estufa repleta de todos os tipos de flores e plantas. O dia estava nublado e frio e logo uma leve chuva começou a cair, mesmo contra a minha vontade eu voltei para o quarto, tomei um banho e me arrumei para o jantar. Fiquei deitada na cama até que uma moça simpática bateu na porta e me chamou para descer.

Eles não tentaram conversar comigo durante a refeição, apenas perguntaram o motivo de eu não ter tomado chá com eles e confirmaram se eu queria mesmo participar do passeio. Vez ou outra, meu olhar cruzava com o de Henry, sua expressão um pouco mais abatida do que antes me trazia a lembrança do que a minha decisão causara. Mal toquei na comida.

Passei a manhã do dia seguinte na sala de música tentando prestar atenção na explicação de Mary. Depois do almoço me forcei a subir ao quarto onde estavam "minhas" malas, aproveitando a presença da governanta mandona – que eu amava – para ajudar a me vestir. Escolhi um vestido verde clarinho de mangas longas, uma capa marrom clara e luvas também marrons. Mary começou a apertar as cordinhas do espartilho, me mandando parar de respirar por um tempo.

– Mary! – Gritei – Mary, para!

– O que houve? – Perguntou.

– Se você apertar mais um pouquinho, tudo o que comi vai voltar. Eu não consigo respirar, Mary.

Não Sei Como VoltarOnde histórias criam vida. Descubra agora