DEZOITO | A u r o r a |

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Quinta-feira, 4:07 p

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Quinta-feira, 4:07 p.m. Roma, Itália

O tempo parecia correr mais rápido do que o esperado, provocando uma crescente tensão em todos nós. Cada minuto perdido, cada passo em falso atrás da pessoa errada parecia um golpe nas nossas chances. A situação era problemática e, a cada momento, tornava-se mais evidente. Já fazia tempo que eu não matava, e essa ausência me corroía por dentro. A vontade de apertar o gatilho era imensa, mas enquanto a oportunidade não surgia, eu continuava treinando aqueles que ainda precisavam.

Cada um de nós era como uma reação química prestes a explodir. Se não houvesse cuidado, nossa combinação causaria uma catástrofe. Parecia que todos carregavam uma raiva interna, um problema pessoal. Amélia e Diane, sempre em pé de guerra; Colin e Diane, igualmente conflituosos; Ethan com sua implicância com Amélia; e eu... eu com Yerik. Personalidades fortes que poderiam se complementar ou se destruir a qualquer momento.

— Não adianta, Amélia. Você precisa entender que o poder, a força, e a potência têm que vir de dentro, de você mesma. — Bufei, repetindo o mantra que tentava enfiar na cabeça dura dela.

— Te falta orgulho no lugar certo, Ferrari. Faça isso e talvez consiga alguma coisa. — Minha amiga disse, enquanto examinava as novas facas e "brinquedinhos" de matar que havia recebido dos Démons.

Apertei as luvas de boxe nos pulsos e soquei o saco de pancadas com força.

— Seja um soldado, uma muralha; filtre tudo e... lance tudo num só delírio. — Pisquei para ela, chamando-a para o centro do tatame, pronta para uma boa luta.

Eu queria testar suas habilidades. Já sabia o que esperar de Diane — afinal, tínhamos sido treinadas pela mesma organização.

— Cuidado, Amélia. Espero que não leve para o lado pessoal se eu te acertar. — Diane ironizou, e a loira revirou os olhos, quase os fazendo sair da órbita.

Chamei Amélia em minha direção, e ela veio, focada demais em me acertar. Quando se aproximou, minha perna direita deu uma rasteira certeira, e ela caiu sentada no chão. A risada provocativa de Diane fez Amélia levantar de um salto e avançar contra ela, lançando uma sequência de golpes surpreendentes, bloqueados, mas não o último, que fez Diane cambalear para trás.

— Enlouqueceu, Ferrari?! — Diane exclamou, e me aproximei, negando com a cabeça.

— Pensei que estávamos aqui para lutar, não é? — Diane se virou para mim e eu assenti.

— Aceite, minha amiga, ela foi eficiente, nem que só um pouco. — Um sorriso se espalhou pelo meu rosto. — Além do mais, Amélia, usar a raiva que sente da Diane como um canalizador pode ser bem útil.

Segui até o canto da sala, prendi meus cabelos em um rabo de cavalo alto e tomei um gole d'água. — Por hoje, acho que está ótimo. E, Amélia, você não vai escutar de mim que está melhor, mas continue assim. Estou vendo até uma melhora entre vocês duas! — Brinquei, rindo.

Saí da sala de treinamento e continuei andando até a sala de reuniões. Quando entrei, todos olharam para mim, mas apenas me sentei ao lado de Colin.

— Mapa da casa? — Encarei o esboço no papel sobre a mesa moderna e logo olhei para Colin, que assentiu.

— Ainda consigo lembrar de alguns lugares. Por algum motivo, trocaram a planta da casa. — Ele explicou, deixando o lápis de lado.

Ele estava tentando recriar a planta da casa de Devito, e a mente do italiano parecia afiada; grande parte do mapa já estava desenhada, fazendo jus à sua promessa de que, um dia, quando decidíssemos nos infiltrar na família, teríamos um plano.

Colin fechou o papel e levantou-se, avisando que iria digitalizar o desenho em 3D para podermos ver melhor com a tecnologia.

De repente, Yerik sentou-se na cadeira que Colin ocupava antes, e meu olhar para ele era de reprovação.

— Khristos napugal menya! — murmurei, olhando para Yerik.

— Ya ótchyeny skutchyáyu... — disse ele em voz baixa, como se Ethan pudesse entender, enquanto sua mão subia pela minha coxa.

"Put** que pariu."

— Yerik... — Minha voz vacilou.

Quando seus lábios se abriram em um sorriso, meus olhos seguiram o movimento, mas o contato foi interrompido por um pigarro do canto da sala.

Ethan.

Levantei-me bruscamente, ao mesmo tempo em que a porta se abriu com força, revelando uma Amélia de bochechas rosadas e olhos arregalados.

— O Colin e a Diane... eles vão se matar! — Antes que ela terminasse, saí correndo, junto com os outros.

O som de um tapa ecoou pelo ambiente. Todos pararam para ver. Bem no centro, Colin havia batido no rosto de Diane.

Se eu pudesse me ver agora, certamente meus olhos teriam escurecido. Yerik tentou segurar meu braço, mas minha mão já estava na arma presa à cintura.

— Você não vai querer me segurar. — Eu avisei. E disparei. O tiro fez todos ficarem em alerta. Eu havia mirado no ombro dele, de propósito.

O momento parecia desacelerar enquanto Colin caía no chão, atingido. O grito estridente de Amélia quase me ensurdeceu. Caminhei lentamente até ele.

— Não repita isso. Não bata em uma mulher, sua irmã. Você é um desgraçado. — Olhei diretamente em seus olhos, frios como pedra. Amélia ficou em silêncio, ciente de que seu parceiro estava errado e sem coragem de discordar.

— Dilan, leve-o daqui, para o posto dois, deixem-no na enfermaria. — Ordenei, e com o comando de Yerik, todos voltaram ao trabalho.

Voltei-me para Diane, que mordia os lábios, ouvindo Ethan falar. Cortei a conversa. Eu era implacável quando se tratava dos meus, e Colin tinha ultrapassado os limites.

Kira Belinsky Evanoff era má, fria e calculista, mas ainda assim, um ser humano que protegia os seus. Respirei fundo e ponderei.

— Colin ultrapassou todos os limites. — Ethan disse a Amélia, que parecia tão perdida quanto todos nós.

— Desculpe por isso, Diane. Não sei o que deu nele... — Ethan passou a mão pelos cabelos, puxando-os para trás.

— "Limites"? Ele bateu numa mulher, cara, na própria irmã. Vou quebrar a cara cínica dele. — Yerik resmungou, cerrando as sobrancelhas.

(continua...)

luablanca67

We come. We rave. We love.   (NOVA VERSÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora