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Flashback On - Uma Semana Atrás

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Flashback On - Uma Semana Atrás

O clima estava particularmente ameno; não chegávamos a tremer de frio como nas semanas anteriores, mas também estávamos longe do tão sonhado verão italiano. Enquanto andávamos pelas ruas da cidade, fui mostrando a Ethan os principais pontos por onde eu passava em minha infância. A luz dourada do sol refletia nas águas dos canais de Veneza, dando um ar quase mágico ao cenário.

Ethan parecia encantado, como uma criança que acaba de ganhar um presente de Natal. O sorriso dele era contagiante, e, por um breve momento, esqueci dos problemas e das responsabilidades que me pesavam.

— Olhe, aquelas são as gôndolas — falei, apontando para algumas embarcações que percorriam lentamente os canais da cidade. — Sabia que sua origem é desconhecida, mas já é citada desde 1094?

Ele assoviou, surpreso, com os olhos fixos nos detalhes das embarcações.

— Uau!

Eu sorri, sentindo um orgulho silencioso do meu lar. — Pois é! Elas são encantadoras. Uma das marcas da nossa cidade. — O entusiasmo tomou conta de mim. — Ah, olhe, uma scooter! — Eu disse com uma risada leve. — Ainda lembro do dia em que meu pai me deu uma de presente.

Minha voz embargou um pouco ao falar de meu pai. Ethan percebeu a mudança em meu tom e apertou minha mão levemente.

— Às vezes, eu penso que deveria ser uma líder melhor, talvez ele sentisse mais orgulho de mim por isso... — confessei, a voz agora quase um sussurro.

Ethan parou, virando-se para mim. — Eu não conheci seu pai, Amélia, mas tenho certeza de que ele estaria orgulhoso simplesmente por você ser a filha dele. — Ele acalentou minha mão com firmeza. — Às vezes, podemos entrar em um círculo vicioso. Pensamos que não somos bons o suficiente, então nos comparamos, chegamos ao nosso limite e depois nos frustramos por não ter atendido nossas próprias expectativas.

Olhei para ele, sentindo uma lágrima ameaçar cair. — E o que podemos fazer quanto a isso? — perguntei, minha voz trêmula.

— Aceitar quem somos, é um bom começo — disse, ainda segurando minha mão. — Geralmente esse sentimento vem quando acreditamos que deveríamos ser outra coisa.

Suspirei e sorri de lado. — Você é um ótimo conselheiro, Sr. Ethan Rodriguez.

— Eu tento ser, eu tento! — brincou, rindo enquanto continuávamos a caminhar, nossas mãos ainda entrelaçadas, as ruas iluminadas de Veneza sendo nosso único testemunho.

Hoje, 16:30h

Diane e eu estávamos organizando algumas pilhas de papéis no escritório, enquanto discutíamos as últimas estratégias para os próximos movimentos da organização. Quando Ethan e Yerik entraram na sala, uma tensão súbita pareceu pairar no ar.

— Você nos chamou? — Ethan perguntou, seu olhar intenso se fixando em mim.

Dei um sorriso discreto em resposta à sua presença. — Sim. Tenho que atualizá-los sobre um dos nossos alvos.

Diane, sempre atenta, já se preparava para anotar tudo. — Qual deles? — perguntou.

— Jacob Macfly — respondi, sem conseguir esconder o desgosto na minha voz.

Yerik franziu o cenho. — O que tem ele?

Respirei fundo. — Eu o avistei em um dos restaurantes da cidade, fazendo negócios por lá. Consegui ouvir uma parte da conversa com o homem que estava com ele. E parece que sabiam muito sobre o meu pai.

Ethan cruzou os braços, formando um vinco em sua testa. — O que exatamente ele disse, Amélia?

— Na época em que meu pai era líder da Rosa Branca, Jacob fazia parte da nossa organização. — Dei uma pausa, sentindo a garganta secar ao recordar os detalhes. — Sei também que ele falsificava obras de arte com a Gina. Talvez meu pai tenha descoberto o esquema e o dispensado. Isso explicaria a raiva que ele sente.

Ethan assentiu lentamente. — Talvez eles sejam um grupo: Devito, Gina e Jacob.

Diane, sempre perspicaz, acrescentou: — É bem provável, mas eu acredito que apenas um deles matou o pai de Amélia. Isso se não tiver mais pessoas nessa organização que ainda não saibamos de quem se trata.

— Exatamente! — falei, exasperada. — Precisamos trabalhar com o que temos no momento. E isso significa tentar encontrar a base deles.

— Isso, nós podemos fazer! — Diane afirmou com determinação.

— Ótimo! Vamos trabalhar até termos um nome e uma localização para atacar. — Meu tom era de pura ansiedade. Talvez a guerra estivesse muito mais próxima do que eu imaginava.

Mais tarde, 19:00h

Meu dia havia sido repleto de problemas, e muitos deles ainda estavam sem solução. Tomei uma decisão importante a respeito de Colin Blancherd. Apesar de ter dito a Diane que não o expulsaria da Rosa Branca sem ter provas concretas de traição ou desonestidade, eu o fiz. Expulsei-o pelo soco que dera na própria irmã, um desrespeito não apenas às alianças entre as máfias, mas também um sinal de covardia.

As coisas seguiram o curso que eu previa: ameaças e acusações de todas as partes. Colin Blancherd acabara de se tornar um dos maiores inimigos da RB.

Esse pensamento me deixava apreensiva. Colin sabia muito sobre nós, e nós sabíamos pouco sobre ele. Ele era um homem perigoso, astuto, e agora, sem limites. Talvez meu maior erro tenha sido, como Diane disse, demonstrar boa fé com alguém como ele.

Era tarde para chorar pelo leite derramado, mas não para nos prepararmos para a batalha final. Teríamos que armar estratégias e pegar Colin de surpresa. Não podíamos esquecer, claro, que ainda havia o grupo de Devito para enfrentar.

Fechei os olhos por um momento, respirando fundo.

— Que os céus me ajudem. — murmurei para mim mesma, consciente de que uma tempestade se aproximava.

-moonloves









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