Alvo Fácil (ruggarol)

Inconsequente

Assisto ao visor do celular acender pela décima vez revelando o nome de mike

- Joe você pode me dar algo mais forte para beber ? - bato o copo contra o mármore do bar para chamar a atenção do barman

- Meu nome não é Joe - retruca enquanto acumula uma pequena dose em meu diminuto copo, que levo imediatamente á boca e entorno o líquido

- Joe você pode me dar um copo maior?

- Karol você vai passar a noite inteira sentada no bar ?

Me assusto ao ouvir a voz estridente de Valentina tentar se sobressair ao som do ambiente

- Meus pés doem Valu não consigo mais dançar, e estou enjoada de tanto você me rodopiar

- E você pretende apartar o enjoo bebendo? - tripudia - tudo bem eu vou te esperar do outro lado da pista de dança

O visor novamente acende e vejo o nome de mike, vasculho todo o local até encontrar valu

- Pode me levar para casa do Rugge eu preciso desesperadamente conversar com ele

No trajeto de volta, sinto o celular de Mike vibrar novamente dentro da minha bolsa, antes que eu possa formular qualquer raciocínio, o atiro janela afora, sem dar qualquer importância a Valentina que me observa com os olhos mais abertos que o normal
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Me apoio a parede do corredor para não cair, enquanto valu apoia as mãos em minha cintura para me auxiliar em meu equilíbrio, seu toque me faz cócegas e não consigo controlar a gargalhada incessante que escapa dos meus lábios

Ao chegar em frente à porta da casa do rugge, do lugar que foi meu lar mais do que qualquer outro lugar algum dia foi, despejo débeis gargalhadas ao ter consciência do estado em que me encontro.

Valu aperta a campainha de modo frenético até que eu a interrompo em minha lucidez momentânea

- valu precisamos ir embora

- Por que? Acabamos de chegar - ela amue

Antes que eu possa contestar a porta se abre e rugge esfrega um dos olhos com o polegar, por um momento observando-o com um ar tão infantil, não sinto medo do meu propósito de estar aqui, de contar toda a verdade.

- Eu tenho que ir - valu anuncia resgatando o celular de dentro da bolsa

Ao vê-la cruzar o corredor, a minha boca se abre para uma explicação plausível sobre o meu estado atual, mas antes que as palavras possam ser liberadas, fecho os olhos ao sentir um amargor subir repentinamente a minha garganta.

Sem que eu possa controlar a minha cabeça pende para frente e despejo um líquido ardente no assoalho

- você está bêbada ? - ele esbraveja incrédulo

Me esgueiro até o banheiro ouvindo rugge balbuciar algo logo atrás de mim, mas o som de sua voz é abafado quando despejo o líquido no vaso sanitário.

Retiro as minhas roupas sujas e ligo o chuveiro, apoio às mãos na parede, incapaz de me manter de pé por conta própria, sei que Ruggero está de pé à porta, me lançando um olhar cortante, mas não consigo olhá-lo nos olhos

- Pode sair e fechar a porta? Eu sou capaz de banhar sem supervisão - sussurro

Ouço a porta bater com força sinalizando a saída do Ruggero, lágrimas escorrem por meu rosto e levo a mão aos lábios para impedir que os meus soluços se tornem audíveis.

- Me desculpa, me desculpa, me desculpa - deslizo a palma das mãos sobre o meu ventre

Incontáveis minutos se passaram até que eu conseguisse me vestir e encarar o Ruggero

- você pode me dizer que porra você estava pensando ?

me sobressalto com o seu tom de voz elevado, mas permaneço em silêncio, incapaz de me pronunciar.

- Como você pode ser tão egoísta e inconsequente, por um segundo sequer pensou o que isso poderia causar a gravidez - ele segura o meu pulso forte o suficiente para que eu o sinta formigar

- você está me machucando, me solta mike - vocifero

- O que ?

Disparo em direção à porta, atordoada, o vejo processar as minhas palavras.

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Me conte a sua opinião, a Karol deve contar qual foi o verdadeiro interesse dela no rugge inicialmente ? E se ela contar, vocês acham que o Rugge será capaz de a perdoar ?

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